Filme do Dia: The New York Hat (1912), D.W. Griffith
The New York Hat (EUA, 1912). Direção:
D.W. Griffith. Rot. Original: Anita Loos & Frances Marion. Fotografia: G.
W. Bitzer. Com: Mary Pickford, Charles Hill Mailes, Kate Bruce, Lionel Barrymore, Alfred Paget, Claire McDowell, Mae Marsh, Clara T. Brace.
Pai mesquinho, o Sr. Goodhue (Mailes)
nunca atende aos pedidos da filha Mollie (Pickford). Sua mãe (Bruce), quando
moribunda, entregou uma carta com alguns trocados para o pastor Bolton
(Barrymore), comprar algum mimo para a filha. Bolton percebe o interesse da
jovem por um chapéu elegante e caro, recém-chegado de Nova York, e lhe entrega
de presente. Fofoqueiras que testemunharam a cena, ao encontrarem Mollie com o
chapéu, acreditam que o pastor a está explorando sexualmente e acabam contando
tudo ao pai. Esse, furioso, destroi o chapéu e vai atrás de satisfações do
pastor. Porém, quando todos chegam a
casa desse, que se encontra com Mollie, esse apresenta o salvo-conduto de sua
inocência: a carta-testamento da mãe.
Apesar de o motor da intriga ser
eminentemente visual – o olhar das bisbolheteiras – sua solução se dá através
da palavra escrita. Ainda que o filme aparentemente pretenda criticar a
hipocrisia provinciana e o moralismo rasteiro, finda por referendar tais
valores morais ao explicitar, desde o início, sobre a inocência de seus protagonistas
– sobre a subversão irônica desses valores maniqueístas na esfera do melodrama
ver, por exemplo, Lola (1981), de
Fassbinder. De todo modo, sobra uma ironia involuntária no fato de se Mollie é
rejeitada pela sociedade por andar com trajes “pouco adequados” depois o será
justamente por portar o caro chapéu que a associa a figura do desejo do pastor
para a comunidade local. Ao final das contas o filme questiona menos a pressão
social ou o preconceito provocados pela fofoca em si mesmos que o fato dos
mesmos serem equivocados. Último filme de Pickford na Biograph. 16 minutos.
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