Filme do Dia: Ou Tudo ou Nada (1997), Peter Cattaneo
Ou Tudo ou Nada
(The Full Monty, Reino Unido, 1997)
Direção: Peter Cattaneo. Rot.Original: Peter Cattaneo. Fotografia: John de
Borman. Música: Anne Dudley. Montagem: David
Freeman & Nicholas Moore. Com: Robert Carlyle, Tom Wilkinson, Mark Add,
Paul Barber, Steve Huison.
Pai trintão desempregado que mora na zona industrial
de Sheffield observa embasbacado mulheres que vão se divertir em clube de
strip-tease masculino. Após frustradas tentativas de emprego, decide com um
grupo de amigos também desempregados montar uma diferente companhia de strip,
em que os homens (outros cinco metalúrgicos) que participam nada tem de
diferente no físico do homem comum. Tudo isso para voltar a ter a liberdade de
visitar o filho, que a mãe não mais pretende deixar vê-lo, já vivendo com outro
homem. A primeira tentativa, para uma platéia de apenas três mulheres (entre
elas, uma sobrinha de um deles) é um fracasso com a chegada da polícia e
posterior encaminhamento à delegacia. Mas, com a publicidade do caso, tornam-se
não só alvo de piadas como conhecidos, o que proporciona uma apresentação com
casa lotada.
Comédia
leve que, apesar da pretensão de apresentar como pano de fundo a situação de
crise na Inglaterra (como, aliás já fizeram, e melhor diga-se de passagem,
filmes como Segredos e Mentiras e Delicada Atração), resvala para
irritantes clichês que nem alguns divertidos momentos com o amadorismo dos
strippers consegue superar, sentimentalismo fácil, happy end tradicional etc. Algo semelhante, guardadas às devidas
comparações, a contemporânea produção brasileira O Homem Nu. Apropriando-se de um dos atores-símbolos do herói
proletário dos filmes de Ken Loach, Carlyle (Riff-Raff, Uma Canção para Carla), Cattaneo, pelo contrário, investe-o de uma ideologia oposta ao
lúcido realismo crítico dos filmes de Loach: para fazer sucesso basta ser criativo
com a própria miséria. 20th Century-Fox/Fox
Searchlight Pictures/Channel 4/Redwave. 90 minutos.
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