Filme do Dia: Toula ou la Génie des Eaux (1974), Moustapha Alassane & Anna Soehring

Toula or the Water Spirit (1974) - Filmaffinity
Toula ou la Génie des Eaux (Nigéria/Al. Ocidental, 1974). Direção: Moustapha Alassane & Anna Soehring. Rot. Original: Moustapha Alassane & Boubou Hama. Fotografia: Moustapha Alassane & Bernd Rühe. Montagem: Danièle Tessier. Com: Isaa Bania, Solange Delanne, Parfait Kondo, Sotigui Kouyaté, Damouré Zika.
Povo que vive em região desértica sofre com falta de água e alimentos que matou a maior parte de seus rebanhos e começa a atingir as pessoas. Pressionado, o rei (Kouyaté) consulta o sábio da aldeia (Kondo), que afirma que uma das poucas opções que restam é o monarca sacrificar sua própria e amada sobrinha, Toula (Bania). Ado (Bania), que ama Toula, afirma que um forasteiro lhe avisou sobre um rico oásis no deserto, não tão longe do povoado, mas as lideranças da tribo temem serem vítimas de salteadores. Ado decide partir então com o forasteiro e, abatido, o rei concorda em uma grande festa que testemunha o retorno da chuva com intensidade mas também a morte de Toula pela serpente do lago que se cria.
                Embora o filme ensaie uma tensão de suspense entre a viagem de Ada e o sacríficio de Toula, as primeiras imagens dos créditos, em que águas se movendo em pequenas ondas ganham a sobreposição do rosto da protagonista, não deixam dúvidas, assim como o próprio título, que ela se tornará a feiticeira das águas. Se as interpretações amadoras e uma pós-sincronização dos diálogos idem trazem um certo charme a essa produção, inclusive com figurantes por vezes não se furtando em olhar para a câmera, o mesmo não pode se dizer quando ela mais que se insinua fortemente na própria atriz que encarna Toula em mais de um momento. Melhor se sai Bania, mulher ou figura andrógina que curiosamente encarna o prometido – e mal sucedido – par romântico para a heroína. O fato de ser falado em francês tampouco auxilia em um filme que praticamente se resolve do início ao final no universo da mitologia com exceção de uma sequencia pré-creditos e um epílogo em que um talvez desnecessário emolduramento apresenta a cena da fome que acompanha o campo em números – e também da ajuda prometida pela comunidade econômica europeia – e, lança as sementes do conflito entre tradição e modernidade, ciência e crença, o qual aparentemente não consegue lidar de forma consistente. Quando se inicia o que se mimetiza como narrativa de um griô, esse não se comunica com o que vimos anteriormente aos créditos e tampouco voltará a surgir, senão encarnando a si mesmo como o sábio da história, sendo o fecho narrativo vinculado não ao seu “contador” mas à situação algo exterior ao conto e seu narrador, do que se percebe serem pai e filho, cada qual encarnando uma visão mitológica e secular de observar a situação.  Aparentemente, existe versão mais longa em quase 20 minutos. 71 minutos

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Filme do Dia: Der Traum des Bildhauers (1907), Johann Schwarzer

Filme do Dia: Quem é a Bruxa? (1949), Friz Freleng

A Thousand Days for Mokhtar