Filme do Dia: Cada Qual com Seu Destino (1943), Mario Bonnard


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Cada Qual com Seu Destino (Campo de’Fiori, Itália, 1943). Direção: Mario Bonnard. Rot. Original: Mario Bonnard, Aldo Fabrizi, Federico Fellini & Piero Tellini, a partir do argumento de Marino Girolami. Fotografia: Guiseppe la Torre. Música: Giulio Bonnard. Montagem: Gino Talamo. Dir. de arte: Giovanni Sarazani. Cenografia: Ferdinand Ruffo. Com: Aldo Fabrizzi, Caterina Boratto, Anna Magnani, Peppino De Felippo, Cristiano Cristiani, Rina Franchetti, Olga Solbelli, Luana Lori.
Peppino (Fabrizzi) é um vendedor de peixe no popular mercado de Campo de’ Fiori. Lá ele vive se altercando com a também vendedora Elide (Magnani). Encontra-se longe de seus pensamentos o casamento até o dia em que surge na feira a charmosa e rica Elsa (Boratto), sendo um caso de amor à primeira vista, ainda que somente por parte de Peppino. Ele faz tudo para agradá-la, chegando a lhe levar peixes em casa e preparar uma refeição especial, mas no final do jantar ela não cede aos avanços de Peppino. Posteriormente ele surgirá em seu apartamento em meio a um cassino improvisado que lá ocorre e, quando se prepara para sair, testemunha a chegada da polícia que prende todos que se encontram no local. Peppino consegue sair com relativa facilidade, mas não Elsa. Ela afirma que gostaria muito de rever seu pequeno filho, Carletto (Cristiani), que se encontra no interior. Peppino vai atrás do garoto e o leva para sua própria casa, afeiçoando-se da criança. Quando Elsa sai da prisão, Peppino vai buscá-la e a leva de encontro ao filho, porém nem assim ela demonstra qualquer sensibilidade para além da gratidão e amizade. Desesperançado, Peppino descobre que alguém o ama bem mais perto dele, Elide, com quem se casa.
Esse filme de Bonnard se encontra longe de demosntrar o mesmo talento de Mario Camerini para abordagens amorosas (Gli Uomini, Che Mascalzoni) ou mesmo de algumas produções de Mattoli (I 3 Aquilotti) ou Blasetti (O Coração Manda). Aqui, tudo se reduz a arquétipos de um realismo naturalista tão tacanho e inconvincente quanto alguns de seus cenários que pretendem reproduzir ruas da cidade. Acaba prevalecendo a saída que parecia não apenas mais verossímil quanto de certo modo mais ajuizada aos preceitos morais da época: o reconhecimento entre os pares de uma mesma classe social e a recusa de tentar fingir ser o que de fato não se é, reforçando de forma intensa o status quo e a auto-estima pequeno-burguesa. Ainda pior que tais clichês é a presença demasiado incisiva do garoto, à título de flerte com o público feminino ao qual esse filme provavelmente era prioritariamente dirigido. Talvez hoje em dia se torne mais interessante enquanto curiosa união da dupla de atores que voltaria a cruzar no célebre Roma: Cidade Aberta (1945), de Roberto Rossellini: Fabrizi e Magnani. Società Italiana Cines para ENIC.  95 minutos.

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