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Mostrando postagens de agosto, 2022

Filme do Dia: O Segredo do Pântano (1941), Jean Renoir

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    O   Segredo do Pântano ( Swamp Water , EUA, 1941). Direção: Jean Renoir. Rot. Adaptado: Dudley Nichols, baseado no romance Vereen Bell. Fotografia: J. Peverell Marley. Música: David Buttolph. Montagem: Walter Thompson. Dir. de arte: Richard Day & Joseph C. Wright. Cenografia: Thomas Little. Figurinos: Gwen Wakeling. Com: Dana Andrews, Anne Baxter, Walter Huston, Walter Brennan, Virginia Gilmore, John Carradine, Mary Howard, Ward Bond , Guinn “Big Boy” Williams, Mae Marsh. Ben (Andrews) se enfronha em um perigoso pântano da Geórgia atrás de seu cão perdido, indo contra os conselhos do pai, Thursday (Huston) e acaba se encontrando com Tom Keefer (Brennan), que vive como ermitão, desde que foi acusado injustamente de ter cometido um homícidio. Ben, depois da discussão acirrada com o pai, ao retornar, decide morar só e viver da caça que empreende no pântano com auxílio de Tom Keefer. Seu afastamento por longas temporadas provoca a ira de sua namorada, Mabel (Gilmore), que suspe

Filme do Dia: 32 Dentes (2015), Davi Kolb

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  32 Dentes (Brasil, 2015). Direção: Davi Kolb. Rot. Original: Alexandre Sivolella, Álvaro Furloni, Davi Kolb & Lígia Diogo. Fotografia: José Eduardo Limongi. Música: Gustavo Monteiro. Montagem: Luiz Giban. Dir. de arte: Patrícia Ramos. Com: Sílvio Guindane, Keli Freitas. Homem (Guindane) deixa a filha com alguém e vai até o cemitério onde se encontram os despojos do pai para ficar com eles. No caminho dá carona a uma mulher (Freitas), com quem conversa sobre algumas coisas, dentre elas o caso de um abandono de uma amiga. Ele sofre bastante com um dente siso. Depois de sair do cemitério, consegue algo improvisadamente extrair o próprio dente no banheiro de um restaurante. Bem redondo, esse curta até poderia dispensar o “a felicidade é inevitável”, sentença com a qual a garota se despede dele. Sua maior virtude é não investir no excessivo sensibilismo que movimenta boa parte da produção em curta-metragem nacional contemporânea ao mesmo – o que não é de se espantar em se tratando

Filme do Dia: At Coney Island (1912), Mack Sennett

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  A t Coney Island (EUA, 1912). Direção: Mack Sennett. Fotografia: Arthur C. Miller.  Com: Mack Sennett, Mabel Normand, Ford Sterling, Gus Pixley . Rapaz (Sennett) após se desvencilhar de um rival (Pixley) vai com garota (Normand) ao parque. A garota chama atenção de um homem casado (Sterling), que consegue se divertir com ela, enquanto toda a sua família e o rapaz os buscam. Parece ser uma variação de The Water Nymph , do mesmo ano, sendo que agora o lúbrico pai de família, vivido também por Sterling, fantasia aventuras não em uma praia, como naquele, que o faz de forma ainda mais anárquico por conta da garota ser namorada do filho,   mas no célebre parque de diversões de Coney Island – de quem o filme, de forma mais discreta, tira partido do humor certamente por ser um divertimento das classes mais populares, através do modo algo caipira que o casal principal é apresentando, seguindo a tradição do mais célebre Rube and Mandy at the Coney Island , de nove anos antes. Ainda mais qu

O Dicionário Biográfico de Cinema#146: James Villiers

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  James Villiers (1930-98), n. Londres C hega a ser um desapontamento se descobrir que James Villiers foi educado "somente" no Wellington College e na RADA. Tal elocução lânguida, tão carregada de suspiros de superioridade parece sugerir ao menos a academia vaticana, onde as piadas mais sujas eram em latim, ou na Eton, onde Villiers era conhecido como pequeno homem veloz. Ele é daqueles atores  que são conhecedores de criação sem esforço, um homem que descende dos bispos de Clarendon, sempre esteve em seu elemento como um aristocrata exausto ou saciado que tinha caído na estrada para o resto de sua vida, para interpretar figuras como Jeeves. Se você está confuso com a sua presença aqui, vá ver rapidamente Eva  (62, Joseph Losey) - era o tipo de homem britânico que Losey amava odiar. Se Tony, em The Servant  [ O Criado ], tivesse um pai, este seria Villiers. V illiers atuava pouco no teatro, mas foi material ideal para o cinema britânico de como jogar o jogo de tentar desistir

Filme do Dia: Pelo Rei e Pela Pátria (1964), Joseph Losey

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  Pelo Rei e pela Pátria ( King & Country ,   Reino Unido, 1964). Direção: Joseph Losey. Rot. Adaptado: Evan Jones, baseado na peça  Hamp , de John Wilson, que é baseada no romance  Return to the Wood , de J.L. Hodson.  Fotografia: Denys N. Coop. Música: Larry Adler. Montagem: Reginald Mills.  Dir. de arte: Richard Macdonald & Peter Mullins. Figurinos: Roy Ponting. Com: Dirk Bogarde, Tom Courtenay, Leo McKern, Barry Foster, Peter Copley, James Villiers , Jeremy Spenser, Barry Justice, Vivian Matalon. I Guerra Mundial, 1917. Após 3 anos no campo de batalha, o soldado Arthur Hamp (Courtenay), único sobrevivente de seu pelotão, é preso por alegada tentativa de deserção. O Capitão Hargreaves (Bogarde) decide ser seu advogado de defesa, defendendo a posição de que ele não se encontrava mentalmente equilibrado. Um tribunal de guerra é montado. Hargreaves faz uma defesa eloquente, mas pouco depois, quando visita Hamp a pedido desse, sabem que ele foi condenado e será executado na man

Filme do Dia: O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007), Andrew Dominik

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  O   Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford ( The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford , EUA/Canadá/Reino Unido, 2007). Direção: Andrew Dominik. Rot. Adaptado: Andrew Dominik, a partir do romance de Ron Hansen. Fotografia: Roger Deakins. Música: Nick Cave & Warren Ellis. Montagem: Curtiss Clayton & Dylan Tichenor. Dir. de arte: Richard Hoover, Patricia Norris & Troy Sizemore. Cenografia: Janice Black-Goodine. Figurinos: Patricia Norris. Com: Brad Pitt, Casey Affleck, Sam Rockwell, Jeremy Renner, Sam Shepard , Garrett Dillahunt, Mary-Louise Parker, Paul Schneider, Dustin Bollinger. Robert Ford (Affleck), obcecado desde a infância pelo fora-da-lei Jesse James (Pitt), consegue muito aos poucos se aproximar, com resistência de seu ídolo e fazer parte de sua gangue. Sua juventude e postura deferente, no entanto, tornam-no uma espécie de indivíduo sempre tratado com certo paternalismo ou aberto descaso pelos membros da trupe. E um ressentimento c

Filme do Dia: Pedaços de uma Mulher (2020), Kornél Mundrczó

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  Pedaços de uma Mulher ( Pieces of a Woman , EUA/Canadá/Hungria, 2020). Direção: Kornél Mundrczó. Rot. Original: Kata Weber. Fotografia: Benjamin Loeb. Música: Howard Shore. Montagem: Dávid Jancsó. Dir. de arte: Silvayn LeMaitre & Mette Haukeland. Figurinos: Rachel Dainer-Best & Véronique Marchessault. Com: Vanessa Kirby, Shia LaBeouf, Ellen Burstyn, Iliza Shlesinger, Benny Safdie, Sarah Snook, Molly Parker, Steven McCarthy. Martha (Kirby) realiza um parto em casa, com a ajuda do marido Sean (Labeouf), mas quando as contrações aumentam, a parteira que se comprometera se encontra em outro procedimento e envia uma colega, Eva (Parker). Após bastante sofrimento, a criança nasce, mas morre asfixiada pouco depois, sem que a equipe de emergência chamada consiga mantê-la viva ou ressuscitá-la. O episódio se torna um divisor de águas na relação de Martha com Sean, que não avança. Sean fica do lado da família de Martha, e sobretudo de sua mãe, Elizabeth (Burstyn), que movem um proc

Filme do Dia: Riff-Raff (1990), Ken Loach

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  Riff-Raff (Reino Unido, 1990). Direção: Ken Loach . Rot. Original: Bill Jesse. Fotografia: Barry Ackroyd. Música: Steward Copeland. Montagem: Jonathan Morris. Dir. de arte: Martin Johnson. Figurinos: Wendy Knowles. Com: Robert Carlyle, Emer McCourt, Richard Belgrave, Jim R. Coleman, David Finch, Garrie J. Lammin, Dean Perry, George Moss, Derek Young. Steve (Carlyle) é um escocês recém-chegado a Inglaterra para trabalhar na construção civil, no auge do Thatcherismo. Pelo conselho dos amigos ele acaba decidindo ocupar um apartamento vazio, onde encontra a bolsa roubada de Susan (McCourt). Ao devolvê-la, envolve-se emocionalmente com a garota, aspirante a cantora. Os dois decidem morar juntos, mas os sonhos de Steve aos poucos se desfazem com os fracassos da carreira de Susan, que descobre ser viciada em drogas, a morte da mãe e os conflitos no trabalho. Após observar seguidamente a despedida de Kojo (Belgrave), por ter reivindicado melhores condições de trabalho, de Shem (Coleman), q

Filme do Dia: Larisa (1980), Elem Klimov

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  L arisa (União Soviética, 1980). Direção e Rot. Original: Elem Klimov.  Música: Alfred Shnitke. Tocante tributo do realizador Klimov a sua então recém-falecida esposa (e também cineasta) Larisa Shepitko, morta em um acidente de carro. De forma algo atabalhoada, estilos diversos se fazem presentes, desde uma montagem de fotos ao início, passando por depoimentos de pessoas que conviveram com ela e da própria Larisa (a respeito de Dovjenko, por exemplo, a quem admirava grandemente o senso de compromisso ao longo de sua carreira e de quem foi aluna, por um breve período, antes da morte dele), imagens de filmes dirigidos por ela, o retorno de fotografias da vida doméstica e profissional. Klimov não pôde se referir ao muito provável empecilho a carreira de Shepitko, tal como a sua própria, motivado pela censura, já que a realizadora levou nada menos que 6 anos entre seu penúltimo e último filme e estava em vias de realizar um projeto que havia aguardado a vida inteira quando ocorreu o ac

Filme do Dia: As Viúvas (2018), Steve McQueen

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  A s Viúvas ( Widows , EUA/Reino Unido, 2018). Direção: Steve McQueen. Rot. Adaptado: Gillian Flynn & Steve McQueen, a partir de Widows , de Lynda La Plante. Fotografia: Sean Bobbitt. Música: Hans Zimmer. Montagem: Joe Walker. Dir. de arte: Gregory S. Hooper & Heather Ratliff. Cenografia: Elizabeth Keenan. Figurinos: Jenny Eagan. Com: Viola Davis, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki, Cynthia Erivo,  Robert Duvall, Colin Farrell, Brian Tyree Henry, Daniel Kaluuya, Garrett Dillahunt, Liam Neeson, Jon Bernthal, Manuel Garcia-Rulfo, Coburn Goss,  Carrie Coon, Jackie Weaver,  Molly Gunz,  Kevin J. O’Connor, Lukas Haas. Em Chicago, e comandadas por Veronica (Davis), viúva de Harry (Neeson), um grupo de viúvas de uma ação criminal-policial resolve ter sua dignidade (e dinheiro) de volta assaltando os cofres da corrupta família de políticos Mulligan (Farrell e Duvall), que concorrem contra os negros Jamal e Jatemme Manning (Henry e Kaluuya), que pela primeira vez possuem chance ef

Filme do Dia: Tale (2007), Tzanko Todorov Tchangov

  T ale (Canadá, 2007) Direção: Tzanko Todorov Tchangov. Música: Ruomi Petrova. Simpática animação em 2D na qual a garota que perseguia um lagarto para ficar com seu rabo acaba descobrindo um pequeno diabo. Inicialmente assustada, ela se convence de que agora pode ter também seu rabo na sua coleção. A bela trilha musical, baseada em uma viola virtuosa, foi composta originalmente para essa produção, no qual também se destaca a graciosidade dos gestos de seus personagens. Mesmo sendo dotada de uma produção elaborada, como se pode perceber por seus créditos e inclusive fazer menção aos clássicos desenhos da Warner na perseguição dos personagens, o filme soa com bem mais frescor e personalidade que as animações da Pixar. Vancouver Film School. 2 minutos e 23 segundos.

O Dicionário Biográfico de Cinema#145: Jack Lemmnon

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  Jack Lemmon (John Uhler Lemmon III) (1925-2001), n. Boston, Massachussets N ão foi Julia Child que alertou que um limãozinho vai longe? Devo confessar que algumas vezes  um Lemmon espremido é suficiente para colocar meus dentes no limite (*). Uma fatia inteira pode transformar Shirley Temple em Margaret Wycherly. Não há dúvida que, como jovem ator, Lemmon podia ser bastante divertido. Ele é extremamente habilidoso, meticuloso e, até mesmo - é o que aparenta para mim - uma abjeta e insinuante paraódia de si próprio. Há muito a preocupação se instalou, o detalhismo de seu trabalho virou exigente, irritante e anal; seus maneirismos são hoje como a moeda de um avarento. Tem havido poucos filmes - como Glengarry Glen Ross [ O Sucesso a Qualquer Preço ] (92, James Foley), que utilizou sua coragem demente como material necessário. E Lemmon está muito bem neste filme. Mas, muito mais frequentemente, ele interrrompe suas próprias atuações e começa a pregar a ansiedade, levando tudo longe da v

Filme do Dia: Um Amor de Vizinho (1964), David Swift

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  Um Amor de Vizinho ( Good Neighbour Sam , EUA, 1964). Direção: David Swift. Rot. Adaptado: James Fritzell, Everett Greenbaum & David Swift, a partir do romance de Jack Finney. Fotografia: Burnett Guffrey. Música: Frank De Vol. Montagem: Charles Nelson. Dir. de arte: Dale Hennesy.  Cenografia: Ray Moyer. Figurinos: Micheline & Jacqueline Moreau. Com: Jack Lemmon , Romy Schneider, Dorothy Provine, Michael Connors, Edward G. Robinson, Edward Andrews, Louis Nye, Robert Q. Lewis, Joyce James. Sam Bissel (Lemmon) leva uma vida tranquila com a esposa Minerva (Provine) e suas duas filhas pequenas até a chegada de uma amiga francesa de Dorothy, Janet Lagerlof (Schneider), que se torna vizinha do casal e logo recebe a notícia de que herdará 15 milhões de dólares de um tio falecido, caso comprove que se encontre casada. O casal Bissel pretende ajuda-la, fazendo Sam se passar por seu marido, mas tudo se torna ainda mais complicado com a chegada do ex-marido de Janet, Howard (Connors), e

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#75: Ruy Guerra

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  GUERRA, RUY (Moçambique-Brasil, 1931). Um dos mais importantes dentre todos os realizadores sul-americanos, Ruy Guerra é provavelmente o mais internacional e independente, mas menos prolíficos dos diretores/roteiristas maiores do Cinema Novo , tendo dirigido somente 15 longas - no Brasil , França, Moçambique, México e Portugal, assim como em co-produção com Espanha e Argentina  - nos 50 anos desde sua escandalosa estreia com Os Cafajestes , em 1962. Nascido em Moçambique, quando era colônia portuguesa, Guerra mudou-se para Portugal em 1950, quando foi preso por se envolver com o movimento pró-independência. Estudou cinema no Institut des Hautes Études Cinématographiques (IDHEC), em Paris, de 1952 a 1954, adaptando um conto de Elio Vittorini para seu filme de formatura, Les Hommes et les Autres . Na França trabalhou como assistente de direção de Jean Dellanoy e Jacques Rouquier, e então emigrou para o Brasil, onde realizou o curta documental Orós  (1960), e iniciou uma ficção de média

Filme do Dia: O.J.:Made in America (2016), Ezra Edelman

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  O.J.:Made in America (EUA, 2016). Direção: Ezra Edelman. Fotografia: Nick Higgins. Música: Gary Lionelli. Montagem: Bret Granato, Maya Mumma & Ben Sozanski. Documentário de monumental metragem (tornou-se o filme mais longo a ser indicado a um prêmio da Academia) que se volta para a vida e carreira do astro do futebol americano O.J.Simpson como plataforma, igualmente, para pensar uma questão que é o calcanhar de aquiles de toda a sociedade norte-americana: a racial. Simpson rapidamente se transforma em celebridade nacional nos últimos anos da década de 1960, quando suas performances apresentam uma característica que demonstram uma virtuosidade nunca dantes vista na categoria. E, com a celebridade, sua recusa em abraçar qualquer referência a questão racial, que vive dias de grande intensidade, incluindo as ruidosas manifestações, rudemente combatidas pelas polícia e a morte de Martin Luther King (anunciada por Robert Kennedy para um estádio lotado, observando-se o ruído coletivo

Filme do Dia: Camaradas (1920), John Ford

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  c amaradas ( Just Pals , EUA, 1920). Direção: John Ford. Rot. Adaptado: Paul Schofield, baseado no conto de John McDermott. Fotografia: George Scheneidermann. Com: Buck Jones, Helen Ferguson, George Stone, Duke R. Lee, William Buckley, Eunice Murdock Moore, Bert Appling, Edwin B. Tilton. Bim (Jones) é considerado um João-Ninguém num povoado provinciano do Oeste americano. Ele se afeiçoa do garoto Bill (Stone), que parece uma reprodução em menor escala dele próprio. A professora de bom coração Mary Bruce (Ferguson), leva Bill para a escola e quando este sofre um acidente de trem para ajudar Bim, este o leva desesperado para um médico oportunista, Dr. Stone (Tilton) e sua esposa (Moore), que acreditam que a criança é filho de um rica família que oferecera vultosa recompensa para quem encontrasse seu filho. Mary Bruce é enamorada do crápula Harvey Cahill (Buckley), que a pede emprestado uma quantia de dinheiro para apenas cobrir temporariamente os fundos da companhia em que trabalha.