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Filme do Dia: Assim Era a Atlântida (1974), Carlos Manga

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Assim Era a Atlântida (Brasil, 1974). Direção: Carlos Manga. Rot. Original: Carlos Manga & Sílvio de Abreu. Fotografia: Antônio Gonçalves. Música: Lírio Panicalli & Leo Perachi. Montagem: Waldemar Noya. Intercalando cenas de 17 filmes realizados pelos Estúdios Atlântida entre 1942 e 1962 com depoimentos contemporâneos de alguns de seus maiores astros (Grande Othelo, Fada Santoro, Anselmo Duarte, Norma Bengell, José Lewgoy, Eliane Macedo, etc.), o filme se institui no gênero do documentário de compilação sobre uma determinada produção cinematográfica. Por volta da mesma época na qual a MGM havia lançado seu  Era uma Vez em Hollywood , Manga (o mais notável realizador do estúdio) dirige esse tributo igualmente nostálgico, mesmo que curiosamente os valores de produção associados com a produtora americana fossem da concorrente da Atlântida, a Vera Cruz. Obviamente não se trata de efetivar uma leitura crítica da produção do período e sua ressonância inegável na produção bra

Filme do Dia: Le Moine et le Poisson (1994), Michael Dudok de Wit

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L  e Moine et le Poisson (França, 1994). Direção, Rot. Original e Dir. de arte: Michael Dudok de Wit. Música: Serge Besset. Montagem: Hervé Guichafd. Essa graciosa animação a partir de seus traços básicos, que correspondem igualmente a uma ideia central – a da perseguição de um peixe por um monge enquanto metáfora para a própria busca humana – possui na música seu principal eixo de estruturação narrativa. Folimage Valence Production. 6 minutos e 21 segundos.

Filme do Dia: Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (2018), Renée Nader Messora & João Salaviza

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C huva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (Brasil/Portugal, 2018). Direção e Rot. Original: Renée Nader Messora & João Salaviza. Fotografia: Renée Nader. Montagem: Ricardo Alves Jr., Thiago Macêdo Correia, José Edgar Feldman, René Nader Messora & João Salaviza. Com: Henrique Ihjãc Krahô, Raene Kôtô Krahô, Douglas Tiepe Krahô, Iasmin Krapej Krahô, Osmar Kwycaké Krahô. Ihjãc (Ihjãc Krahô) é um jovem índio atormentado pelo recente falecimento do pai e pela pressão do grupo em que vive para que assuma o seu papel como pajé. Ele possui um filho pequeno com Kôtô (Kôtô Krahô). Por um tempo ele tenta a sorte em uma cidade, vagando por estradas e entidades assistenciais, antes de retornar e enfrentar a festa solene em que toda a comunidade se despede do espírito de seu pai. Após o ritual, no entanto, confidencia à Kôtô que ainda segue pensando no pai. Fazendo emergir a dimensão ficcional dos próprios atores naturais envolvidos, a dupla de realizadores consegue uma proeza não pequen

Filme do Dia: Soy Cuba, O Mamute Siberiano (2005), Vicente Ferraz

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s oy Cuba, O Mamute Siberiano (Brasil, 2005). Direção e Rot. Original: Vicente Ferraz. Fotografia: Tareq Daoud & Vicente Ferraz. Música: Jenny Padrón. Montagem: Dull Janiel & Mair Tavares. Documentário que revisita o caso único da produção grandiloquente Sou Cuba (1964), considerado um exemplo temporão de realismo socialista, quando de seu lançamento, desagradando tanto a cubanos quanto soviéticos, que pela primeira vez se uniram num esforço de 14 meses para a realização do filme, e que foi “redescoberto” no final dos anos 1990 por Coppola e Scorsese , sendo relançado em cópias novas e chegando ao mercado de vídeo. O tocante do filme, apoiado sobretudo em imagens de arquivo, do próprio filme e depoimentos com os sobreviventes da produção, é o que consegue suscitar com relação a própria experiência da vida e a aos caprichos momentâneos do que pode ser considerado um sucesso ou fracasso. Nesse sentido é justamente ao sugerir que se encerra, após a desastrosa estreia d

Filme do Dia: O Estranho (1946), Orson Welles

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O Estranho ( The Stranger , EUA, 1946) Direção: Orson Welles. Rot.Original: Orson Welles, Anthony Veiller & John Huston, baseado no argumento de Victor Trivas. Foto: Russell Metty. Música: Branislaw Kaper. Com: Orson Welles, Loretta Young, Edward G.Robinson, Philip Merivale, Richard Long, Biron Keith.          Charles Rankin (Welles) é professor do ginásio da pacata Harper, cidade interiorana americana. Espécie de cidadão acima de qualquer suspeita na cidade, sua tranquilidade será ameaçada com a chegada de um ex-colaborador que sabe sua verdadeira identidade - a de líder nazista. Temendo que alguém reconheça sua ligação com o visitante, Raskin assassina-o no mesmo dia em que casará com Mary Longstreet (Young), último estágio para à afirmação de sua completa credibilidade na cidade e afastar qualquer suspeita de seu passado - Mary é filha do renomado diretor do ginásio, americana e, para completar, de origem judia. O detetive Wilson (Robinson), no entanto, que seguia os pass

Filme do Dia: O Forasteiro Solitário (1940), Hugh Harman

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O Forasteiro Solitário (The Lonesome Stranger, EUA, 1940). Direção: Hugh Harman. Música: Scott Bradley.     Xerife aloprado vai tentar enfrentar um bando de valentões que está praticando o terror em uma cidadezinha do Velho Oeste.     A excelente qualidade do traço dessa animação e algumas engenhosas tiradas auto-reflexivas, não o fazem exatamente torna-lo ao nível da animação da Warner. A maior parte dos momentos engraçados é vinculada à lógica do gênero western, como a do cavalo que faz o efeito de tropel de seus próprios cascos, nada exatamente muito original, mas dentro de um formato que pela quantidade e ligeireza não poderia ser tão distinto. De toda forma, uma produção divertida. O personagem do forasteiro solitário que dá nome ao título é praticamente um antípoda da persona de seu equivalente no cinema de ação ao vivo: nada atraente, bronco e desajeitado. Hugh Harman Prod./MGM. 9 minutos e 16 segundos.

Filme do Dia: Vereda Tropical (1977), Joaquim Pedro de Andrade

Vereda Tropical (Brasil, 1977). Direção:   Joaquim Pedro de Andrade . Rot. Adaptado: Joaquim Pedro Andrade, a partir do conto de Pedro Maia Soares. Fotografia: Kimihiko Kato. Montagem: Eduardo Escorel. Cenografia e Figurinos: Pedro Nanni. Com: Cláudio Cavalcanti, Carlos Galhardo, Cristina Aché. Acadêmico que se encontra escrevendo sua tese de pós-graduacão é tarado por melancias e conta sobre suas aventuras amorosas a uma amiga também pós-graduanda. Ao final, acaba convencendo sua amiga a também se tornar adepta do sexo com legumes e frutas. Curioso episódio realizado para longa-metragem de igual título, cuja dimensão paródica permanece um tanto quanto obscura – sátira a inocuidade do mundo acadêmico diante da ditadura? Ao cinema romântico pausterizado guiado pelo cânone melodramático? Mais importa, no entanto, seu  nonsense  construído a partir de situações de dialogo aparentemente realistas ou a hilária seqüência inicial do ato sexual precoce com a melancia ou ainda a afetação hom