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Mostrando postagens de novembro, 2020

Filme do Dia: A Baía dos Anjos (1963), Jacques Demy

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  A   Baía dos Anjos ( La Baie des Anges , França, 1963). Direção e Rot. Original: Jacques Demy. Fotografia: Jean Rabier. Música: Michel Legrand. Montagem: Anne-Marie Cotret. Dir. de arte: Bernard Evein. Figurinos: Bernard Evein & Pierre Cardin. Com: Jeanne Moreau, Claude Mann, Paul Guers, Henri Nassiet, André Certes, Nicole Chollet. Georges Alban, Conchita Parodi. Jean Fournier (Mann) é um jovem que procura se afastar do modelo representado pelo pai (Nassiet) e seu estilo de vida honesto, porém a seu ver   medíocre que, influenciado pelo amigo Caron (Guers), decide abandonar tudo e viajar para jogar em cassinos da costa francesa, sendo expulso de casa pelo pai. Ele acaba conhecendo Jack Demaistre (Moreau), por quem se torna fascinado e tão obcecado por ela quanto ela é pelo jogo. Após uma noitada de sorte na Baía dos Anjos, Jack convida Jean para ir a Monte Carlo. A dupla obsessão do casal fará com que ganhem e percam fortunas em questão de horas. Demy , em seu segundo longa-m

O Dicionário Biográfico de Cinema#56: Lee Tamahori

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Lee Tamahori n. Wellington, Nova Zelândia, 1950 1 989: Thunderbox (cm); 1994: Once were Warriors [ O Amor e a Fúria ]. 1996: Mulholland Falls [ O Preço da Traição ]. 2001: The Edge [ No Limite ]. 2001: Along Came a Spider [ Na Teia da Aranha ]. 2002: Die Another Day [ 007 - Um Novo Dia para Morrer ]. 2005: xXx: State of the Union [ Triplo X 2: Estado de Emergência ]. 2007: Next [ O Vidente ]. 2011: The Devil's Double [ O Dublê do Diabo ] Se ao menos os filmes de Lee Tamahori estivessem melhorando. Apenas para considerar: O Amor e a Fúria é um olhar brilhante de um mundo estranho - a vida Maori na Nova Zelândia - com inesquecíveis cenas de amor, bebedeira e violência doméstica. É sempre crível, frequentemente assustador e muito comovente, e as principais interpretações - de Rena Owen e Temuera Morrison - são dolorosamente reais. Depois disso? Bem, O Preço da Traição  é um filme bastante divertido sobre um tema que poderia tê-lo feito uma obra-prima, mas Tamahori ficou sastisfe

Filme do Dia: 12 Anos de Escravidão (2013), Steve McQueen

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  12 Anos de Escravidão (12 Years of Slave, EUA-Reino Unido, 2013). Direcao: Steve McQueen. Rot. Adaptado: John Ridley, a partir do romance homonimo de Solomon Northup. Fotografia: Sean Bobbitt. Música: Hans Zimmer. Montagem: Joe Walker. Dir. de arte: Adam Stockhousen & David Stein. Cenografia: Alice Baker. Figurinos: Patricia Norris. Com: Chiwetel Ejiofor, Lupita Nyong´o, Michael Fassbende r, Sarah Paulson,  Brad Pitt, Adepero Oduye, Marc Macauley, Paul Giamatti, Benedict Cumberbatch, Andy Dylan, Bryan Batt.  Nos anos que antecedem a Guerra Civil, Solomon Northup (Ejiofor), homem livre que vive em Washington com sua família é atraído para uma armadilha, sendo levado a um estado escravagista do Sul, onde inicialmente se torna escravo do esclarecido Ford (Cumberbatch), mas ao se involver em um episódio com seu bruto capataz, tomando-lhe o chicote e o açoitando, é vendido por Ford, mesmo a contragosto e para evitar revides contra si próprio e sua família para o truculento Edwin (Epps

Filme do Dia: Lucky (2017), John Carroll Lynch

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  L ucky (EUA, 2017). Direção: John Carroll Lynch. Rot. Original: Logan Sparks & Drago Sumonja. Fotografia: Tim Suhrstedt. Música: Elvis Kuehn. Montagem: Robert Gajic. Dir. de arte: Almitra Corey. Figurinos: Lisa Norcia. Com: Harry Dean Stanton, David Lynch, Ron Livingston, Ed Begley Jr., Tom Skerrit, Barry Shabaka Henley, James Darren, Beth Grant, Ulysses Olmedo. O nonagério Lucky (Stanton), veterano marinheiro da Segunda Guera,   vive em uma pequena comunidade do Arizona, onde todos se conhecem. Nunca tendo casado, ele mora só, sem animais de estimação, sendo orgulhosamente ateu, e convivendo sem maiores dificuldades que a sua própria ranzinice, com os outros, incluindo Howard (Lynch), abalado desde o sumiço de seu cágado de estimação. E também Elaine (Grant), a dona do bar que costuma frequentar e Victoria (Mercedes), que o convida para uma fiesta de aniversário de seu filho, Juan (Olmedo), onde inesperadamente Lucky solta a voz e canta em espanhol, acompanhado posteriormente

Filme do Dia: Leviatã (2014), Andrei Zvyagintsev

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  L eviatã ( Leviafan , Rússia, 2014). Direção: Andrei Zvyagintsev. Rot. Original: Oleg Negin & Andrei Zvyagintsev. Fotografia: Mikhail Krichman. Música: Philip Glass. Dir. de arte: Andrei Pronkatov. Com: Aleksei Serebryakov, Elena Lyadova, Vladimir Vdovichenko, Roman Madyanov, Anna Ukolova, Sergei Prokhodaev, Lesya Kudryashova. Numa pequena vila costeira do Mar do Barent, Nikolai “Kolya” (Serebryakov) conta com a ajuda do amigo de muito tempo, e advogado em Moscou, Dimitri (Vdovichenko), para resistir a ação de despejo de sua residência - onde vive com a companheira Lilya (Lyadova) e o filho Romka – e sua oficina mecânica comandada pelo inescrupuloso, corrupto e beberrão prefeito (Madyanov), que se encontra mancomunado com empresários. Dimitri consegue assustar o prefeito com suas ameaças, porém uma série de problemas pessoais que envolvem Dimitri, Kolya e sua esposa, que mantém uma relação extra-conjugal com o primeiro, facilitam a apropriação do terreno e derrubada da casa, en

Filme do Dia: Antes da Meia-Noite (2013), Richard Linklater

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  A ntes da Meia-Noite ( Before Midnight , EUA, 2013). Direção: Richard Linklater. Rot. Original: Richard Linklater, Julie Delpy & Ethan Hawke. Fotografia: Christos Voudouris. Música: Graham Reynolds. Montagem: Sandra Adair. Dir. de arte: Anna Georgiadou. Figurinos: Vasileia Rozana. Com: Ethan Hawke, Julie Delpy, Seamus Davey-Fitzpatrick, Jennifer Prior, Charlotte Prior, Xenia Kalogeropoulou, Walter Lassaly, Ariane Labed. Jesse (Hawke) e Celine (Delpy) partem numa viagem de férias com as filhas para a Grécia. O que era para se tornar uma espécie de segunda lua-de-mel acaba sendo um infindável corolário de acusações, sobretudo da parte de Celine, temente que ele a tente convencer a abandonar o emprego e se mudar para Chicago, por conta da distância que sente do filho com outra esposa, Henry (Davey-Fitzpatrick). Tedioso filme que segue dois outros com os mesmos personagens (e também atores) em momentos diversos de seu relacionamento. Dado a sequencias intermináveis, com diálogos

Filme do Dia: Ko-Ko's Conquest (1929), Dave Fleischer

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  K o-Ko’s Conquest (EUA, 1929). Direção: Dave Fleischer. Divertido curta mudo com o personagem do palhaço Koko, cujo principal atrativo é sua teia de referências  e conexões entre o mundo da animação e o da ação ao vivo. A forma como a ilustração de uma narrativa é inserida – o próprio Fleischer contando a Koko como conquistara sua medalha como herói, salvando as casinhas onde moram seus personagens animados da inundação através do escatológico recurso de beber  toda a água que esta vazando de um cano (ao mesmo tempo que observamos seu ventre se enchendo, numa cena evocativa do que o Mont Phyton fará, de material semelhante, décadas após com Monty Phyton – O Sentido da Vida ) – pode passar inicialmente despercebida. Fleischer cria uma garota que imediatamente se lança a água para que Koko venha salvá-la. Após salva-la, o casal se depara com um vilão. E fugindo desse caem do alto de uma travessia entre arranha-céus,  subitamente  não apenas dentro de uma igreja  mas já na posição de

Filme do Dia: Os Amantes (2004), Johannes Hammel

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  O s Amantes ( Die Liebenden ,   Áustria, 2004). Direção: Johannes Hammel. Curta experimental que explora efeitos semelhantes aos dos vanguardistas de deterioração da película cinematográfica sobre a imagem de um filme pornô em super-8, conseguindo um resultado final   marcante pelo lirismo e beleza extraída a partir de um dos gêneros mais destituídos do mesmo, o pornográfico, mimetizado como que numa evocação da memória de um momento de amor vivido. SixPackFilm. 7 minutos.    

Filme do Dia: Ratos Humanos (1955), Phil Karlson

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  R atos Humanos ( Tight Spot , EUA, 1955). Direção: Phil Karlson. Rot. Adaptado: William Bowers, a partir da peça de Leonard Kantor. Fotografia: Burnett Guffrey. Música: George Duning. Montagem: Viola Lawrence. Dir. de arte: Carl Anderson. Cenografia: Louis Diage. Figurinos: Jean Louis. Com: Ginger Rogers , Edward G.Robinson, Brian Keith, Lorna Greene, Katherine Anderson, Allen Nourse, Peter Leeds, Lucy Marlow. Sherry Conley (Rogers) é levada da prisão a um hotel, onde ficará sob custódia da polícia, sob o comando de Lloyd Hallett (Robinson), que quer que Sherry testemunhe contra um poderoso mafioso. Ela fica sob a guarda pessoal da Sra. Willoughby (Anderson) e do policial aparentemente durão Vince Striker (Keith). Ela inicia um jogo de sedução com Vince e esse não oferecer maiores resistências, mesmo sendo casado. O mafioso consegue articular um ousado atentado no hotel que fere de raspão Sherry, o que a deixa ainda mais resistente a testemunhar na segunda que segue o final de sema

O Dicionário Biográfico de Cinema#55: Lee Remick

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Lee Remick  (1935-91), n. Quincy, Massachusetts L ee Remick teve um bom início no cinema como a saltitante sulista líder de uma banda marcial, avançando em câmera baixa em A Face in the Crowd [ Um Rosto na Multidão ] (57, Elia Kazan ). A despeito da educação bostoniana, foi por diversos anos uma sulista hollywoodiana, sempre preocupada com o calor. Foi interessante ver quão longe destacou-se em papéis de modesta educação formal, mas parecia insípida como as mulheres de Faulkner. Ela nada pôde fazer para superar a concepção confusa de The Long Hot Summer [ O Mercador de Almas ] (58, Martin Ritt), no qual interpreta Eula Varner, ou o desperdício monstruoso de Sanctuary [ Santuário ] (61, Tony Richardson), onde assumiu ser Temple Drake. No entanto, conseguiu uma interpretação altamente sugestiva como a esposa (estuprada?) em Anatomy of a Murder [ Anatomia de um Crime ] (59, Otto Preminger ). Há um momento admirável na corte, quando remexe seus cabelos e inicia seu espetáculo no qual

Filme do Dia: Aruanda (1960), Linduarte Noronha

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  Aruanda (Brasil, 1960). Direção e Rot. Original: Linduarte Noronha. Fotografia e Montagem: Rucker Vieira.  Esse curta, considerado como outros, enquanto precursor do Cinema Novo, apresenta a realidade do quilombo Olho d’Água, na Paraíba,  onde remanescentes de escravos vivem, segundo sua narração, praticamente isolados e distantes de qualquer dimensão institucional do Estado brasileiro. Quando comparado a produções contemporâneas, tais como Um Dia na Rampa, de Luiz Paulino dos Santos, o filme parece soar bem mais datado, na sua leitura explicitamente sociologizante, representada sobretudo pela gravidade e autoridade que remetem sua voz “over”, assim como sua música (em boa parte de sua metragem se escuta músicas folclóricas, tais como a célebre Oh Mana Deixa eu Ir) parecendo cumprir mais como um elemento de reforço dramático da realidade social abordada que propriamente como um elemento expressivo fundamental, tal como no curta de Luiz Paulino. Aqui, parte-se de uma situação de migra

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#18: Bolívia

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  Bolivia. O país sul-americano com a maior população indígena (55%) e mestiça (30%) combinada (85%), a Bolívia - oficialmente chamada Estado Plurinacional da Bolívia  - é também a primeira nação no continente a ter um presidente indígena, Evo Morales, um socialista e o primeiro líder boliviano a vencer com maioria absoluta em quatro décadas, em 2005. Repetiria o feito em 2009. O país possui fronteiras com o Peru  ao noroeste, com o Chile ao sudoeste, com a Argentina  ao sul, com o Paraguai ao sudeste, e o Brasil ao leste e norte. Possui grande diversidade geográfica, variando em altitude de próximo ao nível do mar ao longo do Rio Paraguai na região noroeste de Llanos ao pico andino de Nevado Sajama, a 6.542 metros, e varia no clima da floresta úmida tropical ao leste, passando pelas terras agrícolas relativamente temperadas, aos climas polares do oeste andino. Antes da conquista hispânica, no século XVI, a Bolívia era parte do império Inca, com Tiwanaku no oeste sendo o centro da c

Filme do Dia: Olympia Parte I - Festa das Nações (1938), Leni Riefensthal

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  O lympia Parte I – Festa das Nações ( Olympia 1. Teil – Fest der Volker , Alemanha, 1938). Direção, Rot. Original e Montagem: Leni Riefensthal. Música: Herbert Windt & Walter Gronostay.   Riefensthal, sem dúvida alguma, lançou o modelo como os esportes passariam a ser registrados audiovisualmente nessa maratona cinematográfica que parte de um prolongado – e kitsch diga-se de passagem – prólogo em que a estatuária grega literalmente ganha a vida nos corpos de atlestas semi-despidos ou completamente despidos (em penumbra) que efetuam algumas das ações mais tipicamente associadas ao esporte olímipico e no berço de onde surgiu, a Grécia, sendo a tensão e o movimento de seus músculos destacados na imagem em câmera lenta, recurso que Riefenstahl fará uso particular ao longo do filme, igualmente no momento das competições. Às mulheres é reservado nesse prólogo não mais que alguns movimentos em sincronia que mais se assemelham aos malabarismos de uma torcida organizada. Despidas e

Filme do Dia: O Castelo Vogelöd (1921), F.W. Murnau

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  O   Castelo Vogelöd ( Schloss Vogeloed , Alemanha, 1921). Direção: F.W. Murnau. Rot. Adaptado: Carl Mayer & Berthold Viertel, baseado no romance Rudolf Stratz. Fotografia: Lázló Schäffer & Fritz Arno Wagner. Dir. de arte e Cenografia: Hermann Warm. Com: Arnold Korff, Lulu Kyser-Korff, Lothar Mehnert, Paul Bildt, Olga Tschechowa, Paul Hartmann, Julius Falkenstein, Georg Zawatzky, Loni Nest. A Baronesa Safferstätt é aguardada com ansiedade por um pequeno grupo de aristocratas no Castelo Vogelöd (Tschechowa). Porém, antes dela chega o Conde Johann Oetsch (Mehnert), que não havia sido convidado e é o principal suspeito da morte de seu irmão Paul (Hartmann), então casado com a Baronesa. O clima no castelo fica cada vez mais tenso com a chegada da Baronesa e o anúncio de Oetsch, que acredita possuir dons premonitórios, de que um tiro soará no castelo. A Baronesa espera com ansiedade a presença do Padre Faramund, a quem revela o que acontecera na misteriosa noite, desvendando o se

Filme do Dia: Libertação 1945 (1994), Arnold Schwartzmann

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  L ibertação 1945 ( Liberation , EUA, 1994) Direção: Arnold Schwartzmann. Rot.Original: Arnold Schwartzman. Rot.Original: Arnold Schwartzman, Martin Gilbert & Marvin Hier. Montagem: Gaetan Huot. Documentário que comenta todos os passos efetivados pelos aliados até o Desembarque da Normandia e a libertação dos campos de prisioneiros nazistas. Embora sem maiores novidades, traz imagens de grande poder emocional como o momento de libertação da França, com uma multidão emocionada e De Gaulle atravessando uma praça em meio a mesma, em que ainda se encontram franco-atiradores disparando. Por outro lado, ao dramatizar os dramas de famílias judias utilizando-se das vozes de atores, chega a tornar-se ridículo. 100 min.

Filme do Dia: Alger: Rue Bab-Azoun (1896), Alexandre Promio

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  A lger: Rue Bab-Azoun (França, 1896). Se não existe a pretensão de exibir a modernidade feérica de Londres, Paris ou Nova York ao menos se pretende uma lasca do elemento “exótico” nessa rua argelina, menos talvez pela rua e as edificações por si próprias – a câmera está situada diante de uma imponente casa de banhos – que pelos trajes típicos. Talvez mais do que aderir integralmente ao imaginário do exotismo de outra cultura, também exista um outro lado onde se faça perceber a influência da modernidade ocidental, muitas vezes decantada pelo próprio Alexander Promio que também filmou essas imagens. E, muito provavelmente, como naquelas cidades, escolhendo a rua movimentada por excelência, mesmo sendo o ritmo dos passantes e dos veículos bem distinto do apresentado nas metrópoles por excelência do mundo de então. Lumière. 45 segundos.

Filme do Dia: Diário de um Ladrão de Shinjuku (1968), Nagisa Oshima

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  D iário de um Ladrão de Shinjuku (Shinjoku Dorobo Nikki, Japão, 1968). Direção: Nagisa Oshima. Rot. Original: Masao Adachi, Nagisa Oshima, Mamoru Sasaki, Tsutomu Samura. Fotografia: Seizô Sengen & Yasuhiro Yashioka. Montagem: Nagisa Oshima. Com: Tadanori Yokoo, Rie Yokoyama, Kei Sato, Juro Kara, Tetsu Takahashi, Moichi Tanabe, Fumio Watanabe, Rokko Toura. As aventuras um jovem ladrão de livros (Yokoo) e de sua companheira, uma garota que trabalha na livraria (Yokoyama) onde ele age, no distrito de Shinjuku  expressam, através de sua verve moderna, fragmentada e heterogênea, toda a atmosfera de contestação do período no Japão, que surge como pano de fundo. Mesmo com uma forte presença da palavra escrita e lida, inclusive do uso recorrente do próprio título do filme (evidente referência a Genet que o filme não disfarça) e momentos de quase afasia narrativa contrastados com outros de surpreendente beleza e originalidade possam sugerir uma aproximação com Godard , sua construção so

Filme do Dia: A Diversão de Satã (1907), Segundo de Chomón & Ferdinand Zecca

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A   Diversão de Satã ( L e Spectre Rouge ,   França, 1907). Direção: Segundo de Chomón & Ferdinand Zecca. Rot. Original: Segundo de Chomón. Colorizado artificialmente, como a maior parte das produções de Chomón da época, esse filme é um verdadeiro cortejo de sucessivos efeitos dos mais diversos. Um demônio (personagem habitual desde Méliès como pretexto para as trucagens e utilizado também por Chomón em outras produções) apresenta seus mais diversos poderes, dentre eles apreender várias mulheres numa garrafa, faze-las desaparecer ou levitar. Se as sobreposições espectrais sobre a imagem soam demasiado toscas aos olhos de mais de um século após, os efeitos de miniaturização como o presente no momento da apresentação das garrafas, em que o demônio inclusive se aproxima da câmera – recurso utilizado praticamente como única forma de se ter uma imagem mais próxima, já que embora planos mais aproximados já se fizessem presentes para destacar algum elemento em cena habitualmente desde o

O Dicionário Biográfico de Cinema#54: Marcello Mastroianni

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Marcello Mastroianni (1923-96), n. Fontana Liri, Itália M elancolia e desencantamento pós-coito brilham nos  olhos de Mastroianni. Alexander Walker analisou sua mescla de anunciado apelo sexual e verdadeira apatia no limite da impotência. Seja nas mãos de Sophia Loren nas comédias eróticas italianas, rebaixado por Jeanne Moreau em La Notte  [ A Noite ] (61, Michelangelo Antonioni ) ou demitido por Ursula Andress em La Decima Vittima  [ A Décima Vítima ] (65, Elio Petri), Mastroianni não ganha créditos de satisfação sexual. É possível então que seu apelo às mulheres se dê, por se encontrar parcialmente esgotado pela saciedade? Ou sua inércia é um incitamento às mulheres, a provocar a amorosidade delas? Seja qual for a resposta, Mastroianni é claramente apreciador de um mundo de sexualidade tão permissiva que passou a inventar contorções psíquicas: em seu caso, o homem vacilante - "O que compõe sua deficiência", escreve Walker "é a ilusão de seu grande público, em s

Filme do Dia: Barry Lyndon (1975), Stanley Kubrick

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  Barry Lyndon (Barry Lyndon, Reino Unido, 1975). Direção: Stanley Kubrick . Rot. Adaptado: Stanley Kubrick, baseado no romance de William Makepeace Thackeray. Fotografia: John Alcott. Música: Leonard Rosenman & The Chieftains. Montagem: Tony Lawson. Dir. de arte: Ken Adam & Roy Walker. Figurinos: Milena Canonero & Ulla-Britt Söderlund. Com: Ryan O´Neal, Marisa Berenson, Patrick Magee, Hardy Krüger, Murray Melvin, Marie Kean, Steven Berkoff, Gay Hamilton, Diana Körner, Leonard Rossiter, Leon Vitali, David Morley, Arthur O´Sullivan, Godfrey Quigley, Frank Middlemass.           No século XVIII, Redmond Barry (O´Neal), um irlandês de família quase sem posses, dificulta os planos de sua família para o casamento de sua prima Nora (Hamilton) com o oficial inglês de posses John Quinn (Rossiter). Bate-se em duelo com Quinn e após a morte desse foge para Dublin, onde é vítima de assalto e tem que se refugiar no Exército. Após um período de vicissitudes, culminando com a morte do ami