Filme do Dia: A Arca do Éden (2011), Marcelo Felix


A Arca do Éden (Portugal/Brasil/Itália, 2011). Direção e Rot. Original: Marcelo Felix. Fotografia: Miguel Amaral. Montagem: Marcelo Felix.
Esse ensaio que consegue traçar, mesmo que um tanto livremente, uma analogia entre uma perspectiva algo apocalíptica de futuro e o cinema enquanto veículo capaz  de preservar, de forma utópica  e sofrivelmente, toda a memória do mundo, possui reflexões bastante aguçadas sobre a própria questão da memória e sobre a necessidade vital de esquecer que compõe o humano, assim como da nossa ancoragem necessária sobre incontáveis memórias-vidas já vividas, ao mesmo tempo acaba sendo prejudicado por tornar muitas vezes prescindível o material imagético que acompanha muito de sua narração do início ao final. Ou seja, tem-se a impressão, por vezes, que igualmente bem funcionaria enquanto peça escrita, por mais tocantes e sensíveis que sejam muitas de suas imagens. E talvez ainda complique um pouco mais o fato de fazer uso de estratégias ocasionais de ficcionalização de parte do material que colheu pelas cinematecas mundo afora, criando “personagens”, ainda que de forma bem mais parcimoniosa que Nós que Aqui Estamos Por Vós Esperamos. Seu tom de desencanto e certa patrulha ecológica, que chega a abraçar algumas vezes um proselitismo mais explícito, parece soar por vezes uma nota abaixo da densidade do que consegue ocasionalmente formular. C.R.I.M Prod./Refinaria Filmes/Kiné para C.R.I.M Prod. 80 minutos.

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