Filme do Dia: Pequeno Dicionário Amoroso (1996), Sandra Werneck



Pequeno Dicionário Amoroso (Brasil, 1996). Direção: Sandra Werneck. Rot. Original: Paulo Halm & José Roberto Torero. Música: Ed Motta & João Nabuco.  Fotografia: Walter Carvalho. Montagem: Vírginia Flores. Dir. de arte: Cláudio Amaral Peixoto. Figurinos: Pedro Sayad. Com: Daniel Dantas, Andréa Beltrão, Mônica Torres, Tony Ramos, Glória Pires, José Wilker.
Gabriel (Dantas), biólogo, recém-separado, encontra Luísa (Beltrão), que quer tirar fotos no cemitério onde Gabriel se encontra para o enterro de um amigo. Uma atração irresistível surge entre os dois, que se apaixonam, namorando e indo viver juntos. Em certo tempo o que era paixão virá tédio, monotonia, conflitos e ambos decidem se separar. Vivem a angústia da separação, mas conseguem superá-la voltando a se apaixonarem.
Bem poderia também ser chamado de Compêndio de Lugares Comuns. O filme de Werneck apresenta o que seria a radiografia do encantamento, união e progressivo desencantamento que acometem um casal. Evidentemente não se trata de um casal suburbano nem tampouco de família milionária. Evitando estrategicamente os extremos, o filme flerta diretamente com o público classe média ao qual foi dirigido seu cansativo humor de situação, típico de seu roteirista Torero. Tudo encapsulado por uma bela fotografia e iluminação e por achados que pretendem ser uma demonstração da recusa a completa capitulação a banal dramaturgia televisiva – ao final cada um dos ex-parceiros volta a se reencantar, mas por novos parceiros. Da estrutura da fala direta e confessional para a câmera, herdeira da comédia americana contemporânea (sobretudo Spike Lee), que logo viraria coqueluche nos programas televisivos se usa e abusa. Não apenas o par principal, como seus alter-egos compartilham da estratégia. A narração é pontuada por temas que aludiriam a concepção expressa no título do filme. É justamente essa insipidez mediana pensada para um público médio e com interpretações idem que torna demasiado enjoativo o filme, do início ao final. Cineluz/Lumière para Cineluz. 96 minutos.

Postado originalmente em 05/04/2015

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