Filme do Dia: Martyrs of the Alamo (1915), Christy Cabanne


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Martyrs of the Alamo (EUA, 1915). Direção: Christy Cabanne. Rot. Adaptado: Christy Cabanne, baseado no romance de Theodosia Harris. Fotografia: William Fildew. Música: Michael Boldt. Com: Sam De Grasse, Allan Sears, Walter Long, Alfred Paget, Fred Burns, John T. Dillon, Douglas Fairbanks, Juanita Hansen.
Texas, anos 1830. Um pequeno grupo de texanos faz de uma missão sua fortaleza para ressistir aos avanços dos mexicanos. Eles são derrotados e os sobreviventes do massacre são levados ao paredão. Pouco tempo depois, quando os mexicanos já se dão por vitoriosos e Santa Anna (Long), seu líder, entrega-se as orgias, um grupo de americanos, devidamente avisados por Silent Smith (De Grasse), toma de assalto o acampamento mexicano e os derrota na Batalha de Jacinto, impelindo Santa Anna a assinar um acordo que torna livre o Texas, em 1836.
Mesmo que em menores proporções, inclusive em termos temáticos, trata-se de uma versão local do Nascimento de uma Nação, que foi lançado no mesmo ano e bem poderia se chamar O Nascimento de um Estado. Supervisionado pelo próprio Griffith, o filme caricaturiza os mexicanos o quanto pode.  Enquanto se encontram com o poder são bonachões e atrevidos, assim como – característica compartilhada pelos negros de O Nascimento de umaNação – dissolutos. Enquanto os americanos na mesma situação, como afirma uma das cartelas, são “magnânimos”. Do líder mexicano se sabe ser amigo das drogas e se vê numa imagem tentando seduzir a mulher, aparentemente sem sucesso,  de Silent Smith. Os negros, como era costume na época, são vividos por atores brancos, grotescamente pintados. De modo talvez ainda menos bem resolvido do que na obra de Griffith, a relação entre o evento histórico e as narrativas paralelas dos indivíduos em jogo se torna ainda mais confusa.  E falta a virtuosidade narrativa que acaba transformando em tons triunfantes e épicos, por mais  reacionária e direcionada que seja, o clássico de Griffith. As cenas de batalha são por demais extensas e quando se perde de vista os personagens envolvidos se perde igualmente o processo de identificação com a narrativa que se torna morosa, pois evidentemente se está ainda longe de se esboçar uma sofisticação estilística como a que os soviéticos fariam na década seguinte para se trabalhar com temas que vão além do grupo de personagens superficialmente apresentado. O fôlego narrativo se recupera próximo do final, quando o filme volta a focar novamente em alguns de seus personagens, sobretudo seu herói Silent Smith. Quando se tenta imputar todos os estereótipos negativos associados aos mexicanos, chega-se a observar uma dança cigana que mais se assemelha a dança flamenca do que propriamente algo próximo da cultura mexicana. Busca um tom triunfante ao final, quando da bandeira do estado livre do Texas se seguem sobreposições da bandeira confederada e finalmente da bandeira americana, selando sua visão retrospectiva demasiado capenga. Fine Arts Film Co. para Triangle. 65 minutos.

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