Postagens

Mostrando postagens de julho, 2018

Filme do Dia: Eros (2004), Michelangelo Antonioni, Steven Soderbergh & Wong Kar-wai

Imagem
E ros (EUA/Itália/Hong Kong/China/França/Luxemburgo/Reino Unido, 2004). Direção: Michelangelo Antonioni, Steven Soderbergh, Wong Kar-wai. Rot.Adaptado: Michelangelo Antonioni & Tonino Guerra baseado em conto É Perigoso Quando Tudo se Encaixa , de Antonioni (episódio É Perigoso Quando Tudo se Encaixa ); Rot. Original: Steven Soderbergh (episódio Equilíbrio ); Wong Kar-wai (episódio A Mão ). Fotografia: Marco Pentecorvo ( É Perigoso Quando Tudo se Encaixa ), Steven Soderbergh ( Equilíbrio ) & Christopher Doyle (episódio É Perigoso Quando Tudo se Encaixa ). Música: Enrica Antonioni & Vinicio Milani ( É Perigoso Quando Tudo se Encaixa ), Chico O´Farril ( Equilíbrio ) & Peer Raben ( A Mão ). Montagem: Claudio Di Mauro( É Perigoso Quando Tudo se Encaixa ), Steven Soderbergh ( Equilíbrio ), William Chang ( A Mão ). Dir. de arte: Stefano Luci ( É Perigoso Quando Tudo se Encaixa ), Phillip Messina ( Equilíbrio ) & William Chang ( A Mão ). Cenografia: Kristen Toscano Me

Filme do Dia: As Armas (1969), Astolfo Araújo

Imagem
A s Armas (Brasil, 1969). Direção e Rot. Original: Astolfo Araújo, sob argumento de Rubem Biáfora. Fotografia: Waldemar Lima. Música: Zimbo Trio. Montagem: Sylvio Renoldi. Cenografia: Enrique Ribó. Com: Mário Benvenutti, Irene Stefânia, Pedro Stepanenko, Francisco Cúrcio, Cavagnole Neto, Estanislau Graviluk, José Eduardo Amaro, Joana Fomm.          César (Benvenutti), motorista de um homem rico que faz parte de uma organização esquerdista que sonha com a contra-revolução em plena ditadura militar, cansa-se de se arriscar para cumprir as missões pedidas por seu patrão. Recebendo um salário que acredita indigno para o nível de risco que sofre, descobre que a organização planeja gastar alguns milhões para libertar companheiros aprisionados e decide matar o seu patrão. Passa então a viver um relacionamento amoroso com a carente filha (Stefânia) dele, transferindo-se com ela para a fazenda. Ele descobre onde se encontra o dinheiro e quando decide fugir com o mesmo é morto por um dos

The Film Handbook#171: Ingmar Bergman

Imagem
Ingmar Bergman Nascimento : 14/07/1918, Uppsala, Suécia Morte : 30/07/2007, Farö, Gotlands Iän, Suécia Carreira : 1945-1982 O status de Ernst Ingmar Bergman como mestre do cinema deriva menos de seus filmes individuais que da totalidade de um estilo distintivo e preocupações constantes. Poucos diretores conseguiram repetidamente dar voz a tal visão profundamente pessoal do sofrimento e solidão humanas. Filho de um pastor luterano, Bergman se tornou primeiro reconhecido enquanto diretor de teatro, meio no qual nunca cessou de trabalhar. Após escrever o impressionantemente cruel Tortura do Desejo / Hets  de Alf Sjöberg, em 1945 realizaria sua própria estreia em longa-metragem com Crise / Kris . Seus primeiros filmes foram investigações taciturnas e quase realistas das relações entre homens e mulheres, frequentemente prejudicadas por um contraste demasiado simplista de juventude inocente e corrupção adulta. Não obstante, pela época que realizou Monika e o Desejo / Sommaren med Mo

Filme do Dia: Ou Tudo ou Nada (1997), Peter Cattaneo

Imagem
O u Tudo ou Nada ( The Full Monty , Reino Unido, 1997) Direção: Peter Cattaneo. Rot.Original: Peter Cattaneo. Fotografia: John de Borman. Música: Anne Dudley. Montagem: David Freeman & Nicholas Moore. Com: Robert Carlyle, Tom Wilkinson, Mark Add, Paul Barber, Steve Huison.          Pai trintão desempregado que mora na zona industrial de Sheffield observa embasbacado mulheres que vão se divertir em clube de strip-tease masculino. Após frustradas tentativas de emprego, decide com um grupo de amigos também desempregados montar uma diferente companhia de strip, em que os homens (outros cinco metalúrgicos) que participam nada tem de diferente no físico do homem comum. Tudo isso para voltar a ter a liberdade de visitar o filho, que a mãe não mais pretende deixar vê-lo, já vivendo com outro homem. A primeira tentativa, para uma platéia de apenas três mulheres (entre elas, uma sobrinha de um deles) é um fracasso com a chegada da polícia e posterior encaminhamento à delegacia. Mas,

Filme do Dia: Hotel Del Monte (1897), James H. White

Imagem
H otel del Monte (EUA, 1897). Direção: James H. White. Fotografia: W. Bleckyrden. Um cortejo de carruagens atravessa a todo galope e com os integrantes dos veículos acenando incisivamente para a câmera. O carro mais agitado e com maior número de pessoas é justamente o primeiro, que inclui até uma fanfarra. No catálogo da companhia, que faz menção de se tratar de um célebre recanto turístico situado em Monterey na Califórnia diz ficar patente a exuberância do ambiente que circunda o hotel, mas de fato o que se vê é não mais que uma porção do hotel e algumas árvores ao fundo.   Edison Manufacturing Co. 24 segundos.

Filme do Dia: O Castelo Invencível (1951), Phil Karlson

Imagem
O  Castelo Invencível ( Lorna Doone , EUA, 1951). Direção: Phil Karlson. Rot.Adaptado: George Bruce, Jessy Lasky Jr. & Richard Schayer, baseado no romance de Richard D. Blackmore. Fotografia: Charles Van Enger. Música: George Duning. Montagem: Al Clark. Dir. de arte: Harold M. MacArthur. Cenografia: James Crowe. Figurinos: Jean Louis. Com: Barbara Hale, Richard Greene, Carl Benton Reid, William Bishop, Ron Randell, Sean McClory, Onslow Stevens, Lester Matthews, Orley Lindgren. Na segunda metade século XVII, John Ridd (Lindgren) vê o pai fazendeiro ser assassinado pelo cruel clã dos Lorne, que explora todos os granjeiros da região, por conta do movimento de oposição que ele liderava. Quando adulto Ridd (Greene) continua a missão do pai e, juntamente, com outros sete granjeiros, decide atacar o castelo dos Lorne. Sabendo da ação, os Lorne, comandados pelo cruel Carver (Bishop) aprisionam os pais de todos os envolvidos e mata o primeiro deles. Ridd, apaixonado por Lorna Doone

Filme do Dia: Glen and Randa (1971), Jim McBride

Imagem
G len and Randa (EUA, 1971). Direção: Jim McBride. Rot. Original: Jim McBride, Lorenzo Mans & Rudy Wurlitzer. Fotografia: Alan Raymond. Montagem: Jack Baran & Mike Levine. Dir. de arte: Gary Weist. Com: Steve Curry, Shelley Plimpton, Woody Chambliss, Garry Godrow. Glen (Curry) e Randa (Plimpton) são dois adolescentes em um mundo devastado por uma hecatombe atômica. Juntos, partem em busca da cidade prometida de Metropolis, produto das histórias em quadrinhos que são a principal fonte de informação e cultura para Glen. Em sua odisséia eles encontram um grupo de sobreviventes e se tornam próximos de um mágico itinerante (Goodrow), aninhando-se na morada improvisada do pescador Sidney (Chambliss), onde Randa tem seu bebê. Sidney põe fogo na cabana com Randa dentro e Glen parte para Metropolis com o filho e uma cabra. Sem pressa para narrar sua história, um dos elementos que mais chama a atenção nesse filme de Mcbride, são seus longos planos, como se o momento enquadrad

Filme do Dia: The Sunbeam (1912), D.W. Griffith

Imagem
T he Sunbeam (EUA, 1912). Direção: D.W. Griffith. Rot. Original: George Hennessy. Fotografia: G.W.Bitzer. Com: Ynez Seabury, Kate Bruce, Claire McDowell, Dell Henderson, Charles Hill Mailes, John T. Dillon, Mabel Taliaferro, Christy Cabanne. Sunbeam é uma garota que vive em um cortiço com sua mãe. Essa morre e ela pensa que a mãe apenas dorme. Sem ter ninguém com quem brincar, Sunbeam busca a rígida solteirona (McDowell) do andar de baixo. Quando sai de seu quarto vai parar no quarto em frente, do solteirão (Henderson), com quem a vizinha vive às turras. Achando que a criança pegou uma presilha para cabelo, a solteirona a interroga. Outras crianças do cortiço pregam uma cartaz com os dizeres “febre escarlatina” e chamam alguns policiais que impedem a saída dos três do apartamento do solteirão. Tendo que se conformar com a nova situação, a solteirona tenta fazer alguma comida, enquanto os policiais descobrem se tratar de uma peraltice das crianças. Quando o casal vai devolver a cr

Filme do Dia: Bocage, O Triunfo do Amor (1997), Djalma Limongi Batista

Imagem
B ocage, O Triunfo do Amor (Brasil, 1997) Direção: Djalma Limongi Batista. Rot.Original: Gualter Limonge Batista & Djalma Limongi Batista. Fotografia: Djalma Limongi Batista & Zeca Abdalla. Música: Livio Trachtenberg. Montagem: José Carvalho Motta. Com: Victor Wagner, Francisco Farinelli, Vietia Rocha, Majô de Castro, Daniela Previdello.            Diversas histórias do lendário poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage (Wagner) são entremeadas com sua própria vida, como seu caso com a prostituta Manteigui assim como simultaneamnte com Olinda e Alzira (Castro), a morte de seu fiel amigo Josino (Farinelli), seu encontro com dois frades que lêem avidamente suas aventuras - mote que une diversas das histórias apresentadas. Representa uma produção pouco comum dentro da cinematografia brasileira de sua época. Reúne uma elaborada estilização visual que consegue extrair muito dos cenários naturais que explora como Ouro Preto com uma narrativa não-linear e uma infinidade

Filme do Dia: Maria Helena - A Mulher de Todos (2015), Cristiano Souza

Imagem
M aria Helena – A Mulher de Todos (Brasil, 2015). Direção: Cristiano Souza. Com: Castanha, Mário Cardona, Levi Vieira, Thiago Lopes. Cobiçada por todos, Maria Helena (Castanha) é explorada por seu cafetão Marcelão. Ele quer que ela participe de filmes pornôs. Ela, por sua vez, pretende buscar o verdadeiro amor. Curta pretensamente cômico que, na verdade, com sua tentativa escrachada de humor a partir da figura-título, travesti, apenas reforça os estereótipos e preconceitos vinculados a tal universo. Guardadas as devidas proporções, o retrato do travesti é tão caricato quanto as incursões do Primeiro Cinema em relação às mulheres e pessoas do campo, com o diferencial de que muitas daquelas produções se encontravam entre a vanguarda do que se produzia em termos de imagem e movimento então e que se continuar com tal tipo de opção em termos de humor, mais de um século após não é exatamente algo digno de elogio. Sua referência ao filme de Sganzerla no título parece soar ainda mais e

Filme do Dia: O Ente Querido (1965), Tony Richardson

Imagem
O  Ente Querido ( The Loved One , EUA, 1965). Direção: Tony Richardson. Rot. Adaptado: Terry Southern & Christopher Isherwood, baseado no romance de Evelyn Waugh. Fotografia: Haskell Wexler. Música: John Addison. Montagem: Hal Ashby & Brian Smedley-Aston. Dir. de arte e Figurinos: Rouben Ter-Arutunian. Cenografia: James W. Payne. Com: Robert Morse, Jonathan Winters, Anjanette Comer, John Gielgud, Dana Andrews, Milton Berle, James Coburn, Liberace, Tab Hunter, Margaret Leighton, Roddy McDowall, Robert Morley, Barbara Nichols. Dennis Barlow (Morse), jovem britânico com pretensões a poeta, viaja para Los Angeles, onde se encontra com o velho tio Sir Francis Hinsley (Gielgud), que após 31 anos de serviços para um estúdio cinematográfico, é despedido de forma humilhante. Barlow descobre o corpo do tio suicida e, a partir daí, conhece todo o universo místico particular que envolve o monumental cemitério   de Whispering Glades, onde seu tio terá os serviços fúnebres, apaixonan

Filme do Dia: Paris is Burning (1990), Jennie Livingston

Imagem
P aris is Burning (EUA, 1990). Direção: Jennie Livingston. Fotografia: Paul Gibson. Montagem: Jonathan Oppenheim. Documentário que registra a cena gay nova-iorquina de grupos de latinos e negros de baixo poder aquisitivo, que realizam seus próprios sonhos em bailes, onde são distribuídos troféus para as mais diversas categorias de fantasias e coreografias. Com imagens registradas nos quatro anos que antecedem o seu lançamento, o filme constrói, por vezes a partir do perverso contraste entre os sonhos de glamour e riqueza de seus entrevistados e a realidade bastante sofrida vivenciada no dia-a-dia, sobretudo no caso de um travesti que presta vários depoimentos e é assassinado durante a produção do filme. Falta uma melhor estruturação ao   filme que funciona, no entanto, como interessante registro de um período que seus participantes já crêem terminado – o do glamour dos bailes; embora a cronologia varie, a depender da idade dos depoentes: uma drag madura lembra do tempo em que o

Filme do Dia: O Destino (1997), Youssef Chahine

Imagem
O  Destino ( Al Massir , Egito/França, 1997). Direção: Youssef Chahine. Rot. Original: Youssef Chahine & Khaled Youssef. Fotografia: Mohsen Nasr. Música: Yehia El Mougy & Kamal El Tawil. Montagem: Rashida Abdel Salam. Dir. de arte: Hamed Hemdan. Figurinos: Nahed Nasrallah. Com: Nour El-Sherif, Laila Eloui, Mahmoud Emida, Safia El Emari, Khaled El Nabaoui, Abdalla Mahmoud, Mohamed Mounir, Magdi Idris, Ahmed Fouad Selim.               No século XII, em Córdoba, o filósofo Averroes (El-Sherif), conhecido por pregar uma leitura aberta do livro máximo islâmico, o Corão, passa ser boicotado pelo Califa Al-Mansour (Hemida), que pretende manipular mais facilmente as massas para o conflito contra os espanhóis, com sua leitura cega e literal do mesmo. Porém, o Califa se decepciona com as atitudes dos próprios filhos, a quem nunca deu muita atenção. Enquanto Abdalla (Salama) só pensa em dançar e se divertir, tornando-se posteriormente um fanático religioso, o outro se torna um dis

Filme do Dia: O Médico e o Monstro (1920), John S. Robertson

Imagem
O  Médico e O Monstro ( Dr. Jekyll and Mr. Hyde , EUA, 1920). Direção: John S. Robertson. Rot. Adaptado: Clara Beranger baseado no romance de Robert Louis Stevenson. Fotografia: Roy F. Overbaugh. Dir. de arte: Robert M. Haas & Clark Robinson. Cenografia: Charles O. Seessel. Com: John Barrymore, Charles Lane, Brandon Hurst, Cecil Clovely, Nita Naldi, Martha Mansfield, George Stevens, J. Malcolm Dunn. O caridoso e reconhecido médico Dr. Jekyll (Barrymore) investe em suas pouco ortodoxas teorias que irritam o colega conservador, Dr. Richard Lanyon (Lane). Enquanto isso a filha do aristrocrata Sir George Carew (Hurst), Millicent (Mansfield), sente-se motivo de pouca ou nenhuma atenção do médico. Jekyll consegue obter uma fórmula secreta em que se transforma no malévolo Hyde, explorando a cantora de vaudeville Gina (Naldi). As súbitas transformações de Jekyll e sua cada vez mais ausente vida social despertam suspeitas. Enquanto Hyde ele assassina George Carew. Richard Lanyon tes

Filme do Dia: Red Riding Hood (1931), Harry Bailey & John Foster

Imagem
R ed Riding Hood (EUA, 1931). Direção: Harry Bailey & John Foster. Essa versão um tanto alucinada de Chapéuzinho Vermelho, no qual a garota, próxima da representação do primeiro Mickey Mouse, vai a casa da Avó e a encontra completamente revigorada por um tônico a base de jazz e saindo da sua situação de moribunda para uma lépida e fagueira dançarina e apaixonada por um priápico Lobo Mau é bastante representativa desse momento pré-Código Hays e domínio do padrão Disney de animação. O próprio estúdio que o produziu, não muito tempo após estaria realizando insípidas animações coloridas. Aqui, os traços mais primários e um senso anárquico mais próximo da primeira série do Gato Félix é que ditam o tom.  E não faltam cenas hilárias como a que a Avó se transforma de velha moribunda em jovem coquete em questão de segundos, que ela procura se desembaraçar da neta e fugir com o Lobo já vestida como noiva e a interrupção do casamento provocado pela esposa do Lobo e um enorme cortejo de

Filme do Dia: Quando Eu Era Vivo (2014), Marco Dutra

Imagem
Q uando Eu Era Vivo (Brasil, 2014). Direção: Marco Dutra. Rot. Adaptado: Gabriel Amaral Almeida & Marco Dutra, a partir do romance A Arte de Produzir Efeito Sem Causa . Fotografia: Ivo Lopes Araújo. Música: Marco Dutra, Guilherme Garbato & Gustavo Garbato. Montagem: Bernardo Barcellos & Juliana Rojas. Dir. de arte: Luana Demange. Figurinos: Diogo Costa & Tarsila Furtado. Com: Antônio Fagundes, Marat Descartes, Sandy Leah, Gilda Nomacce, Helena Albergaria, Tuna Dwek, Rony Koren, Carlos Albergaria, Kiko Bertholini. Desempregado e recém-separado da mulher, Júnior (Descartes) volta a morar no apartamento do pai (Fagundes), de onde tem lembranças intensas de sua infância e dos rituais que fazia com o irmão, Pedro (Libeskind), comandados pela mãe (Albergaria).   Júnior tem que dormir no sofá da sala, já que existe uma inquilina, Bruna (Leah), que ocupa seu quarto. Ele decide morar no pequeno quarto onde reencontra velhas quinquilharias dos tempos da infância e passa a

Filme do Dia: Pateta no Trânsito (1950), Jack Kinney

Imagem
P ateta no Trânsito ( Motor Mania , EUA, 1950). Direção: Jack Kinney. Rot. Original: Dick Kinney & Milt Schaffer. Música: Paul J. Smith. Um dos mais populares curtas do estúdio com o passar dos anos, mesmo que longe de ser dos mais bem sucedidos, em grande parte deriva sua continuada atração ao fato de lidar, de forma “documental”, com o tema da violência no trânsito, servindo até hoje, sete décadas após, como peça de apoio para educação no transito e, em termos cinematográficos, pela inesquecível transformação do pacífico Sr. Andante, incapaz literalmente de pisar numa formiga, no Sr. Volante, evidentemente evocativa de O Médico e o Monstro ; tal como no célebre romance, a figura burguesa assexuada e cortês se transforma numa besta-fera capaz de vociferar impropérios, atravessar por cima de poças somente para molhar pedestres e abalroar os carros quando sai do local onde se encontrava estacionado. Ainda que a transformação tenha seu apelo, pois igualmente tal como no rom

Filme do Dia: O Último Mergulho (1992), João César Monteiro

Imagem
O  Último Mergulho (Portugal/França, 1992). Direção e Rot. Original: João César Monteiro. Fotografia: Dominique Chapuis. Montagem: Stéphanie Mahet. Figurinos: Isabel Branco. Com: Fabienne Babe, Canto e Castro, Francesca Prandi, Rita Blanco, Dinis Neto Jorge, Catarina Lourenço, Fabienne Monteiro, Teresa Roby. Samuel (Jorge), jovem rapaz,   desiste da ideia do suicídio quando um homem já velho, Eloi (Canto e Castro), convida-o para beber. Com uma mulher inválida, Elói leva Samuel para a noite e para o sexo com sua filha, Esperança (Babe), porém   posteriormente pratica o suicídio. Embora aparentemente seja um filme bem mais convencional que a média do cineasta, da metade para o final tal impressão se desfaz por completo. Até por volta de sua primeira metade a narrativa segue uma decupagem relativamente convencional, em termos do encadeamento das ações, que representam a aventura dos personagens pela noite lisboeta, ao mesmo tempo que o filme oferece uma comovente generosidade

Filme do Dia: City Hall to Harlem in 15 seconds, Via the Subway Route (1904), Edwin S. Porter

Imagem
C ity Hall to Harlem in 15 Seconds, Via the Subway Route (EUA, 1904).  Fotografia: Edwin S. Porter.   Chama imediatamente atenção pelo título, evidente alusão às vistas que muitas vezes faziam uso dos meios de transporte para apresentar aspectos da modernidade das grandes cidades do mundo e que muitas vezes também compartilhavam longos títulos descritivos. Porém aqui se trata de uma evidente brincadeira com o gênero – do qual o próprio Porter muitas vezes contribuiu (tal como em  Cannoeing    on   the  Charles River, Boston, Mass . , do mesmo ano). Um homem entra na linha metroviária e provoca uma explosão que o leva via aérea durante os 15 segundos que faz menção o título pela linha do metrô até cair na casa de uma moradora do Harlem.  Edison Manufacturing Co. 2  minutos  e 31  segundos .  

Filme do Dia: Ryan (2004), Chris Landreth

Imagem
R yan (Canadá, 2004). Direção: Chris Landreth. Música: Fergus Marsh & Michael White. Montagem: Alan Code . Engenhoso e tocante tributo a um dos grandes nomes da animação canadense dos anos 60 Ryan Larkin, hoje vivendo de esmolas em Montreal. Landreth conseguiu fundir nesse seu tributo não apenas a dimensão biográfica – com a presença de depoimentos de pessoas ligadas a Larkin, além do próprio – como trechos da própria obra e do auge da carreira do realizador, quando chegou a ser indicado ao Oscar de animação. Tudo isso realizado através de uma forma de animação em 2D grandemente tributária da originalidade do artista a quem retrata. Enquanto a arte de Larkin dizia respeito a sua brilhante utilização e domínio da técnica do movimento, um dos destaques da animação de Landreth é seu inventivo uso de imagens de ação ao vivo para compor seus personagens animados. Oscar de animação. Cooper Heart Ent./National Film Board of Canadá. 14 minutos.

Filme do Dia: Paraíso Remoto (2004), Frédéric Tremblay

Imagem
P araíso Remoto ( Un Jour Ordinaire pas comme les Autres , Canadá, 2004). Direção: Frédéric Tremblay. Rot. Original: Alexis Martin & Frédéric Tremblay. Música: Dennis Larochelle. Montagem: Natacha Dufaux. Duas crianças fazem uma viagem para uma ilha remota após o tédio mortal que segue a explosão da televisão do apartamento onde vivem. Criativa e inteligente animação em tinta sobre papel colorida por computador, no qual a aventura extraordinária vivida pelas crianças pode ser representativa da imaginação reprimida por uma programação televisiva repetitiva e inexpressiva. Ao mesmo tempo, ironicamente finalizam afirmando que não foi mais que uma tarde como as outras que dá nome ao título original. ONF. 7 minutos.

Filme do Dia: A Bela Junie (2008), Christophe Honoré

Imagem
A  Bela Junie ( La Belle Personne , França, 2008). Direção: Christophe Honoré. Rot. Original: Christophe Honoré & Gilles Taurand. Fotografia: Laurent Brunet.   Música: Alex Beaupain. Música: Chantal Hymans. Dir. de arte: Samuel Deshors & Emmanuelle Cuillery. Com: Louis Garrel, Léa Seydoux, Grégoire Leprince Ringuet, Esteban Carvajal-Alegria, Simon Truxillo, Agathe Bonitzer, Anaïs Demostier, Valerie Lang. Junie (Seydoux) muda de escola logo após a morte da mãe e passa a viver na casa do primo Matthias (Carvajal-Alegria). A beleza plácida e algo melancólica de Junie atrai a atenção do companheiro de sala Otto (Ringuet), que se apaixona por ela. Eles passam a namorar. O professor de italiano Nemours (Garrel) se apaixona perdidamente por ela e dispensa suas duas amantes. A situação se torna crítica quando uma carta na sala é tida como de Nemours para Junie, quando na verdade se trata do amante de Matthias. Junie decide se afastar quando sabe que irá corresponder ao amor d

Filme do Dia: Minha Pobre Mãe Querida (1948), Homero Manzi & Ralph Pappier

Imagem
Minha Pobre Mãe Querida ( Pobre, Mi Madre Querida , Argentina, 1948). Direção: Homero Manzi & Ralph Pappier. Rot. Original: Pascual Conturzi & Homero Manzi.  Fotografia: Bob Roberts. Música: Alejandro Guttiérrez del Barrio. Montagem: José Gallego & Nicolás Proserpio. Dir. de arte: Carlos Ferraroti & Ralph Pappier. Com: Hugo del Carril, Emma Gramatica, Aida Luz, Graciela Lecube, Horacio Priani, Maria Esther Buschiazzo, Leticia Scury, Pablo Cumo. De uma velha (Grammatica) que vaga pelas ruas com cachorros a segui-la se observa a motivação para ter ficado em tal estado. Mãe dedicada e cuidadosa do charmoso cantor de tangos, Ramón (Carril), que abandona o emprego e a namorada (Lecube) por uma mulher leviana que encontra ao acaso (Luz), e que lhe desperta a paixão. Embora exista toda uma temática de amour fou com final trágico, chama mais atenção aos olhos de hoje a cuidadosa criação atmosférica de um ambiente de época ( belle époque ) empreendida com relativo esm