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Mostrando postagens de junho, 2023

Filme do Dia: O Salmo Vermelho (1972), Miklós Jancsó

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  O   Salmo Vermelho ( Még Kér a Nép , Hungria, 1972). Direção: Miklós Jancsó. Rot. Original: Gyula Hernádi. Fotografia: János Kende. Música: Támas Cseh. Montagem: Zoltán Farkas. Dir. de arte: Tamás Benovich. Cenografia: Tilda Gáti. Figurinos: Zsuzsa Vicze. Com: Márk Zala, Bertalan Solti, Ágnes Music, Ágnes Lipták, József Madaras, Tibor Molnár, Tibor Orbán, Péter Haumann. Grupo de camponeses organiza um movimento revolucionário em 1890, inspirados pelos ideais da Revolução Francesa e tendo que lidar com a repressão do exército, com a influência da igreja e com as visões distintas dentro do próprio grupo camponês. A forma distinta de narrativa que Jancsó passa a emprender desde meados da década anterior aqui demonstra estar em seu auge. O mais interessante é o quanto sua peculiar montagem e sua não demarcação entre personagens principais ou secundários, assim como o forte simbolismo de sua imagens e sua recusa a uma interpretação naturallista, todas características do cinema vanguar

Filme do Dia: Sauna (1947), Holger Harrivirta

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  S auna (Finlândia, 1947). Direção: Holger Harrivirta. Esse documentário que apresenta, através de belas imagens pastorais e bucólicas, a importância da verdadeira instituição social que é a sauna no país, exibindo um grupo de mulheres que ao chegar do trabalho, vai relaxar em uma sauna a beira do rio e depois se banhar no mesmo, poderia ser tido como o equivalente esforço de tematização de valores e tradições nacionais empreendido pelo Instituto de Cinema Educativo no Brasil, sobretudo na década seguinte. Às  cenas de nudez feminina, tanto dessexualizadas quanto o possível, evita-se acrescentar as de nudez masculina, talvez por considerá-la menos estética aos propósitos visuais aqui pretendidos, mesmo que fique explicitado que os homens fazem uso do mesmo equipamento – um grupo deles espera que as mulheres saiam para lá adentrar. A interpretação um tanto mecanicista de seus “atores naturais” e a ausência de qualquer noção de conflito, em um mundo ao mesmo tempo harmonioso e anódino

Filme do Dia: When Pomegranates Howl (2020), Granaz Moussavi

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  W hen Pomegranates Howl (Irã/Afeganistão/Austrália/Holanda, 2020). Direção e Rot. Original Granaz Moussavi. Fotografia Behrouz Badrouj. Música Hossein Alizadeh. Montagem Shima Monfared. Figurinos Hussain Sidiqui. Com Arafat Faiz, Elham Ahmad Ayazi, Freshta Alimi, Amir Shah Talash, Hashmatullah Fanai, Ustad din Mohammad Saqi, Andrew Quilty. Hewad (Faiz) é um garoto pobre de uma Cabul vítima de ataques aéreos das forças de coalizão em confronto com os talibãs. Ele não conta para sua mãe (Alimi) se encontrar no local de um atentado, no qual ficou levemente ferido. Seu sonho é se tornar um astro de cinema e quando observa os óculos escuros no chão, em meio a uma briga de rua, não reclamados por ninguém, leva-o para si. Quem inadvertidamente pensa inicialmente se tratar de um filme iraniano – até ouvir a palavra Talibã, ao menos – poderia pensa-lo como uma produção filmada clandestinamente e mostrando uma perspectiva realista da infância (e da metrópole, observada em generosos p

Filme do Dia: Act YourAge (1949), Ted Peshak

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  A ct Your Age (Emotional Maturity) (EUA, 1949). Direção Ted Peshak. Jovem é abordado por professor não efetuando a prova, mas sim riscando a carteira com suas iniciais. Até no tema que aborda, o descontrole emocional – embora aqui associado a padrões etários – é muito similar a outro curta institucional realizado pelo mesmo Peshak no ano seguinte ( Control Your Emotions ). Como em outros curtas do tipo à época, um narrador auxiliar (nem sempre a voz que ouvimos em over é a mesma da figura de autoridade, aqui um psicólogo) é convocado para a elaboração do efeito didático, e sua voz se sobrepõe às imagens que observamos, que aqui não possuem função de flashback, mas de ilustração do discurso, apresentando um jogador de beisebol reagindo a frustração como uma criança de cinco anos, mesmo possuindo o triplo dessa idade. Aqui também se observa algumas pequenas variações sobre o mesmo tema, já que – e de forma não tão comum nessa produção – contamos também com uma voz over servindo par

Filme do Dia: Barsaat (1949), Raj Kapoor

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  B arsaat (Índia, 1949). Direção Raj Kapoor. Rot. Original Ramanad Sagar, a partir de seu próprio argumento. Fotografia Jal Mistry. Música Jaikishan Dayabhai Panshal & Shankarsingh Raghuwanshi. Montagem G.G. Mayekar. Dir. de arte S.N. Desai. Figurinos Goomers & Krishan Kumar. Com Nargis, Raj Kapoor, Premnat Malhotra, K.N. Singh, Cuckoo, Nimmi, B.M. Vyas, Ratan Gaurang. Enquanto Pran (Kapoor) possui uma visão poética e romântica da vida e das mulheres, seu amigo Gopal (Malhotra) é seu extremo oposto, pragmático e decidido apenas a ter aventuras e iludir suas “presas”, como Neela (Nimmi). Pran e Reshma vivenciam diversos obstáculos, como o pai de Reshma, contrário a união, ao ponto de cortar a corda com a qual ela buscava se unir a seu amado, após o pai ter afundado o barco em que ela fazia a travessia. Uma desacordada Reshma é encontrada por um bruto pescador, que decide que ela deverá casar com ele. Dada como morta, provoca um desinteresse em Pran pela vida. Gopal ten

O Dicionário Biográfico de Cinema#189: Cliff Robertson

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  Cliff Robertson (1925-2011), n. La Jolla, Califórnia F ilho de um rico rancheiro, Robertson esteve na marinha durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto na faculdade, trabalhou na rádio local e após graduar-se frequentou o Actor's Studio. De 1948 a 1950 atuou em Mister Roberts  (dirigido no palco por Joshua Logan), e nos primórdios dos anos 50 esteve com regularidade na Broadway. Foi lhe propiciada sua estreia nas telas por Logan em Picnic  [ Férias de Amor ]. A Columbia contratou-o e ele foi  o par para Joan Crawford em Autumn Leaves  [ Folhas Mortas ] (56, Robert Aldrich). Mas após The Girl Most Likely [ Uma Aventura em Balboa ] (57, Mitchell Leisen) e The Naked and the Dead [ A Morte Tem Seu Preço ] (58, Raoul Walsh), declinou para filmes baratos, complementados com trabalhos para TV. Fez Gidget  [ Maldosamente Ingênua ] e Battle of the Coral Sea  [ A Batalha do Mar do Coral ] (59), com Paul Wendkos, e foi então marcante como o bandido que virou um entusiasmado vingador em Und

Filme do Dia: Os Dois Mundos de Charly (1968), Ralph Nelson

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  O s Dois Mundos de Charly ( Charly , EUA, 1968). Direção: Ralph Nelson. Rot. Adaptado: Stirling Silliphant, a partir da peça  Flowers for Algernon . Fotografia: Arthur J. Ornitz. Música: Ravi Shankar.  Montagem: Fredric Steinkamp. Dir. de arte: John DeCuir&Charles Rosen. Figurinos: Hazel Roy. Com:  Cliff Robertson , Claire Bloom, Lilia Skala, Leon Janney, Ruth White, Dick Van Patten, Edward McNally, Barney Martin. Charly Gordon (Robertson), possui uma deficiência mental que o transforma em vítima das pilhérias de seus colegas de trabalho em uma panificadora. Sua educadora, Alice (Bloom), torna-se bastante interessada em seu caso e acredita que ele possa ser utilizado nas experiências que os cientistas, Dra. Anna Straus (Skala) e Dr. Nemur (Janney), a partir dos primeiros resultados da ativação cerebral provocada em ratos de laboratório. Charly se submete a cirurgia e desenvolve uma capacidade cerebral bastante avançada e também se envolve emocionalmente com Alice. Porém, em pouco

Filme do Dia: Le Tombeau de Kafka (2022), Jean-Claude Rosseau

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  L e Tombeau de Kafka (França, 2022). Direção , Rot. Original , Fotografia e Montagem Jean-Claude Rousseau. Com Jean-Claude Rousseau. Série de planos breves de Rousseau em um apartamento em Praga, intercalados por planos em negro, surgindo e desaparecendo através de cortes secos. Do apartamento (quarto de hotel ou pousada) se observa apenas uma janela – da qual se avista telhados próximos - e mobiliário simples. Eventualmente um tema musical ao piano emerge. Em muitos dos planos nos quais se divisa o pequeno ambiente no qual uma mesa, cadeira, poltrona, aquecedor e um quadro na parede o compõe, Rousseau é visto se deslocando para próximo da câmera e subindo uns degraus antes que o corte seja acionado. Noutros, mais prolongados, visto lendo e folheando um livro. Ao final, dois cervos são observados em meio a uma floresta ou parque, do qual havíamos observado com recorrência um mesmo plano ao longo do curta. E aí observamos no copo de Rousseau a pintura de um cervo e dentro dele a

Filme do Dia: Cría Cuervos (1975), Carlos Saura

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  C ría Cuervos (Espanha, 1975) Direção e Rot. Original: Carlos Saura. Fotografia:Teo Escamilla.  Música: Federico Mompou & José Luis Perales. Montagem: Pablo G. del Arno. Dir. de arte: Rafael Palmero. Figurinos: Maiki Marin. Com: Ana Torrent, Geraldine Chaplin , Mónica Randall, Florinda Chico, Conchita Pérez, Mayte Sanchez, Héctor Alterio, Josefina Díaz. Ana (Torrent) vive com a irmã mais velha, Irene (Pérez) e mais nova Maite (Sanchez) com uma tia, Paulina (Randall), que as aborrece, a avó (Díaz) que não consegue mais falar, e a empregada Rosa (Chico), numa mansão. O universo de Ana precocemente se depara com várias mortes. A da mãe (Chaplin), de uma doença letal. A do pai (Alterio), encontrado morto por ela, após ter esse encontrado uma amante, Amelia (Miller). E também seu pequeno porquinho da índia de estimação. Constantemente assoberbada por pesadelos com a mãe, Ana se lembra que a mãe uma vez dissera ser bicarbonato um poderoso veneno. Por piedade, oferece um pouco a avó,

Filme do Dia: Coney Island at Night (1905), Edwin S. Porter

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  C oney Island at Night (EUA, 1905). Direção: Edwin S. Porter. Filmagem noturna que pretende valorizar a iluminação do monumental e gigantesco Luna Park, célebre atração local que já havia sido motivo, inclusive, para investidas com encenações que buscavam chamar a realidade do ambiente do parque para o seu universo de pretenso humor, em Rube and Mandy at Coney Island , de dois anos antes. Aqui, Porter faz uso do “panorama”, no caso em questão   proporcionadas por panorâmicas horozontais e verticais do equipamento urbano que forma o parque. No último dos “panoramas” se dstaca em detalhe, com a câmera subindo e descendo, o prédio mais alto e vistoso do complexo, em imagens que mais se assemelham a um culto fálico. Porter era mestre no gênero e nada do que fez depois nele talvez se compare a seu Panorama of Esplanade by Night (1901), seguindo o mesmo principio. Edison Manufacturing Co. 4 minutos.

Filme do Dia: Não Olhe para Cima (2021), Adam McKay

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  N ão Olhe para Cima ( Don’t Look Up , EUA, 2021). Direção Adam McKay. Rot. Original Adam McKay, a partir do argumento dele próprio e de David Sirota. Fotografia Linus Sandgren. Música Nicholas Britell. Montagem Hank Corwin. Dir. de arte Clayton Hartley & Brad Ricker. Cenografia Tara Pavoni. Figurinos Susan Matheson. Com Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett , Rob Morgan, Jonah Hill, Mark Rylance, Tyler Perry, Timothée Chalamet, Ariana Grande, Ron Perlman, Melanie Lynskey. A doutoranda em astrofísica Kate Dibiasky (Lawrence) casualmente descobre um cometa. Porém a alegria logo cede a extrema apreensão, quando o dr. Randall (DiCaprio), a quem se encontra subordinada, efetua um cálculo que prevê que o gigantesco asteroide se chocará com a Terra em seis meses. Quando os dois, juntamente com o dr. Teddy Oglethorpe (Morgan), cientista de maior renome, vão para a Casa Branca divulgar a notícia, deparam-se com a demora de acesso à presidente, Madame

Filme do Dia: 21 Up (1977), Michael Apted

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  21 Up (Reino Unido, 1977). Direção: Michael Apted. Fotografia: George Jesse Turner. Montagem: Andrew Page. Sutis mudanças ocorrem no terceiro filme da série em relação a sua matriz ( Seven Up ). Elas são tanto tecnológicas (agora são imagens em cores, como as do segundo), estilísticas (reduz-se as imagens observacionais, aumenta-se a cota de entrevistas diretas, a voz over agora é também dos próprios depoentes, além do narrador) e também de recorte – agora as mulheres tem talvez um pouco mais destaque que na produção original. E coroando essas mudanças se encontra, evidentemente, a própria utilização massiva de imagens de arquivo do primeiro filme da série e, com bem menos frequência, do segundo, 7 Plus Seven (1970), inclusive sendo observados em telas por eles próprios, mas não discutidos propriamente (como fazem os atores naturais do célebre e precursor Crônica de um Verão de Rouch). As diferenças sociais se agudizam na forma em que os mais escolarizados tendem a ter uma capac

Filme do Dia: The Acquaitances of a Lonely John (2008), Benny Safdie

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  T he Acquaitances of a Lonely John (EUA, 2008). Direção e Rot. Original: Benny Safdie. Fotografia: Samara Vise. Música: Haruki Naginata. Montagem: Benny Safdie & Udita Upadhyaya. Com: Benny Safdie, K. Walid, Firas Al-Ramahi, Kevin Driscoll, Terry Clarey, Will Lautzenheiser, Max Abelson, Ivan Gold, Jeremy Nunn. John (Safdie) tenta ser gentil com as pessoas e geralmente apenas recebe em retorno indiferença ou mesmo truculência. Após acordar e perceber que o barulho estranho que ouve no quarto é o de uma coruja que se encontra dentro do aparalho de ar condicionado, John vai a lavanderia e depois a loja de conveniência do posto de gasolina, no qual dá uma força ao amigo. Safdie provavelmente tentou emular algo que mescla traços de uma poética do cotidiano ao estilo de O Balconista , de Kevin Smith com uma figura nada atraente de anti-herói atrapalhado ao estilo de Woody Allen. Tudo isso embalado em um curta amador, algo irritantemente paternalista e condescendente com seu protago

O Dicionário Biográfico de Cinema#188: Jean-Pierre Cassel

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  Jean-Pierre Cassel (Crochon) (1932-2007), n. Paris J ean-Pierre Cassel foi uma figura amada no mundo do entretenimento francês e um trabalhador bastante árduo. Iniciou como bailarino e nunca abandonou esta paixão - fez uma noite como Fred Astaire em Paris e apareceu nos palcos londrinos em A Chorus Line . Naturalmente, sempre teve um inglês excelente, o que ampliou sua carreira, mas foi também um habilidoso intérprete da comédia e do romance, e sua obra com Philippe de Broca permanece como um exemplo  de arte que verdadeiramente deriva dos anos 30. Foi dito que ele poderia fazer qualquer atriz se sentir mais adorável e parecia mais divertido - ainda que tenha perdido seu coração ele próprio para Françoise Dorleac, e a inevitável tristesse quando ela morreu jovem.  E ra um noviço quando Gene Kelly o viu e o pôs em The Happy Road  [ Todos a Paris ]. Então, após Le Désordre de la Nuit [ Vício Maldito ] (58, Gilles Grangier) e En Cas de Malheur  [ Amar é Minha Profissão ] (58, Claude Aut

Filme do Dia: Métisse (1993), Matthieu Kassovitz

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    Métisse (Idem, França/Bélgica, 1993) Direção: Mathieu Kassovitz. Rot.Original: Mathieu Kassovitz. Fotografia: Pierre Aïm. Música: Jean-Louis Daulne & Marie Daulne. Montagem: Colette Farrugia & Jean-Pierre Segal. Com: Julie Mauduech, Hubert Koundé,  Mathieu Kassovitz., Vincent Cassel , Tadek Lokcinski, Jany Holt, Berthe Bagoe,  Jean-Pierre Cassel , Brigitte Bémol, Camille Japy, Peter Kassovitz.           Felix (Kassovitz), judeu francês,    chega a um apartamento de bicicleta ao mesmo tempo que um negro chamado Jamal (Kounde). O apartamento é de Lola (Mauduech), jovem e bela morena que revela uma dupla surpresa para ambos: não só os namorara simultaneamente como está grávida e não sabe quem é o pai. Ambos ficam transtornados e brigam. Enquanto Felix se afasta, Jamal rompe com uma namorada ocasional loura (Bémol) da universidade    indo morar no apartamento de Lola. A família de Felix, de arraigadas tradições judias, insiste em perguntar sobre Lola, satisfeitos que o filho nã

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#86: Elia K. Schneider

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  SCHNEIDER, ELIA K. (Venezuela, 1952-**). Um excelente exemplo de realizadora nascida na América do Sul que foi capaz de ser bem sucedida por conta de sua diversidade de habilidades e linguística, Elia Schneider dirigiu o primeiro filme venezuelano a arrecadar mais de um milhão de dólares de bilheteria, Huelepega: Ley de la Calle , em 2000. Após realizar um bacharelado em psicologia em 1978, viajou à Nova York e efetuou um mestrado em teatro e cinema na Tisch School of Arts, New York University (NYU), em 1982. Enquanto esteve por lá  dirigiu três filmes e, em 1984, de volta à Venezuela, produziu um longa para seu marido, José R. Novoa. Nos dez anos seguintes, escreveu e dirigiu peças sobretudo, na sua companhia teatral, Teatro Dramma, incluindo no teatro experimental La MaMa, em Nova York.  Schneider produziu outro longa em 1994, e em 1999 finalmente dirigiu seu primeiro longa em Caracas, Huelepega , com um elenco infantil de crianças não profissionais nos papéis principais e filmagen

Filme do Dia: Par le Trou de la Serrure (1901), Ferdinand Zecca

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  P ar le Trou de la Serrure (França, 1901). Direção Ferdinand Zecca. Voyeurismo e cinema são quase sinônimos, seja como metáfora (o ato expectatorial diante de uma obra que não acusa a existência de uma assistência), dispositivo de exibição (sobretudo no caso do quinetoscópio de Edison, observado individualmente) ou enredos mesmo, como é o caso em questão, a simular um homem a observar os arranjos de uma mulher pelo buraco da fechadura. Desnecessário se imaginar o ângulo ideal de observação e a generosidade da fechadura, emulada por uma máscara na imagem. A mulher se maquia, solta o cabelo. Em outro quarto, o homem, um faxineiro de uma provável pensão feminina, observa uma mulher de mais idade que a primeira, tirar um enchimento do corpete (a dimensão erótica está muito associada a estas produções, embora curiosamente na figura da mulher mais velha e não da jovem), os cílios   e tomar sua medicação. Como já se parecia adivinhar, a segunda “mulher” também tira a peruca, demonstrand

Filme do Dia: Salomé (1910), Ugo Falena

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  Salomé (Itália, 1910). Direção: Ugo Falena. Com: Vittoria Lepanto, Laura Orette, Ciro Galvani, Achille Vitti, Francesca Bertini, Gastone Monaldi. Salomé tenta seduzir João Batista (Galvani), que se encontra confinado, mas a recusa. Herodes (Orette) fica fascinado pela dança de Salomé (Lepanto) e pede qualquer desejo seu. Essa ordena-lhe então que seja decepada a cabeça de João Batista, que ela retira feliz do poço onde se encontrava e põe sob uma bandeja. Ao menos nesta versão incompleta (dos seus originais doze minutos) e também sem cartelas, esse filme de Falena, conhecido por seu interesse pelos épicos ( Romeo e Giulietta , de dois anos após, dentre eles), talvez chame mais atenção ao público de mais de um século após por sua dificuldade em tornar compreensível sua narrativa para aqueles não conhecedores do relato bíblico. Colorizado, para ressaltar os adereços cenográficos e de figurinos. A cena dos véus procura certamente explorar o apelo erótico. Lepanto, como as divas do c

Obituário: Glenda Jackson (1936-2023)

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  Foi-se uma das mais notáveis, talentosas e charmosas atrizes britânicas de sua geração: Glenda Jackson.  Uma presença constante nos filmes de Ken Russell , como Mulheres Apaixonadas  e Delírio de Amor , Jackson não se furtava em emprestar o seu brilho, antes ( Marat/Sade ) e  mesmo depois de ser reconhecida por prêmios de grande prestígio e visibilidade internacionais, em produções ousadas como As Criadas , adaptação de Jean Genet. Em termos pessoais, sua interpretação mais tocante sempre será a de Sunday Bloody Sunday / Domingo Maldito , atuação esta que muito tempo depois ainda renderia lembranças de críticos/críticas mais diversas, até mesmo de alguém tão cínico quanto Paulo Francis. Abandonou sua carreira de atriz para se dedicar à política, nos idos da década de 90, voltando ao universo do audioisual somente em anos recentes. 

Filme do Dia: Depois de Lúcia (2012), Michel Franco

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  D epois de Lúcia ( Después de Lucía , México/França, 2012). Direção e Rot. Original: Michel Franco. Fotografia: Chuy Chavez. Montagem: Antonio Biribiesca Ayala. Com: Tessa Ia, Gonzalo Vega Jr., Tamara Yazbek, Hermán Mendonza, Monica del Carmen. Lucía (Ia) e seu pai (Vega Jr.) mudam de cidade após um acidente no qual morreu a mãe e esposa respectivamente de ambos. Lúcia, sabendo do mal momento que vivencia o pai e suas complicações no novo trabalho como chef de um renomado restaurante, acaba omitindo do pai as situações crescentemente vexatórias que passa a vivenciar na escola, após ter deixado que um dos alunos filmasse ela e ele fazendo sexo em uma festinha. Com a divulgação do vídeo pela internet, Lucía passa a ser hostilizada e vítima de piadas por parte de todos na escola. Quando viajam para Vera Cruz, ela é humilhada diante de todos, estuprada no banheiro, urinada por vários rapazes, escorraçada pelas moças com as quais divide o quarto. A situação muda de figura quando todos v

Filme do Dia: Amo un Assassino (1951), Baccio Bandini

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  A mo un Assassino (Itália, 1951). Direção Baccio Bandini. Rot. Original Baccio Bandini, Sandro Continenza, Ennio De Concini, Mario Monicelli & Steno. Fotografia Renato Del Frate. Música Gino Marinuzzi Jr. Montagem Otello Colangeli. Dir. de arte Alberto Boccianti. Com Umberto Spadaro, Delia Scala, Andrea Bosic, Marco Vicario, Natale Cirino, Dorian Gray, Marga Cella, Angelo Maggio. O comissário Pietrangelli (Spadaro) se vê envolvido com uma investigação, a de uma mulher que aparentemente se jogou do vão de um condomínio onde mora com sua filha, Silvia (Scala), que demonstrará ser a mais espinhosa de sua carreira, já que o principal suspeito e ex-companheiro da vítima, Aldo (Bosic) vive uma relação até então secreta, com sua filha. Uma resposta italiana ao filme B americano? A temática, o título chamativo e a duração parecem de imediato nos fazer lembrar da não muito referida ou prestigiada produção do outro lado do Atlântico. Porém nem mesmo este ousaria uma cena tão extra