Filme do Dia: The Love of Zero (1927), Robert Florey
The Love of Zero (EUA, 1927). Direção: Robert Florey. Rot. Original:
Slavko Vorkapich, sob argument de Florey. Fotografia: Gregg Toland & Slavko
Vorkapich. Dir. de arte: William Cameron Menzies. Com: Joseph Marievski, Tamara Shavrova, Anielka Elter, Cap.
Marco Elter, Arthur Hurni.
Num domingo, um saxafonista, Zero (Marievski) se apaixona
por Beatrix (Shavrova). Em pouco tempo eles se tornam um casal inseparável, até
que Beatrix recebe uma carta do Grão Vizir, exigindo seu retorno imediato ao
Afeganistão. Para sofrimento de ambos, o casal se separa. Zero ainda tenta o
amor de outra mulher (Elter), que escarnece dele. Chega a notícia da morte de
Beatrix.
Realizado aparentemente ainda com menos recursos que seu The Life and Death of 9413, a Hollywood Extra, Florey, com o auxílio de talentosos colaboradores, demonstra um
grande talento para expressar sua fábula, visivelmente inspirada no estilo
expressionista de O Gabinete do Dr.Caligari (1919). Suas janelas retorcidas, inscrições de letras na imagem e
uso vibrantemente simbólico de uma cenografia sumária, para não falar da cena
na qual o saxofonista se encontra empoleirado no alto de uma cadeira e sua
amada está embaixo, provocando um efeito de distorção perspectiva, todos são
evocativos do filme de Wiene. Com planos que não duram mais que frações de
segundo e evidente desprezo pelas regras do naturalismo também no modo como os
personagens são maquiados ou se movimentam em cena – particularmente na
sequencia em que a prostituta, após rir do herói, acaba saindo com dois
clientes. Florey usa e abusa igualmente das sobreimpressões e efeitos ópticos,
em planos/contraplanos bastante originais, com a imagem dos amantes
multiplicada em várias. O filme não apresenta mais do que duas cartelas, ambas
com informações sumárias. Florey-Menzies Prod. 15 minutos.
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