Filme do Dia: O Castelo Invencível (1951), Phil Karlson


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O Castelo Invencível (Lorna Doone, EUA, 1951). Direção: Phil Karlson. Rot.Adaptado: George Bruce, Jessy Lasky Jr. & Richard Schayer, baseado no romance de Richard D. Blackmore. Fotografia: Charles Van Enger. Música: George Duning. Montagem: Al Clark. Dir. de arte: Harold M. MacArthur. Cenografia: James Crowe. Figurinos: Jean Louis. Com: Barbara Hale, Richard Greene, Carl Benton Reid, William Bishop, Ron Randell, Sean McClory, Onslow Stevens, Lester Matthews, Orley Lindgren.
Na segunda metade século XVII, John Ridd (Lindgren) vê o pai fazendeiro ser assassinado pelo cruel clã dos Lorne, que explora todos os granjeiros da região, por conta do movimento de oposição que ele liderava. Quando adulto Ridd (Greene) continua a missão do pai e, juntamente, com outros sete granjeiros, decide atacar o castelo dos Lorne. Sabendo da ação, os Lorne, comandados pelo cruel Carver (Bishop) aprisionam os pais de todos os envolvidos e mata o primeiro deles. Ridd, apaixonado por Lorna Doone (Hale), que se encontra do seu lado, a acolhe no bosque, provocando a ira dos companheiros. Doone, soube pouco antes da morte de Sir Enson Doone (Reid), que na verdade ela não faz parte da família Doone. Os granjeiros e Lorna são capturados. John Ridd consegue buscar auxílio junto ao Rei Charles II (Matthews), porém no dia de seu casamento, Lorna sofre um atentado pelas mãos de Carver.
O clássico de Blackmore, originalmente publicado em meados do século XIX,  foi adaptado inúmeras vezes pelo cinema, sobretudo o mudo (entre outras cinco versões, a partir de 1911, conta com uma dirigida por Maurice Tourneur em 1922). Aqui consegue unir a trivialidade vulgar de suas cores e desenho de produção a um elenco igualmente de segunda linha, o que acaba provocando certa organicidade que evita o tom pretensioso de algumas produções baratas da época. O filme segue a rigor a estrutura melodramática do romance, recheada de golpes de efeito típicos que privilegiam o andamento da narrativa, como o fato de Lorna não ser da família Doone e sim uma das mais ricas herdeiras do país ocorrer no momento certo, assim como a morte de Enson Doone. Ainda que aparentemente também compartilhe com o melodrama a simpatia por heróis não monarcas, trata-se de fato uma antipatia somente com a aristocracia vil, no sentido de que o final selará não a necessidade de Lorna decair socialmente, mas sim a inclusão de Ridd como cavaleiro, o que o tornará compatível socialmente com sua amada. É evidente, portanto, que sua estrutura, voltada à época do lançamento do romance preferencialmente para o público feminino e aqui infanto-juvenil, encontra-se muito mais disposta a apostar nas virtudes e vilanias privadas, e no imbróglio amoroso do par central, do que em problematizar as relações de poder de então. O próprio Ridd demonstra essa contradição ao negar que um de seus homens abandone o grupo quando sabe da morte do pai tendo em vista a ação que planejam, afirmando ser mais importante a integração do grupo, mas pouco depois abandona o mesmo e a estratégia de ataque no momento adequado, o que levará ao aprisionamento de praticamente todos, para ir ao encontro de sua amada. Destaque para o papel de narrador efetuado pelo próprio Ridd, enfatizado logo ao início do filme e evocado ao longo do mesmo pela narração over. Edward Small Productions para Columbia Pictures. 88 minutos.

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