Filme do Dia: Os Últimos Dias de Pompéia (1913), Mario Caserini & Eleuterio Rodolfi

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Os Últimos Dias de Pompéia (Gli Ultimi Giorni di Pompeii, Itália, 1913). Direção: Mario Caserini & Eleuterio Rodolfi. Rot. adaptado: Mario Caserini, a partir do romance de Edward George Bulwer-Lytton. Com: Fernanda Negri Pouget, Eugenia Tettoni Fior, Ubaldo Stefani, Antonio Grisanti, Cesare Gani Carini, Vitale Di Stefano, Carlo Campogalliani, Ercole Vaser.
Nidia (Pouget) é uma pobre cega e escrava maltratada que é comprada por Glaucus (Stefani), o mais belo aristocrata de sua geração. A dívida de Nidia para com Glaucus se transforma em amor. Ela recorre ao feitiço de Arbace (Grisanti) para conquistar Glaucus, enamorado da bela e também aristocrata Jônia (Fior). Grisanti, no entanto, tomado de amor por Nidia, realiza uma poção que deixa Glaucus confuso e o acusa do assassinato de Apoecides (Carini), um discípulo de Arbace que pretendia revelar seus podres. Glaucus, é condenado a enfrentar os leões no coliseu. No último momento, no entanto, Nidia revela a verdade a Claudius (Stefano), o imperador, que intercede por Glaucus. A turba quer que Arbace seja jogado aos leões, mas uma erupção do Vesúvio faz com que todos corram para tentar escapar da catástrofe. Nidia conduz um grupo, entre eles Glaucus e  Jônia até um barco, mas resolve ficar e se afogar no mar a não possuir o seu amor.
Evidentemente se pode cobrar ainda menos verosimilitude histórica nessa produção, desdobramento mais complexo e sofisticado de um gênero que há anos encantava o público italiano, como é o caso de Nerone (1909), de Luigi Maggi do que, por exemplo, em Intolerância (1916), de Griffith, que muito deve a esses filmes em termos de valores de produção e estratégias melodramáticas mescladas a um cenário histórico, aqui ainda mais secundário que no realizador norte-americano. Como no último, a revelação de última hora é capaz de mobilizar de um modo ainda mais inverossímil – afinal lá se trata de um governador americano, aqui do próprio imperador romano que se dispõe a levar os “portadores da verdade” que, sem nenhuma prova a não ser a intensidade emocional, fazem virar o jogo contra o vilão. Não se faz uso da montagem paralela, um dos recursos que Griffith utilizará para acentuar a dimensão de suspense com relação ao imbróglio final. Existem planos longos que não possuem outra função que a de apresentar os valores de produção ou a quantidade de extras recrutados porém de modo mais parcimonioso que no longevo filme de Griffith. Mais bem decupado que o ápice dessa produção, ao menos em termos de grandiloquência e valores de produção, Cabíria (1914), de Pastrone, sua narrativa menos rocambolesca em grande parte se deve ao fato de se restringir ao drama romântico do quarteto envolvido e exclusivamente a dimensão amorosa – sobretudo o vivenciado pelos não amados Nidia e Arbace. Por mais que a figura da protagonista detenha o foco da narração, seu exemplo extremo e patético de auto-sacrifício, doando a sua própria vida, porém somente depois de ver o amado salvo, é bastante característico das limitações reservadas a esse protagonismo. Os efeitos especiais, tais como a representação de raios, apenas um pouco menos toscos que os de Da Manjedoura à Cruz (1912), de Olcott, estão longe do conseguido com Pastrone e, principalmente, Griffith. Os entretítulos boa parte das vezes antecipam a ação e ao menos uma vez fica bem evidente o olhar e o comentário de um dos personagens diretamente para a câmera, recurso ainda presente nas produções do momento (inclusive do próprio Griffith) que logo cairá em desuso. Curiosamente é no momento da explosão do vulcão que o filme se apresenta mais deteriorado. Destaque para o momento em que a tela é dividida, para representar a magia do feiticeiro diante de Nidia, recurso semelhante ao utilizado previamente por Nerone com fins semelhantes. Versão restaurada em 2000 que conta com 32 minutos a mais que a lançada em VHS, essa produção havia sido precedida por outra de mesmo título, lançada em 1908 sob direção de Luigi Maggi. É considerado como pioneiro em termos de super-produção. S.A. Ambrosio para Guissepe Barattolo. 88 minutos.



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