O Dicionário Biográfico do Cinema#42: Peter Jackson

Peter Jackson n. Pukerua Bay, Nova Zelândia, 1961

1987: Bad Taste [Trash - Nauséa Total]. 1989: Meet the Feebles [Conheça os Feebles]. 1992: Braindead [Fome Animal]. 1994: Heavenly Creatures [Almas Gêmeas]. 1996: The Frightners [Os Espíritos]; Forgotten Silver (c); 2001: The Lord of the Ring: The Fellowship of the Ring [O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel]; 2002: The Lord of the Rings: The Two Towers [O Senhor dos Anéis: As Duas Torres]; 2003: The Lord of the Rings: The Return of the King [O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei]; 2005: King Kong; 2009: The Lovely Bones [Um Olhar do Paraíso].

Quando suas crianças perguntarem a você aonde a história de O Senhor dos Anéis se passa, você pode lembrar de lhes contar a descrição de Michael Atkinson de como Fome Animal finda: "A mãe do herói transforma-se em um gigante Moloch e o engole em seu canal uterino." Ou talvez não. De todo modo, o estilo visionário épico dos filmes de Tolkien (se você confiar na primeira parte) foi originalmente forjado na divertida fabricação dos filmes gore de baixo orçamento. E nada se encontra entre os dois extremos da anti-respeitabilidade e quem  sabe quantos Oscars, apesar do surpreendente Almas Gêmeas, o assassinato adolescente mais vertiginoso do cinema e um dos retratos mais arrebatadores da patologia adolescente.

É suficiente deixá-lo se perguntar se os amedrontadores não escapam antes que a série termine. E isso somente leva alguém a se maravilhar no que Jackson pode fazer quando rico, seguro e famoso após Tolkien. Cuidado. Mas no meio tempo, apenas se dê conta que Jackson redescobriu a série épica e lhe deu uma energia e medo não conhecidos desde Nibelungen/Os Nibelungos, de Fritz Lang. Talvez o que ele faça a seguir - Meet the Nibelungen.

A trilogia dos anéis pode não ser nosso Wagner. No entanto, pode representar o fim da antiga moda de se ir ao cinema. Ou um novo começo. Os onze Oscars para o filme igualaram ao recorde, e incluíram o Oscar para direção. Então, somos todos neozelandeses agora, mas irá Jackson recuperar o golpe e o choque de Almas Gêmeas?

Os três filmes de O Senhor dos Anéis permanecem como um monumento - não apenas pelas imagens geradas pela computação, mas da visualização dramática de uma mitologia avultada. O bem e o mal correm lado a lado, mas não estou tão certo que os filmes ainda serão vistos na era patética de Avatar. 

King Kong acabou sendo bastante rotineiro, não importa a plausibilidade do macaco e o detalhe da ilha. Um Olhar do Paraíso não funcionou em nada, mas estou certo de dizer que despertou a sensação de maldade de Almas Gêmeas. Não a pior ou última coisa a dizer sobre Avatar foi a fraqueza dos seus personagens do "mal". Para seu grande crédito enquanto artista, Jackson acredita no mal. É o melhor caminho a seguir. 

Texto: Thomson, David. The Biographical Dictionary of Film. Londres: Knopf, 2010, pp. 4909-14.