Filme do Dia: Larisa (1980), Elem Klimov
Larisa (União Soviética, 1980).
Direção e Rot. Original: Elem Klimov.
Música: Alfred Shnitke.
Tocante tributo do realizador Klimov a
sua então recém-falecida esposa (e também cineasta) Larisa Shepitko, morta em
um acidente de carro. De forma algo atabalhoada, estilos diversos se fazem
presentes, desde uma montagem de fotos ao início, passando por depoimentos de
pessoas que conviveram com ela e da própria Larisa (a respeito de Dovjenko, por
exemplo, a quem admirava grandemente o senso de compromisso ao longo de sua
carreira e de quem foi aluna, por um breve período, antes da morte dele),
imagens de filmes dirigidos por ela, o retorno de fotografias da vida doméstica
e profissional. Klimov não pôde se referir ao muito provável empecilho a
carreira de Shepitko, tal como a sua própria, motivado pela censura, já que a
realizadora levou nada menos que 6 anos entre seu penúltimo e último filme e
estava em vias de realizar um projeto que havia aguardado a vida inteira quando
ocorreu o acidente que também vitimaria outros membros da equipe. A trilha
musical talvez provoque um clima excessivamente predisposto ao lamento pela
perda em relativa juventude – 41 anos. E a fala da própria Shepitko surge, algo
como herdeira de Dovjenko, a defender a integridade não apenas de suas
realizações – levando em conta o olhar feminino como capaz de perscrutar
profundezas da alma humana interditas ao mundo masculino – como da necessidade
de tomada de posições a todo momento na vida são duas marcas evidentes na
composição do documentário-tributo. Finda com o último plano filmado por
Shepitko, de uma “árvore da vida”. Aparentemente existe uma versão um pouco
mais longa, de 25 minutos. 19 minutos e 52 segundos.
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