Filme do Dia: Fétiche (1933), Wladyslaw Starewicz




Fétiche (França, 1933). Direção,  Rot. Original, Fotografia e Dir. de arte: Wladyslaw Starewicz. Música: Edouard Flament.
Mãe pobre que não tem uma laranja para dar a seu filho, costura um cachorro de pelúcia que ganha vida com suas lágrimas e se aventura pelo mundo atrás da laranja nesse surpreendente curta que faz uso da mescla entre ação ao vivo e animação não a partir de desenhos, mas da utilização de stop motion com  bonecos. Técnica a qual Starewicz é um dos nomes e pioneiros (foi o realizador da primeira animação com bonecos em 1912). Tornou-se o primeiro de uma série programada para ter doze filmes, sendo que cinco foram produzidos.  É digno de se observar que apesar do encantamento infantil se fazer aqui presente, a crueldade e o horror não se encontram igualmente ausentes. É o caso do tétrico “inferno” no qual o pequeno cachorro irá ingressar, repleto de figuras horrorosas e que trapaceiam umas com as outras por interesses, de forma curiosamente próxima dos humanos. Tal lado algo “escatológico” ou digno do grand guignol também diz respeito a cabeças decepadas – como a dos bonecos que se aventuram pular do carro e são massacrados pelo trânsito – e sangue salpicando suas vestes. A graça com que o realizador articula a técnica que mescla ação ao vivo e animação não fica nada a dever aquela utilizada por pioneiros como os Irmãos Fleischer ainda que aqui não se explore o universo da auto-reflexividade. Gelma-Films. 26 minutos.

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