Filme do Dia: A Bit of Blue Ribbon (1913), Rollin S. Sturgeon
A Bit of Blue Ribbon
(EUA, 1913). Direção: Rollin S.Sturgeon. Rot. Original: Hanson Durham. Com:
Mary Charleson, Charles Bennett, Anne Schaefer, Bob Burns, Eagle Eye, Edward
Elkas.
Kitty
(Charleson) teve o pai (Bennett) atacado por um ladrão de cavalos mexicano
(Eye) e o namorado, Steve (Burns), injustamente acusado de ser o agressor, já
que o próprio mexicano chamou testemunhas do que teria sido o ataque. Para
complicar o pai de Kitty se encontra amnésico até o momento em que observa um
cavalo pela janela que o faz rememorar tudo. Kitty corre desesperadamente para
salvar o namorado, que já se encontra em vias de ser enforcado. Quando se
encontra próximo do local, encontra resistência do mexicano que foge no cavalo
dela. Ela traz uma fita azul de seu chapéu que é uma prova de que ele foi o
autor do crime. O grupo vai em seu encalço e o mata. Mary e Steve vão com o
grupo e o corpo do mexicano até a casa de seus pais.
Ao
contrário da maior parte dos planos que iniciam uma narrativa nos filmes da
companhia, nesse não temos dois ou mais personagens, mas o protagonista
correndo em direção à casa de sua amada em plano médio e não americano. A
figura do mexicano como vilão, mais que habitual então, e não incomumente como
ladrão de cavalos como aqui (e em At the End of the Trail) se encontra
presente, surgindo com uma audácia ardilosa inédita, já que ao mesmo tempo
que atira nos dois homens, busca ajuda deles para incriminar o herói. Como
se não bastasse tudo isso, ele anda sempre de forma furtiva. Ao contrário de
Griffith, não se faz uso da montagem paralela para enfatizar o suspense com
relação ao “salvamento no último momento”. O mesmo se dá com as cenas de
perseguição ao mexicano, em que se espera que tanto o perseguido como o grupo
que o persegue cruzem o quadro para se passar adiante na montagem, uma tradição
herdada dos filmes de perseguição de quase dez anos antes. Comicamente, o grupo que se lança a perseguir
o mexicano deixa o herói ainda literalmente com a corda no pescoço.
Curiosamente aqui a mulher desempenha um papel muito mais ativo que seu amado,
que apenas sofre a ação do bandido e nem sequer participa da perseguição e
justiçamento final. Destaque para a bem articulada imagem do cavalo na janela,
sendo um elemento material que desperta o gatilho da memória do pai de
Kitty. Vitagraph Co. of America para
General Film Co. 11 minutos e 4 segundos.
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