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Mostrando postagens de setembro, 2023

Filme do Dia: Cabra Marcado para Morrer (1984), Eduardo Coutinho

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  C abra Marcado para Morrer (Brasil, 1984). Direção: Eduardo Coutinho . Fotografia: Fernando Duarte & Edgar Moura. Música: Rogério Rossini. Montagem: Eduardo Escorel. Esse documentário de Coutinho é não só um dos melhores do gênero, como um dos melhores filmes do cinema nacional em todos os tempos. Partindo em 1981, para reencontrar os membros do elenco do filme homônimo que reconstituía em ficção o assassinato do líder das Ligas Camponesas de Sapê, município da Paraíba, João Pedro Teixeira, morto a mando de latifundiários locais, em 1962, o cineasta consegue um pungente painel da realidade brasileira, sobretudo a dos camponeses nordestinos, em que política, memória, subjetividade e cinema se entremeiam com efeito ímpar. Iniciado em 1964, no Engenho Galileia, em Pernambuco, contando com a participação de Elizabeth Teixeira, viúva de João, a produção do filme foi interrompida com o golpe militar de alguns meses depois. Através do retorno da produção ao local, no entanto, não só

Filme do Dia: Madame Satã (2002), Karim Aïnouz

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  M adame Satã (Brasil/França, 2002). Direção e Rot. Original: Karim Aïnouz. Fotografia: Walter Carvalho. Música: Sacha Amback. Montagem: Isabela Monteiro de Castro. Dir. de arte: Marcos Pedroso. Figurinos: Rica Murtinho. Com: Lázaro Ramos, Marcélia Cartaxo,   Flávio Bauraqui, Felippe Marques, Emiliano Queiroz, Renata Sorrah, Guilherme Piva, Ricardo Blat, Gero Camilo. No Rio dos cortiços, prostitutas, malandros e valentões da década de 1930 sobressai-se a figura de João Francisco dos Santos (Ramos). Homossexual assumido, ele enfrenta com violência todas as formas de discriminação que a sociedade procura lhe impor. Seja a cantora de cabaré Vitória dos Anjos (Sorrah), para quem trabalha como assistente de camarim e que admira e imita secretamente, e que acaba por quase matar num acesso de fúria, após ser humilhado. Seja o delegado de polícia que pretende prende-lo pelo dinheiro que retirou do cabaré por não ser pago a meses ou ainda o homem (Blat), que após sua apresentação em um bar d

Filme do Dia: O Professor Bachmann e a Sua Turma (2021), Maria Speth

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  O   Professor Bachmann e a Sua Turma ( Herr Bachmann und Seine Klasse , Alemanha, 2021). Direção Maria Speth. Rot. Original Maria Speth & Reinhold Vorschneider. Fotografia Reinhold Vorschneider. Montagem Maria Speth. O que se torna o mais encantador desta proposta paradoxalmente é a que igualmente também pode suscitar maiores questionamentos. Sua aproximação com a vida parece sugerir uma ausência de esforço tão grande, a ponto de se questionar o valor artístico em si. E tudo azeitado por opções bastante reconhecidas de um cinema contemporâneo. Trata-se de um documentário ou ficção? Ao nos indagarmos a respeito, inicialmente,  trazemos junto, de reboque, que seja qual for a resposta, há uma notória aproximação com seu reverso, ou seja, se for ficção é muito próxima da linguagem documental e vice-versa. Cabe ainda neste receituário, os cortes secos com câmera fixa, a ausência de trilha sonora. Há temas sensíveis a realidade de boa parte do globo, e particularmente da Europa e

Filme do Dia: Execution of Czolgosz with Panorama of Auburn Prison (1901), Edwin S. Porter

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  E xecution of Czolgosz with Panorama of Auburn Prison (EUA, 1901). Direção: Edwin S. Porter. Essa dramatização da pena de morte do assassino do presidente americano MacKinley é precedido de uma lenta panorâmica documental que apresenta a prisão real onde ocorreu o evento. O choque entre as imagens documentais e a evidente encenação que se segue não parecia ser problemática à época e a própria natureza mista do filme se apresenta no seu título partilhado. Filmes que apresentavam execuções eram bastante comuns na época (por exemplo, o final de A História de um Crime ), muito deles produzidos igualmente por Edison (como The Execution of Mary, Queen   of Scots ). Edison Manufacturing Co. 4 minutos.

Filme do Dia: Opening the Williamsburg Bridge (1904), G.W. Bitzer

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  O pening the Williamsburg Bridge (EUA, 1904). Fotografia: G.W. Bitzer Flagrante da inauguração formal da famosa ponte, à época a maior ponte suspensa do mundo, e uma das que se tornaria marca registrada da cidade de Nova York, embora longe da fama da sua colega do Brooklyn. Do fllme não se pode deparar grande coisa. Uma tropa de policiais montados à cavalo se segue um pequeno grupo de jornalistas fotográficos e logo quase colados a esses vem a comitiva do prefeito da cidade. Um dos trunfos dessa produção, ao menos para o provável propósito ao qual se adequa, é efetuar uma muito discreta panorâmica à esquerda, fazendo como quase que por encanto deixemos de observar os coadjuvantes do ritual do poder à distância para observarmos a comitiva do prefeito e autoridades de forma bem mais próxima do reconhecimento. O prefeito em questão é Seth Low, que à época do lançamento desse já havia sido derrotado por George McClellan (que pode ser observado em ação no contemporâneo Annual Parade, Ne

Filme do Dia: Between Two Dawns (2021), Selman Nacar

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  B etween Two Dawns ( Ik Safak Arasinda , Turquia/Romênia/França/Espanha, 2021). Direção e Rot. Original Selman Nacar. Fotografia Tudor Vladimir Panduru. Montagem Bugra Dedoglu, Melik Kuru & Selman Nacar. Dir. de arte Alceste Tosca Wegner. Figurinos Nilüfer Güzel. Com Mucahit Kocak, Nezaket Erden, Ünal Silver, Bedir Bedir, Burcu Gölgedar, Erdem Senocak, Mustafa Sönmez, Cihat Suvarioglu. Kadir (Kocak) é gerente e responsável em uma indústria de tecelagem erguida pelo pai (Silver), tendo que se deparar com a pressão crescente de uma entrega iminente, que gera estresse em todos e, com o maquinário avariado, o acidente de um operário, Mahmut (Sönmez) e a articulação dos interesses da empresa, e do advogado (Senocak) da mesma, para que Serpil (Erden), a mulher do operário, concorde em assinar um documento que ateste o uso de álcool pelo marido, provocando a ira do irmão, que só não o agride, porque é detido por outros familiares. Ao mesmo tempo, Kadir sofre pressão da namorada,

O Dicionário Biográfico de Cinema#202: Will Rogers

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  Will Rogers   (1879-1935), n. Cologah, Oklahoma A inda que seus filmes sejam raramente revistos estes dias, e muitos jovens cinéfilos nunca o tenham visto, Will Rogers foi uma das mais reflexivas e influentes estrelas de cinema. Ele foi uma apresentação soberbamente habilidosa de bom senso sincero. Todo instinto americano que deveria existir um espaço, de não sofisticada sabedoria, que reside nas serras e nas varandas das pequenas cidades, e que sua simpatia natural e desinstruída com ordem deve, ao mesmo tempo, ser totalmente vencedora, charmosa e talentosa, era justificada em Will Rogers. Ele é o nobre selvagem vendável, o narrador casual que pisa nitidamente entre o barril de biscoitos e o fascismo, intrigado se seu passeio tímido era espontâneo ou astutamente roteirizado. A  filosofia de Rogers era reacionária, desanimadora, e provinciana, a despeito de qualquer afetação de bonomia ou tolerância. Ele desprezou ideias e pessoas que as sustentaram, baseando-se em uma vaga evolução,

Filme do Dia: Launch of Life Boat (1897), James H. White

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  L aunch of Life Boat (EUA, 1897). Direção: James H. White Apenas uma visada mais cuidadosa pode perceber já no primeiro contato com esse filme de dois planos o momento no qual o bote desce a rampa e chega a água. Há uma inexplicável falta de continuidade, ao menos para os padrões contemporâneos, pois aparentemente toda a ação findaria no barco imobilizado, já que  logo após sua descida na rampa se orienta para o lado oposto de onde deveria ir e praticamente fica imobilizado junto ao paredão do passeio. Porém, subitamente o vemos já afastado do mesmo e com toda a sua tripulação, que aparenta ser elitizada pelos trajes, remando. A ausência da percepção de se tratar de um barco a remo e da própria descida do mesmo pelos trilhos ao início talvez se deva ao fato da imagem se encontrar também bastante precária.  Edison Manufacturing Co. 27 segundos. Postada originalmente em 24/09/2018

Filme do Dia: O Preço de um Homem (1953), Anthony Mann

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  O   Preço de um Homem ( The Naked Spur , EUA, 1953). Direção Anthony Mann. Rot. Original Sam Rolfe & Harold Jack Bloom. Fotografia William C. Mellor. Música Bronislaw Kaper. Montagem George White. Com James Stewart, Janet Leigh, Robert Ryan, Ralph Meeker, Millard Mitchell. 1868, Colorado. Howard Kemp (Stewart) é o homem da lei que se deslocou por centenas de milhas em busca do procurado pelo assassinato de uma autoridade, Ben Vandergroat (Ryan). Com o auxílio das pistas indicadas pelo caçador de ouro Jesse Tate (Mitchell) e da energia física do soldado yankee, afastado das tropas por ser considerado “instável”, Roy (Meeker). Ben possui sob sua influência a jovem Lina (Leigh), cujo pai, seu amigo, foi morto em um assalto a banco. Kemp decide levar Ben e ter acesso a recompensa, porém a travessia, juntamente com os outros quatro, não será destituída dos mais diversos obstáculos. Um grupo de índios busca a figura de Roy e Kemp ordena o afastamento deste do grupo. Porém quand

Filme do Dia: Caminhos Ásperos (1953), John Farrow

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  C aminhos Ásperos ( Hondo , EUA, 1953). Direção John Farrow . Rot. Adaptado James Edward Grant, a partir de um conto de Louis l’Amour. Fotografia Robert Burks & Archie Stout. Música Hugo Friedhofer & Emil Newman. Montagem Ralph Dawson. Dir. de arte Alfred Ybarra. Guarda Roupa Carl Walker. Maquiagem Web Overlander. Com John Wayne, Geraldine Page, Ward Bond , Michael Pate, James Arness, Rodolfo Acosta, Leo Gordon, Tom Irish, Lee Aaker. Hondo (Wayne) se aproxima de Angie (Page) e do garoto Johnnie (Aaker), filho dela. Após um contato romântico inicial, algo entravado pelo fantasma do marido de Angie, Ed Lowe (Gordon), desaparecido há tempos. Quando abandona a família, Hondo tem um conflito na cidade com ninguém menos que Ed, que o acusa falsamente de roubar seu cavalo. Ele segue Hondo e ambos são atacados por um grupo de índios, salvando-lhe   a vida, quando é atacado por índios. Porém, Ed tenta esquivamente mata-lo e é morto.   Os índios, liderados por Vittorio (Pate),

Filme do Dia: Ante Ele Toda Roma Tremia (1946), Carmine Gallone

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  A nte Ele Toda Roma Tremia ( Avanti a Lui Tremava Tutta ,  Roma, Itália, 1946). Direção: Carmine Gallone. Rot. Original: Gaspare Cataldo, Carmine Gallone & Gherardo Gherardi. Fotografia: Anchise Brizzi. Montagem: Niccolò Lazzari. Dir. de arte: Gastone Medin. Com: Anna Magnani, Tito Gobbi, Hans Hinrich, Gino Sinimberghi, Edda Albertini, Guido Notari, Tino Scotti, Giuseppe Varni. Ada (Magnani) e Marco (Gobbi) fazem parte de um grupo de resistência italiana a ocupação alemã, Marco escondendo em sua casa o inglês Frank (Sinimberghi). O esconderijo acaba sendo descoberto, e Ada, e principalmente Marco, tornando-se suspeitos de conspiração as forças alemãs, cujo comandante (Hinrich), profundo admirador do talento de Ada, por quem parece nutrir uma paixão secreta, assiste com a atenção a montagem de Tosca , protagonizada pelo casal. A exibição da ópera ocorre de forma tensa e, no ápice dramático, no qual o herói será fuzilado pelas forças napoleônicas, um alcapão é aberto por outros m

Filme do Dia: Ciao Maschio (1978), Marco Ferreri

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  C iao Maschio (Itália/França, 1978). Direção: Marco Ferreri. Rot. Original: Marco Ferreri, Gérard Brach & Rafael Azcona. Fotografia: Luciano Tovoli.Música: Philippe Sarde. Montagem: Ruggero Mastroianni. Dir. de arte: Dante Feretti. Cenografia: Bruno Cesari. Com: Gérard Depardieu, Marcello Mastroianni, James Coco, Geraldine Fitzgerald, Abigail Clayton, Stefania Casini, Mimsy Farmer, Avon Long. Gerard Lafayette (Depardieu) é muito próximo do anarquista solitário, Luigi (Mastroianni), que também trabalha para Andreas Waxman (Coco) em seu excêntrico museu de cera. Lafayette também estagia em um grupo teatral sexista, onde chega a ser sexualmente abusado pelas atrizes. Uma delas, Angelica (Clayton), passa a manter um relacionamento com Gerard. Certo dia, Luigi encontra King Kong morto nas areias de uma praia próximo de Nova York, assim como seu filhote chimpanzé, que Gerard adota como filho. Após um tempo de convivência com Angelica, essa lhe conta que se encontra grávida. Diante de

Filme do Dia: Children of the Age (1915), Yevgeny Bauer

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  C hildren of the Age ( Deti Veka , Rússia, 1915). Direção: Yevgeny Bauer. Rot. Original: M. Mikhailov. Fotografia: Boris Zavelev. Dir. de arte: Yevgeny Bauer. Com: Arseni Bibikov, V. Glinskaya, Ivan Gorskij, Vera Kholodnaya, S. Rassatov, A. Sotnikov. Maria (Kholodnaya) leva uma vida tranquila com o marido, Lobovich (Sotnikov) e o filho recém-nascido até reencontrar uma amiga da juventude, Lidija (Glinskaya), que a leva a um mundo desconhecido de festas, coqueterias, galanteios e flertes. Um dos mais insistentes é Lebedev (Bibikov), que é recusado enfaticamente por Maria em um parque e sobre quem Lidija afirma ter ascendência sobre o marido no banco em que esse trabalha. De fato, pouco tempo depois Lobovich é demitido. Lobovich conta tudo a Maria, mas essa, mesmo impactada com a notícia, não deixa de frequentar as reuniões de Lidija e seus amigos, cedendo aos galanteios incisivos de Lebedev, e decidindo abandonar o marido para ir morar com ele. Depois disso, não se dando por satisfe

Filme do Dia: Transport de la Cloche de l'Indépendence (1896), Gabriel Veyre

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  T ransport de la Cloche de l’Indépendence (França, 1896). Fotografia: Gabriel Veyre. Partindo de um ângulo perpendicular e um pouco mais elevado de onde se encontram os populares, típico da fotogenia das produções do estúdio, tem-se um registro de um trecho da procissão militar que carrega o sino da independência, certamente algo de uma mitologia vinculada a objetos que remetem à sua ascendência sagrada anterior, agora no campo dos rituais republicanos, que como a própria parada e sua assistência atestam, tampouco deixam de lembrar ritos religiosos. Compõe o conjunto de filmes que o operador Veyre efetuou no México e que hoje podem ser tidas como imagens fundacionais da nação mexicana no cinema. Número 346 do Catálogo do estúdio. Lumière. 55 segundos.  

O Dicionário Biográfico de Cinema#201: Virginia McKenna

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  Virginia McKenna , n. Londres, 1931 H ouve um momento em meados dos anos 50 (uma recordação adolescente) que Virginia McKenna parecia ter um apelo romântico que era inseparável do heroísmo e sofrimento. Em seus dois melhores momentos - A Town Like Alice  [ Mulheres Fugitivas ] (56, Jack Lee), com Peter Finch, e Carve Her Name with Pride [ Amanhã Sorrirei Outra Vez ] (58, Lewis Gilbert) - ela é uma pálida vítima da guerra (em um campo de prisioneiros japoneses, e na resistência francesa). A tortura está no ar mas sua coragem é irretocável. McKenna foi uma loura britânica, com características esculturais, e ela tinha uma carregada bonomia. Aliás, a prontidão dela de demonstrar esta gentileza às pessoas (nas telas) estava para ser superado por seu abraço nos animais. Décadas após, a Srta. McKenna ganhou uma medalha da Ordem do Império Britânico, por seus serviços às artes e à vida selvagem. Se ao menos a vida nas artes pudesse ter sido um pouco menos selvagem.  E la foi educada na Centr

Filme do Dia: O Silêncio do Mar (1949), Jean-Pierre Melville

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  O   Silêncio do Mar ( Le Silence de la Mer , França, 1949). Direção: Jean-Pierre Melville. Rot. Adaptado: Jean-Pierre Melville, a partir do conte de Vercors. Fotografia: Henri Decaë. Música: Edgar Bischoff. Montagem: Henri Decaë & Jean-Pierre Melville. Com: Howard Vernon, Nicole Stéphane, Jean-Marie Robain, Ami Aaröe, Georges Patrix, Denis Sadier, Rudelle, Max Fromm. 1941. Numa pequena vila francesa, à época da dominação alemã, um oficial desse país, o Tenente Werner (Vernon), recusa o castelo que lhe foi oferecido, e prefere ocupar um cômodo na casa de um senhor de meia-idade (Robain), que divide a morada com sua jovem e bela sobrinha (Stéphane). Tio e sobrinha decidem ignorar Werner, que desfia longos monólogos sem que nenhum dos dois reaja verbalmente. Amante da cultura francesa, Werner se sente em desvantagem quando o grupo de oficiais alemães afirma que a dominação sobre a França se dará igualmente pela cultura, não mais permitindo obras literárias de autores franceses. Quan

Filme do Dia: A Fonte dos Desejos (1954), Jean Negulesco

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  A   Fonte dos Desejos ( Three Coins in the Fountain , EUA, 1954). Direção: Jean Negulesco. Rot. Adaptado: John Patrick, basedo no romance de John H. Secondari. Fotografia: Milton R. Krasner. Música: Jule Styne & Victor Young. Montagem: William Reynolds. Dir. de arte: John De Cuir & Lyle R. Wheeler. Cenografia: Paul S. Scott & Walter M. Scott. Figurinos: Dorothy Jeakins. Com: Dorothy McGuire, Clifton Webb, Jean Peters, Louis Jourdan, Maggie McNamara, Rossano Brazzi, Howard St. John, Cathleen Nesbitt. A jovem e casadoira americana Srta. Frances (McGuire) vai morar na Itália, dividindo o apartamento com outras duas secretárias, Anita (Peters) e a madura Maria (McNamara). Um dos primeiros locais que conhece é a célebre Fontana di Trevi, onde joga uma moeda esperando que o sonho de encontrar seu princípe encantado se realize. Não apenas ela se sente atraída por um verdadeiro princípe, Dino (Jourdan),  como sua amiga Maria resolve aproximar-se do escritor para quem há anos tr

Filme do Dia: Travessuras Árticas (1930), Ub Iwerks

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  T ravessuras Árticasctic Antics (EUA, 1930). Direção: Ub Iwerks. Dizem que Iwerks implementou o padrão que seria seguido pelas animações da Disney e essa animação parece ser a comprovação disso. Mesmo ainda destituída de cores, importa menos qualquer pretensão narrativa mais fechada, do que apresentar uma série de animais polares – incluindo um Mickey albino! – em coreografias, nas quais o movimento dos mesmos parece ser ditado antes pelo ritmo de sua trilha musical. Quando se fala em séries não se deve secundarizar o efeito, tal como nos musicais de Busby Berkeley, em que coreografias de pingüins, morsas ou o que seja, evoluem, e o   efeito “abstrato” que tal dimensão pode sugerir, menos pela representação gráfica do que resulta da coreografia coletiva, como em Berkeley , que pela recusa de personagens principais ou de uma trama narrativa mais conseqüente. Tampouco é incomum que tais grupos deixem de possuir elementos “anômalos” ao padrão homogeneizador – no caso dos pingüins, doi

Filme do Dia: A Gaiola das Loucas (1996), Mike Nichols

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  A   Gaiola das Loucas ( Birdcage , EUA, 1996). Direção: Mike Nichols. Rot. Adaptado: Elaine May, baseado no roteiro de Francis Veber, Edouard Molinaro, Marcello Danon e Jean Poiret e na peça de Poiret La Cage Aux Folles . Fotografia: Emmanuel Lubezki. Música: Mike Mothersbaugh. Montagem: Arthur Schmidt. Dir. de arte: Bo Welch & Tom Duffield. Cenografia: Cheryl Carasik. Figurinos: Ann Roth. Com: Robin Williams, Nathan Lane, Gene Hackman, Dianne Wiest, Dan Futterman, Calista Flockhart, Hanz Azaria, Christine Baranski. Armand (Williams) e Albert Goldman (Lane) são um casal gay que tem sua vida transformada quando o filho de Armand, Val (Futterman) decide casar-se com a filha do   senador conservador Kevin Keeley (Hackman), Barbara (Flockhart). Armand, então, tem que tanto mudar completamente a mobília do apartamento em que vive, como administrar os chiliques e maneirismos que seu companheiro, mais efeminado, pode provocar no jantar. Inicialmente pensando em mandar Albert para outr

Filme do Dia: Domingo à Tarde (1965), António de Macedo

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  D omingo à Tarde (Portugal, 1965). Direção: António de Macedo. Rot. Adaptado: António de Macedo, a partir do romance de Fernando Namora. Fotografia: Elso Roque. Montagem: António de Macedo. Com: Isabel de Castro, Ruy de Carvalho, Isabel Ruth, Alexandre Passos, Constança Navarro, Fernanda Esmeralda, Fernanda Borsatti, Fernanda de Figueiredo. Jorge (Carvalho), introspectivo e pouco comunicativo, envolve-se emocionalmente com uma paciente sua, Clarisse (Castro), que se encontra em estado terminal de leucemia. Apesar de seus esforços, Clarisse segue o mesmo destino reservado a maior parte dos pacientes de Jorge. Com a mesma bossa distanciada e fria que seus créditos finais assomam, criando imagens assimétricas entre o branco e o preto básicos, este filme apresenta da forma mais desapaixonadamente antisentimental o seu caso de amor algo desesperado. E a continuidade da vida após o fim irremediável dele. O gesto do personagem vivido pelo longevo ator Ruy de Carvalho, é o mesmo (cabeça

Filme do Dia: A Chegada (2016), Denis Villeneauve

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  A   Chegada ( Arrival , EUA, 2016). Direção: Denis Villeneauve. Rot. Adaptado: Eric Heisserer, a partir do conto Story of Your Life , de Ted Chiang. Fotografia: Bradford Young. Música: Jóhann Jóhannsson. Montagem: Joe Walker. Dir. de arte: Patrice Vermette & Isabelle Guay. Cenografia: Marie-Soleil Dénnomé, Paul Hotte & André Valade. Figurinos: Renée April. Com: Amy Adams , Jeremy Renner, Forest Whitaker, Michael Sthulbarg, Mark O’Brien, Tzi Ma, Abigail Pniowski, Julia Scarlett Dan. Doze espaçonaves gigantescas aportam na terra. Uma delas nos Estados Unidos. A linguista Louise Banks (Adams) é inquirida a tentar decifrar os símbolos deixados pelos alienígenas, conseguindo traduzir seu pensamento. Ela luta contra o tempo, já que outra potência mundial, a China, está disposta a reagir belicosamente aos invasores, e os próprios militares americanos pressionam para uma ação ofensiva. Constrangedoramente banal em sua utilização de clichês saturados do gênero, o filme estende, de