Filme do Dia: O Delírio de um Sábio (1940), Ernest B. Schoedsack

 


Delírio de um Sábio (Dr. Cyclops, EUA, 1940). Direção: Ernest B. Schoedsack. Rot. Adaptado:  Tom Kilpatrick, baseado no romance de  Henry Kuttner. Fotografia: Henry Sharp. Música: Gerard Carbonara, Albert Hay Malotten & Ernst Toch. Montagem: Ellsworth Hoagland. Dir. de arte: A.E. Freudeman, Hans Dreier &  A. Earl Hedrick. Com: Albert Dekker, Thomas Coley, Janice Logan, Charles Halton, Victor Kilian, Frank Yaconelli, Paul Fix.

O excêntrico Dr. Thorkel (Dekker), convida seu colega de profissão Dr. Bullfinch (Halton), para uma viagem até a floresta sul-americana onde se encontra, efetivando uma misteriosa pesquisa. Temendo o estado de saúde mental de Thorkel, ainda assim Bullfinch resolve arriscar uma investida, juntamente com a Dra. Mary Robinson (Logan), seu namorado Bill (Coley) e um teimoso carregador de mulas, Pedro (Yaconelli). Acabam por descobrir que Thorkel sabe de um minério de grande valor e, quando retornam ao seu consultório, após terem sido brevemente dispensados pelo cientista, tornam-se presas de seus experimentos de miniaturização, que transforma todo o grupo em elementos de cerca de 30 centímetros. Porém, para a decepção de  Thorkel, eles voltam a crescer com uma rapidez inesperada, sendo necessário matá-los para que não divulgem o que testemunharam. Mesmo matando um dos elementos do grupo, o cientista cai no poço profundo que produzia a energia necessária para suas experiências.

Seguindo a linha do filme fantástico que o consagrara com King Kong (1933), co-dirigido com Merrian C. Cooper, parceiro de outras direções e aqui produtor, Schoedsack não foi além de um resultado canhestro, quando comparado ao filme que o tornou célebre. Mesmo que uma certa atmosfera evocativa dos clichês do universo dos quadrinhos e o gosto pelos efeitos especiais também não se encontrem ausentes na produção anterior, aqui os primeiros soam francamente datados e excessivamente ingênuos. Quanto aos efeitos,  mesmo que algumas das trucagens sejam mais sofisticadas que as de Kong – que, por sinal, já eram de ponta e continuam a não fazer feio hoje – a excessiva dependência da trama dos mesmos que, exploram invariavelmente o drama  e as facilidades dos heróis miniaturizados em relação ao universo gigantesco que os cerca é (em tudo muito semelhante a história clássica de João e o Pé de Feijão, tende a tornar o filme cansativo. Um dos momentos mais impressionantes, em termos de efeitos especiais, é o que apresenta, com um realismo invulgar, a miniaturização de um cavalo que brinca na mesa do médico. Realizado em cores, características que poucas produções da época compartilharam. Faltam, no entanto, o toque criativo que foi a marca registrada tanto de Kong, quanto das produções de pretensões antropológicas dirigidas pela dupla de diretores na década de 1920. Penúltimo filme dirigido pelo cineasta. Paramount. 76 minutos.

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