Filme do Dia: Aconteceu em Woodstock (2009), Ang Lee
Aconteceu em Woodstock (Taking Woodstock, EUA, 2009). Direção:
Ang Lee. Rot. Adaptado: James Schamus, baseado no livro de Elliot Tiber &
Tom Monte. Fotografia: Eric Gautier. Música: Danny Elfman. Montagem: Tim
Sqyres. Dir. de arte: David Gropman & Peter Rogness. Cenografia: Ellen
Christiansen. Figurinos: Joseph G. Aulisi. Com: Henry Goodman, Imelda Staunton,
Demetri Martin, Kevin Chamberlain, Emile Hirsch, Eugene Levy, Andy Prosky,
Jonathan Groff, Mamie Gummer, Live Schreiber.
1969. O filho de uma conservadora
família do interior de Nova York, Jake Teichberg (Goodman) convida o staff que
pretende realizar um festival de rock para visitar os arredores do motel que
mantém juntamente com sua neurótica mãe, Sonia (Staunton) e seu pai Eliott
(Martin). Quando eles chegam ao local, no entanto, logo descobrem que se trata
de uma região pantanosa, inviável para o evento. Acidentalmente, acabam
descobrindo que lá próximo se encontra um enorme prado, pertencente ao
fazendeiro Max Yasgur (Levy), que se torna, após negociações pelo empréstimo, o
local a ser realizado o festival.
Enquanto isso, Jake se torna cada vez
menos tenso e mais envolvido pela onda jovem que o cerca, dando-se ao
prazer de se iniciar no mundo das drogas e do sexo, assim como enfrenta pela
primeira vez a rígida e possessiva mãe.
A atmosfera e o envolvimento inicial
sugerem um filme bem mais interessante do que o acaba resultando dessa
narrativa que apresenta uma versão dos bastidores do surgimento do mais célebre
festival de rock de todos os tempos. Abdicando, talvez acertadamente, de
imagens de arquivo e também de um uso por demais extensivo de canções da época
e fazendo uso evidentemente de tecnologia digital para simular as poucas cenas
de multidão ao fundo presentes, o filme faz uso de seu jovem protagonista quase como
metáfora para uma nação que se abre para valores bem diversos dos convencionais
até então vigentes. O que talvez se torne mais complicado é que quanto mais seu personagem procura se
desvencilhar do papel social que lhe cabe dentro da família e do meio social
limitado em que vive, mais o filme vai igualmente perdendo o seu sendo de
direção. Abdicando de qualquer resolução com relação ao rumo que Jake irá
tomar, inclusive quanto a sua sexualidade, como se tais determinações fossem
justamente as que a geração hippie estivesse a contestar. Porém essa sensação de perda de rumo que era expresso
de forma inteligente e autoral numa penca de filmes realizados sobretudo na
década seguinte (tais como Electra Glide in Blue, Cada um Vive Como Quer)
aqui mais parece ser produto da falta de uma estrutura dramática elaborada e
fruto de uma percepção oportunista quanto a efeméride – seu lançamento se deu
40 anos após o festival. Tampouco existe um uso mais criativo para a tela
dividida do que a de sua evidente alusão ao documentário Woodstock (1970). Entre as canções que são utilizadas em sua trilha se encontram Can´t Find My Way Home, com Steve
Winwood, Maggie M’Gill, com The
Doors, One More Mile, com Paul
Butterfield Blues Band, Wooden Ships,
com Crosby, Stills & Nash, Coming
Into Los Angeles, com Arlo Guthrie, Beautiful
People, com Melanie, Going Up the
Country, com Canned Heat, I Shall Be
Released, com Bob Dylan e uma nova versão de Freedon, dentre três canções de Richie Havens. Focus
Features. 120 minutos.
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