Filme do Dia: Mão Morta Bate na Porta (2008), Ramón Costafreda

Poster Ma morta, truca a la porta!
Mão Morta Bate na Porta (Má Morta, Truca a la Porta, Espanha, 2008). Direção: Ramón Costafreda.  Rot. adaptado:  Miguel Obiols, baseado no romance de Serge Pamiès de Si Menges una Limona Sense for Ganyotes. Fotografia: Xavier Gil. Música: Xavier Font & Arturo Vaquero. Montagem: Guillermo Represa. Com:  Pablo Derqui, Georgina Amorós, Carlos Blanco, Helena Carrión, Leticia Dolera.
Em Barcelona, o escritor de livros infantis Jan (Derqui), após ter decidido não mais se relacionar com ninguém e apenas viver com sua filha de sete anos Nora (Amorós) muda de opinião após a trágica morte da filha. Já a diarista colombiana Cláudia, mãe solteira, possui uma obsessão mórbida. O casal bem sucedido de advogados Ernest (Blanco) e Júlia (Carrión) não possui mais uma vida afetiva intensa. Certa noite, Ernest descobre entre as coisas da esposa um vibrador. Pili (Dolra), solitária atendente de uma livraria freqüentada por Jan e Nora. O segurança Gasull, que não consegue associar sexo e afetividade e vive com sua idosa mãe. O melancólico Dalmau que tem fantasias com a morte para descobrir se é  amado ou não.
Ainda que o filme certamente remeta a uma tradição recente do multiplot norte-americano, inclusive no modo um tanto quanto devastador e desesperançado com o qual observa seus insólitos personagens, há algo de peculiar nessa produção realizada para a TV. Com interpretações um tanto quanto mais sofríveis que seus equivalentes norte-americanos e uma péssima trilha sonora, há talvez algo de original no modo como em duas de suas mais destacadas narrativas é justamente a morte de um dos seus envolvidos que propiciará um melhor relacionamento afetivo por parte de seus próximos. Algo que pode ser percebido igualmente em seu final, no qual é efetivado um relativamente bem sucedido toque metanarrativo que acentua o caráter ficcional do próprio filme. Dito isso, como é comum acontecer em narrativas com múltiplos enredos, pode-se perceber algumas mais bem delineadas que outras e, pior de tudo, uma certa falta de coerência em seu tom de absurdo, variando de modo pouco equilibrado entre o abertamente cômico e o trágico. Há uma sensível melhora após um prólogo nada auspicioso. Diagonal TV/Ficción Producciones/TV3/TVG para TV3-TVG.



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