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Mostrando postagens de março, 2022

Filme do Dia: Everyday (1929), Hans Richter

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  E veryday (Reino Unido/Suiça, 1929). Direção: Hans Richter. Rot. Original: Hans Richter & Hans Arp. Já da primeira imagem de seus créditos iniciais, em que se tem o título recortado contra um catálogo de indicações aparentemente do preço de ações ao fundo, encontra-se posto referências ao tema e (alguns dos) recursos estilísticos utilizados para compo-lo visualmente. O titulo parece ser resultado de um processo de colagem de letras, evocando a própria colagem visual e sonora que é o filme, já o catálogo o primeiro indicativo do processo de massificação que o filme parece reiterar ao longo de sua metragem, e uma crítica direcionada ao coração do sistema capitalista, o mundo das finanças. É impossível não observar que é a visão crítica que guia o filme, sem concessões, ao contrário das mais ambíguas sinfonias contemporâneas como Berlim, Sinfonia de uma Metrópole (1927), de Ruttman e O Homem com a Câmera (1929), de Vertov. Parece quase impensável que Richter não tenha visto o f

Filme do Dia: Feiticeira das Águas (1933), Kenji Mizoguchi

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  F eiticeira das Águas ( Taki no Shiraito , Japão, 1933). Direção: Kenji Mizoguchi, Takumei Seiryo & Seiryo Takuaki. Rot. Adaptado: Yasunuga Higashibojo, Shinji Masuda & Kennosuke Takeoka, a partir do romance de Kyoka Izumi. Fotografia: Minoru Miki. Montagem: Tatsuko Sakane. Dir. de arte: Shichiro Nishi. Com: Takako Irie, Tokihiko Okada, Nobuo Kosaka, Kumeko Urabe, Suzuko Taki, Bontarô Miake, Ichirô Sugai A famosa artista das águas Taki no Shirahito (Irie) se apaixona pelo intempestivo e orgulhoso cocheiro da carruagem que a leva com sua trupe, Kinya Murakoshi (Okada). Tempos depois, ela o encontra vulnerável e desempregado dormindo numa ponte. Acolhe-o em sua casa e afirma que bancará seu estudos, pois quer vê-lo um grande homem. Para ele, ela não é   a artista famosa, apenas Tomo Mizushima, uma garota como outra qualquer. Murakoshi parte para Tóquio. Dois anos se passam. Enquanto Murakoshi recebe ajuda dela para se formar em direito, ela enfrenta a vida de artista itineran

Filme do Dia: O Voto é Secreto (2001), Babak Payami

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  O  Voto é Secreto ( Raye Makhfi , Itália/Irã/Suíça/Canadá, 2001). Direção e Rot. Original: Babak Payami. Fotografia: Farzad Jadat. Música: Mike Galasso. Montagem: Babak Karimi. Dir. de arte: Mandana Masoudi. Figurinos: Faride Harajl. Com: Nassim Abdi, Cyrus Abidi, Youssef Habashi, Farrokh Shojaii, Golbahar Janghali. No dia das eleições, uma garota (Nassim Abdi), enviada pela junta eleitoral, chega a um posto militar em uma região isolada do deserto, para ser acompanhada por um de seus membros, um soldado (Cyrus Abidi), que cumpre o papel, inicialmente indignado, o papel de ser sua escolta, já que esperava que viesse outro homem. Juntos, eles fazem um longo percurso, onde se deparam com as situações mais inusitadas que vão desde um homem que corre, afastando-se do carro até um povoado onde as pessoas não votam já que se encontram sob o domínio do líder local ou, como um ancião que faz a manutenção de uma usina de energia solar, acabam votando em Deus, pois não acredita no destino tr

Filme do Dia: Quando Fala o Coração (1945), Alfred Hitchcock

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  Q uando Fala o Coração ( Spellbound , EUA, 1945). Direção: Alfred Hitchcock. Rot. Adaptado: Ben Hecht & Angus MacPhail, a partir da sugestão do romance The House of the Edwardes , de Francis Beeding. Fotografia: George Barnes. Música: Miklós Rózsa. Montagem: Hal C. Kern. Dir. de arte: James Basevi. Com: Ingrid Bergman, Gregory Peck, Michael Chekhov, Leo G. Carroll, Rhonda Fleming, John Emery, Norman Lloyd, Bill Goodwin. O hospital psiquiátrico em que trabalha a Dra. Petersen (Bergman) terá seu diretor-geral, Dr. Murchison (Carroll), substituído pelo Dr. Edwardes (Peck). Quando esse chega, surpreende a todos por sua juventude e fortes transtornos de comportamento. Petersen e ele se apaixonam à primeira vista. Ela descobre que ele não é Edwardes e ele confessa que acredita ter matado Edwardes. Com a ajuda de seu mentor, Dr. Brulov (Chekhov), o casal se refugia em Rochester, enquanto passam a ser procurados pela polícia. Petersen e Brulov se esmeram em recuperar o trauma que afeto

O Dicionário Biográfico de Cinema#125: Deborah Kerr

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  Deborah Kerr (Deborah Jane Kerr-Trimmer) (1921-2007), n. Helensburgh, Escócia A estória diz que o ponto de virada na carreira de Deborah Kerr veio quando foi elencada, contra todas as expectativas, e após Joan Crawford ter sido exigente, como a esposa luxuriosa de From Here to Eternity  [ A Um Passo da Eternidade ] (Fred Zinnemann, 53). Isto significava um enérgico rolar na praia com Burt Lancaster, mas ainda ficou uma mulher mais contida que James Jones havia pretendido. Ela também sugeria que o exército americano, em Honululu, foi incongruentemente confortado por memsahibs  (*). Deborah Kerr foi então, e sempre tem sido, e ainda é, verdadeiramente melancólica.  E ducada em Bristol, e depois debutante nos palcos londrinos, seu primeiro filme foi Contraband  [ Nas Sombras da Noite ] (40), de Michael Powell . Trabalhou ao longo da guerra como uma ingênua, uma heroína, alguém com as mesmas qualidades e, finalmente, em papéis devocionais: Major Barbara (41, Gabriel Pascal); Love on the

Filme do Dia: A Um Passo da Eternidade (1953), Fred Zinnemann

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  A Um Passo da Eternidade (  From Here to Eternity , EUA,1953). Direção:  Fred Zinnemann. Rot. Original: Daniel Taradash, baseado no romance de  James Jones.  Fotografia: Floyd Crosby & Burnett Guffey. Música: George Dunning. Montagem: William A. Lyon.  Dir. de arte: Cary Odell. Cenografia: Frank Tuttle. Figurinos: Jean Louis.  Com:  Burt Lancaster, Montgomery Clift, Deborah Kerr , Donna Reed,  Frank Sinatra,  Philip Ober,  Mickey Shaughnessy, Ernest Borgnine, John Dennis,  George Reeves.             1941. Base americana de Pearl Harbour. Transferido para a unidade comandada pelo Capitão Dana Holmes (Ober), o soldado Robert E.Lee Prewitt (Clift)  é pressionado para lutar boxe no campeonato interno, que premia os vencedores inclusive com ascensão hierárquica. Porém, Prewitt abandonou as lutas desde que um amigo seu acabou acidentalmente cego, quando lutava com ele. Passa então a ser discriminado por todo o Comando, principalmente pelos Sargentos Leva (Shaughnessy) e Galovitch (Denn

Filme do Dia: Shy Guy (1947), Ted Peshak

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  S hy Guy (EUA, 1947). Direção Ted Peshak. Rot. Original Dick Creyke & Patricia Kealy. Fotografia Bill “Rocky” Rockar. Montagem George Willbern. Com Dick York, Frank Ferguson, Arthur Young, Mickey Hugh, Bill Fein, Howard Phillips. Esse curta, um dos primeiros das várias dezenas que David Smart produziria em pouco mais de uma década, é mais um dos que engrossam o coro de uma produção que buscava mapear todo tipo de inadequação social ou lacuna informativa que acometeria basicamente os jovens para os quais eram dirigidos. Peshak dirigiu cerca de metade da quantidade de títulos produzidos por Smart, embora a quantidade possa ser bem maior, já que a maior parte dessa produção não levava em conta os créditos da equipe técnica ou elenco, sendo esse uma exceção. E uma dupla exceção, ao se observar, já entre seus primeiros planos, alguém (Dick York) que seria reconhecido ator posteriormente, e cuja fama adveio menos do cinema que da série A Feiticeira , para a televisão. Aqui, c

Filme do Dia: Ilha nos Trópicos (1957), Robert Rossen

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  I lha nos Trópicos ( Island in the Sun , EUA, 1957). Direção: Robert Rossen . Rot. Adaptado: Alfred Hayes, a partir do romance de Alec Waugh. Fotografia: Freddie Young. Música: Malcolm Arnold. Montagem: Reginald Beck. Dir. de arte: John DeCuir. Figurinos: Phyllis Dalton & David Ffolkes. Com: James Mason, Joan Fontaine, Dorothy Dandridge, Joan Collins, Harry Belafonte, Michael Rennie, Diana Wynyard, John Williams, Stephen Boyd. Numa ilha do Caribe, durante o regime colonial, Maxwell Fleury (Mason), playboy da elite, lança-se como candidato a governador de um lado, enquanto o carismático jovem negro de origem humilde, David Boyeur (Belafonte) possui bem maior apelo junto aos ilhéus, de expressiva maioria negra. Enquanto Fleury descobre ser filho de uma negra, e portanto ser um mestiço, tornando-se alvo de controvérsia com a matéria do jornal, também se encontra grandemente desconfiado que sua esposa (Wynyard) o trai com o viajado Hilary (Rennie). Sua irmã, Jocelyn (Collins), por

Filme do Dia: O Carroceiro (1963), Ousmane Sembene

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  O Carroceiro ( Boron Sarret , Senegal, 1963). Direção e Rot. Original: Ousmane Sembene. Fotografia: Christian Lacoste. Montagem: André Gaudier. Com: Ly Abdoulay, Albourah. Um dia na vida de um carroceiro (Abdoulay) que vive no subúrbio. Após suas orações e se despedir de sua mulher, dá carona a várias pessoas que encontra pelo caminho. Nega-se a sequer responder ao pedinte que lhe aborda quando descansa. Leva uma mulher grávida e seu marido ao hospital. Escuta e se emociona com o canto de um griô. Leva um homem com um recém-nascido morto para ser enterrado, mas o funcionário do cemitério afirma ao homem que ele deve ter a documentação necessária e impede o carroceiro de entrar. Enquanto o funcionário admoesta ainda ao homem, o carroceiro parte. Ele faz uma pausa à beira-mar e quando volta a se aproximar da carroça, depois de urinar, encontra um homem que lhe faz a insólita proposta de leva-lo ao centro da cidade, região  proibida aos carroceiros. Ele o leva, algo contrariado, mas com

Filme do Dia: Coelho sem Lar (1950), Chuck Jones

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  C oelho sem Lar ( Homeless Hare , EUA, 1950). Direção: Chuck Jones. Rot. Original: Michael Maltese. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Num dos curtas mais inspirados de Jones, Pernalonga se torna sem-teto após um operário de retroescavadeira retirar junto com a terra seu ninho. A partir de então se dá o embate entre os dois personagens, marcado ao menos por dois momentos antológicos, o que Pernalonga manuseia sadicamente o elevador para cima e para baixo, fazendo com que o trabalhador se encontre ora vestido, ora comprimido sob o teto somente de cueca e o que Pernalonga escapa milagrosamente de cair do gigantesco arranha-céu em construção por uma complexa teia de coincidências, evocativa da comédia muda no estilo Harold Lloyd.  Mesmo que já dirigindo a muito tempo no estúdio, é certamente a partir dos anos 50 que não apenas Jones demonstrará sua veia mais produtiva, quase sempre em colaboração com Maltese,  quanto revisará o próprio estilo de animação do estúdio, atrav

Filme do Dia: Diana Im Bade (1907), Johann Schwarzer

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  D iana Im Bade (Áustria, 1907). Direção: Johann Schwarzer. Mulher se aproxima de um lago e após apreciar o ambiente, começa a se despir para um banho. Ao contrário de outro filme contemporâneo do realizador, ambientado em local muito similar ( Baden Verboten ), que já inicia com uma cena in media res , de um grupo de mulheres se banhando, o arranjo aqui soa mais perverso, já que centrado no ato de despir – o filme é concluído quando a mulher se encontra próxima de ficar completamente despida. Como no outro filme referido, tira-se proveito da imagem da água refletindo o corpo da mulher. E o ambiente natural parece provocar essa súbita recusa dos trajes tipicamente burgueses (que em nada apontam para sua referência de origem, a deusa romana da caça) sendo “substituídos” pela natural “vestimenta de Eva”. Saturn Film. 1 minuto.

Filme do Dia: Uma Noite Sobre o Monte Calvo (1933), Alexander Alexeieff & Claire Parker

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  U ma Noite Sobre o Monte Calvo ( Une Nuit sur le Mont Chauve , França, 1933). Direção: Alexander Alexeieff & Claire Parker. Clássico da animação, evoca as sensações de uma criança em um ambiente inóspito, no caso o sombrio Monte Calvo, onde cavalos, sombras e bruxos parecem se confundir. Longe de pretensões realistas, o filme funde e transforma seres, demonstrando a capacidade de invenção da animação e sua recusa ao cânone de servir como mera antropormofização de animais que já estava se instituindo no momento com as produções Disney. Até mesmo a percepção de se tratar da fantasia de uma criança é uma liberdade para com o filme, pois esse não apresenta nenumha ordem de hierarquia, entre humanos, animais e natureza física. A música de Mussorgski é o elemento rítimico central. Sua técnica de alfinetes em tela suscita uma imagem não de todo definida, fundamental para a atmosfera onírica resultante.| 8 minutos e 22 segundos.

O Dicionário Biográfico de Cinema#124: Lee Marvin

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  Lee Marvin (1924-1987), n. Nova York "A inquietação profunda que sentimos ao nos identificarmos com um personagem malévolo em um filme é o reconhecimento que somos capazes de tal maldade", escreveu John Boorman , pensando sobre Lee Marvin. "Lee sabia de suas experiências de guerra, a profundidade de nossa capacidade de crueldade e perversão. Ele havia comitido tais atos, havia sondado as profundezas e estava preparado para contar o que tinha visto lá embaixo." E então Marvin realizou a incomum jornada de flagrante e pesadamente sádico em papéis coadjuvantes para um homem de violência inescapável, central, necessário - herói? vingador? profissional? caçador? A resposta era sempre enigmática em seus melhores filmes, e como o sonâmbulo Marvin observou num sonho, tentava  ver uma resposta. Tinha um jeito de olhar - olhar para, melhor dizendo, quando a pálida hostilidade evanesceu em desejo desesperançado: é um olhar que Boorman descobriu em Point Blank  [ À Queima- Ro

Filme do Dia: Agonia e Glória (1980), Samuel Füller

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  Agonia e Glória (The Big Red One, EUA, 1980) Direção e Rot.Original: Samuel Füller.  Fotografia: Adam Greenberg. Música: Dana Kaproff. Montagem: Martin Tubor. Com: Lee Marvin , Mark Hamill, Robert Carradine, Bobby  di Cicco, Kelly Ward, Stephane Audran.           Pelotão do exército aliado enfrenta a Segunda Guerra Mundial do norte africano, onde são acuados pelo exército de Rommel e batem em retirada até a Alemanha, libertando prisioneiros do campo de concentração nazista. No ínterim realizam missões em Túnis, Sicília, Normandia, praia de Omaha, Bélgica e Tchecoslováquia. O sargento (Marvin), veterano da I Guerra Mundial reencontra o monumento de Cristo onde havia lutado anteriormente.                 Trazendo recordações de guerra do próprio Füller, o filme passa ao largo de batalhas com grandes efeitos especiais, de grandes malabarismos estéticos (sua narrativa realça sobretudo a história, sendo banal em termos de linguagem cinematográfica) e de uma visão emocional. Seu estilo fri

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#66: La Balandra Isabel Llegó Esta Tarde

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  La Balandra Isabel Llegó Esta Tarde . (Venezuela, 1949). O primeiro filme sul-americano a ganhar um prêmio no Festival Internacional de Cinema de Cannes - o Prêmio de Fotografia e de Composição Plástica, em 1951, para José María Beltrán - La Balandra Isabel  Llegó Esta Tarde , dirigido por Carlos Hugo Christensen , foi o primeiro filme internacionalmente reconhecido da Venezuela . O filme representa o auge do pioneiro comerciante/produtor Luis Guillermo Villegas Blanco  para construir uma indústria de cinema real. Por este terceiro longa realizado pela Bolívar Films , Villegas Blanco trouxe técnicos e atores das bem sucedidas indústria de cinema do México e da Argentina . Estes incluíam o diretor de fotografia nascido na Espanha Beltrán, o diretor de arte Ariel Severino, o técnico de som Leopoldo Orzali, o diretor Christensen, e as duas atrizes principais, as argentinas Virginia Luque e Juana Sujo. E o protagonista, Arturo de Córdova, foi trazido do México. Tanto os roteiristas quant

Filme do Dia: O Escritor Fantsma (2010), Roman Polanski

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  O   Escritor Fantasma ( The Ghost Writer ,França/Alemanha/Reino Unido, 2010). Direção: Roman Polanski. Rot. Adaptado: Robert Harris & Roman Polanski, a partir do romance de Harris, The Ghost . Fotografia: Pawel Edelman. Música: Alexandre Desplat. Montagem: Hervé de Luze. Dir. de arte: Cornelia Ott, David Scheunemann & Steve Summersgill. Cenografia: Bernhard Heinrich. Figurinos: Dinah Collin. Com: Ewan McGregor, Olivia Williams, Pierce Brosnan, James Belushi, Timothy Hutton, Anna Botting, Soogi Kang, John Bernthal, Tom Wilkinson, Elli Wallach. Escritor-fantasma (McGregor) é contratado pelo Primeiro Ministro Britânico Adam Lang (Brosnan) para escrever suas memórias, sendo que o que havia sido anteriormente designado para o trabalho, foi encontrado morto na mesma praia onde o novo escritor é convidado para permanecer, uma residência de verão do primeiro ministro. A situação começa a se tornar crescentemente tensa quando o escritor descobre indícios que levam ao envolvimento de

Filme do Dia: Fantasma (2006), Lisandro Alonso

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  F antasma (Argentina/França/Holanda, 2006). Direção e Rot. Original: Lisandro Alonso. Fotografia: Lucio Bonelli. Música: Flor Maleva. Montagem: Lisandro Alonso & Delfina Castagnino. Dir. de arte: Gonzalo Delgado, Guy-Claude François & Thierry François. Com: Argentino Vargas, Misael Saavedra, Carlos Landini, Jorge Franceschelli, Rosa Martinez. No dia da estreia de Os Mortos , de Lisandro Alonso, Argentino Vargas, que participa do filme, vai ao cinema e assiste o filme praticamente sozinho, com a companhia próxima de uma garota que trabalha no local (Martinez). Se os tempos mortos são a matéria-prima que compõe a obra de Alonso, ao menos inicialmente, aqui tal aplicação sofre uma torsão que o torna de longe menos interessante que seu anterior A Liberdade . Se aquele parecia ser uma atualização do desejo de Cesare Zavattini por um filme onde nada ocorresse, aqui a utilização  de algo semelhante soa explicitamente como firula de estilo para um exercício algo vazio e demasiado

Filme do Dia: Meu Filho Professor (1946), Renato Castellani

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  M eu Filho Professor ( Mio Figlio Professore , Itália, 1946). Direção: Renato Castellani. Rot. Original: Suso Cecchi D’Amico, Emilio Cecchi, Renato Castellani, Aldo De Bedenedetti, Aldo Fabrizi, Fulvio Palmieri & Fausto Tozzi. Fotografia: Carlo Montuori. Música: Nino Rota. Montagem: Mario Serandrei. Dir. de arte: Gastone Medin. Figurinos: Maria De Matteis. Com: Aldo Fabrizi, Giorgio De Lullo, Mario Pisu, Diana Nava, Lisetta Nava, Pinuccia Nava, Nando Bruno, Guido Agnoletti. O professesor Orazio Belli (Fabrizi), porteiro de uma escola, dedicou toda sua vida a educação de seu filho (De Lullo), que vem a se tornar professor, mas é designado para morar em outra cidade. Ele retorna anos depois e passa a trabalhar na escola onde igualmente trabalha o pai, mas um distanciamento se torna crescente entre os dois, devido a disparidade de status entre ambos. Castellani faz bem menor uso das filmagens em locação e de uma narrativa mais atribulada e feérica como a de seu filme mais lembra

Filme do Dia: Thunderstorm (1934), Vladimir Petrov

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  T hunderstorm ( Groza , União Soviética, 1934). Direção: Vladimir Petrov. Rot. Adaptado: Vladimir Petrov, a partir da peça de Aleksandr Ostrovskiy. Fotografia: Vyacheslav Gordanov. Música: Vladimir Shcherbachov. Dir. de arte: Nikolai Sovurov. Com: Alla Tarasova, Ivan Chuvelyov, Mikahil Tsaryov, Varvara Massalitinova, Irina Zarubina, Mikhail Zharov,   Yakaterina Khorchargina-Aleksandrovskaya, Mikhail Tarkhanov. Na pequena Kalinov, primeira metade do século XIX, Katerina (Tarasova) se casa com Tikhon (Chuvelyov), filho da importante e religiosa mercadora Marfa (Massalitinova). Katerina não sente maiores afeições por seu estúpido marido e quando esse parte,   ela não resiste em se encontrar com o homem por quem sente verdadeira atração, Boris Grigoriyevich (Tsaryov), com a ajuda de sua nora, Barbara (Zarubina), que também possui um amante entre os comerciantes do mercado. Katerina, no entanto, não consegue lidar com a culpa e após uma missa declara sua infidelidade diante de toda a co