Filme do Dia: El Pejesapo (2007), José Luis Sepúlveda


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El Pejesapo (Chile, 2007). Direção,  Rot. Original e Montagem: José Luis Sepúlveda. Fotografia: Rodolfo Castro. Dir. de arte: Claudio Miranda. Com: Héctor Silva, Juan Caroca, Jessica Calderón, Alicia Astaburuaga, Yani Escobar, Barbarella Foster,  José Melo.
Homem (Silva) transtornado,  após ter tentado se matar, jogando-se no rio, busca acolhida em uma pequena comunidade que, via de regra, lhe é hostil. Sem maiores expectativas e privado de emprego e suporte, passa a se drogar, ao mesmo tempo que vê na sua proximidade com a travesti que encontra em um circo, Barbarella (Foster), algo que não encontra mais em relação a sua própria mulher  e filha. Porém, pouco tempo após, já não se encontra tão seguro assim de suas opções  e acabará admitindo que fica com quem lhe ajuda de imediato.
Filmado em vídeo e com um protagonista que parece demasiado próximo do próprio ator que o encarna, assim como os demais participantes do filme, aproximando-se por esse viés de certa produção brasileira que faz uso de apropriações semelhantes. Aqui um ator parece criar situações nas quais interage com pessoas da própria comunidade. O resultado, não raras vezes, investe na tensão de momentos que não chegam a ser dramaticamente resolvidos depois. Em meio a tais cenas, mais frequentes, existem àquelas que fazem referência ao passado ou a imaginação do protagonista. Tudo de uma forma tecnicamente, e também estilisticamente, toscas. As longas cenas parecem quase clamar para que o desconforto de seu personagem se transfira para o  espectador. Se tivesse uma construção visual mais bem articulada, de propósitos estéticos definidos, poder-se-ia compará-lo com as investigações de Pedro Costa sobre personagens à margem da sociedade em situações igualmente limítrofes tais como No Quarto da Vanda. A cena de sexo oral explícita entre o travesti e o protagonista busca certamente adicionar um efeito realista já endossado pelas situações semi-documentais, em que personagens se dirigem diretamente à câmera, tal como o comentário final do personagem principal, assim como pela imagem “suja”, esteticamente pouco elaborada da filmagem em vídeo, porém seu efeito é menos interessante que o mesmo uso em produções que buscam algo semelhante como 9 Canções ou The Brown Bunny. 90 minutos.

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