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Mostrando postagens de abril, 2016

Filme do Dia: Cara a Cara (1967), Júlio Bressane

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Cara a Cara (Brasil, 1968). Direção e Rot. Original: Júlio Bressane. Fotografia: Affonso Beato. Música: Sidney Waisman. Montagem: Eduardo Escorel. Cenografia: Luiz Carlos Ripper. Com: Antero de Oliveira, Helena Ignez, Paulo Gracindo, Paulo Padilha, Maria Lúcia Dahl, Wanda Lacerda, Ítalo Rossi, Ênio Gonçalves, Rosita Tomás Lopes, Maria Bethânia.               Raul (Oliveira) é um jovem funcionário público que não possui maiores esperanças na vida, tendo uma mãe em estado terminal e se fixando obsessivamente na jovem rica Luciana (Ignez), que o ignora. Luciana é filha do corrupto chefe político Hugo Castro (Gracindo). No dia em que Castro recebe homenagem importante, Raul mata um colega de repartição, rapta e mata Luciana e assassina a própria mãe. Em seu primeiro longa-metragem, Bressane já apresenta muitas das características que iriam ser desenvolvidas em seus filmes posteriores desse primeiro momento de sua carreira. Seu interesse por crimes passionais provocados por eleme
Durante a longa agonia do Império, a independência das províncias cresceu e a influência da cidade de Roma diminuiu; a classe culta entrou em decadência e foi substituída por grupos de oficiais sem instrução, frequentemente de origem bárbara. (Erich Auerbach, Introdução aos Estudos Literários , p. 97)

The Film Handbook#73: David Cronenberg

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David Cronenberg Nascimento : 15/05/1943, Toronto, Canadá Carreira (como realizador): 1969- Assim como os filmes de David Cronenberg repetidamente se preocuparam com as relações entre a mente e o corpo como tema, da mesma forma sua própria obra é definida tanto pela complexidade intelectual quanto pela descrição sanguinolenta e explícita da decadência física, doença e mutilação. Após estudar ciências e posteriormente literatura na universidade - onde realizou dois curtas surreais - Cronenberg  chamou pela primeira vez atenção, ao nível do cult , com os filmes  Stereo   e Crimes of the Future , ambas produções de ficção-científica grandemente experimentais que antecipavam suas obsessões futuras. Stereo  diz respeito a indução cirúrgica da telepatia; Crimes lida com as novas mutações genéticas resultantes dos cosméticos. A mesma visão subversiva de uma sociedade reconhecível ameaçada por experiências mal conduzidas voltaram no mais convencional Shivers (The Parasite Murders) /

Filme do Dia: No Distance Left to Run (2010), Will Lovelace & Dylan Southern

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No Distance Left to Run (Reino Unido, 2010). Direção: Will Lovelace & Dylan Southern. Fotografia: Ross McLennan & Dylan Southern. Montagem: Dylan Southern. Documentário que acompanha uma turnê que reúne novamente os quatro integrantes originais da banda pop britânica Blur. Seu tom cool , prenunciado nos créditos iniciais, soa tão fake , ao final de contas, quanto as intermináveis entrevistas em que membros da banda, individualmente, fazem suas anamneses pessoais sobre os motivos que levaram o distanciamento dos integrantes, o uso de drogas, a concorrência com o Oasis, polarizada ao máximo pela imprensa na contraposição entre os garotos da classe operária de Manchester do Oasis, contra os “riquinhos” de Londres. Mas, e sobretudo, pelos sentimentos internos de uns para com os outros, numa cansativa e inevitavelmente narcísica jornada. Não que se possa pôr em suspeição a “honestidade” dos depoimentos, mas por se apresentarem sob uma estrutura já tão desgastada que o efeito

Filme do Dia: Dr.Jekyll and Mr.Hyde (1913), Herbert Brenon

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Dr. Jekyll and Mr. Hyde (EUA, 1913). Direção: Herbert Brenon. Rot. Adaptado: Herbert Brennon a partir do romance de Robert Louis Stevenson. Com: King Baggot, Jane Gail, Matt Snyder, Howard Crampton, William Sorelle. Após atender alguns amigos – com quem discute sobre suas estranhas teorias a respeito de mudanças de personalidade induzidas – para o ceticismo dos mesmos, alguns clientes e também sua amada, Alice (Fail) e o pai dessa (Snyder), o Dr. Henry Jekyll (Baggot) se transforma no monstruoso Hyde (Baggot) após beber sua fórmula secreta, aterrorizando os criados que o veem saindo do escritório do patrão. Ele parte então para um clube de diversão popular, provocando espécie. Ainda como Hyde aluga um quarto de pensão barata e sai pelas ruas aterrorizando e atacando as pessoas, como uma criança aleijada, algo que é testemunhado por um homem e logo reunindo um grupo grande de pessoas. Ele se predispõe a pagar pelos danos causados ao garoto. Quando retorna a si, sente-se atormenta

Filme do Dia: A Strange Dream (1946), Harry Smith

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Number 1: A Strange Dream (EUA, 1946).  Direção: Harry Smith. Revolucionário e precoce em sua técnica de animação experimental, Smith antecipa aqui muitos dos efeitos que serão, de forma algo similar,  utilizados na produção de duas décadas após por nomes como Stan Brakhage, assim como toda uma vertente da animação abstrata. Formas e cores, geométricas ou não, acompanhadas por uma banda sonora sempre presente, mas se tornando ainda mais saliente próxima ao final, com a incorporação de vocalizações. Parece algo produzido bem adiante de seu tempo. 6 minutos.

Filme do Dia: Trono Manchado de Sangue (1957), Akira Kurosawa

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  Trono Manchado de Sangue ( Kumonosu-jou , Japão, 1957). Direção: Akira Kurosawa. Rot. Adaptado Shinobu Hashimoto, Ryuzo Kikoshima, Akira Kurosawa & Hideo Oguni, baseado na peça Macbeth , de William Shakespeare. Fotografia: Asakazu Nakai. Música: Masaru Satô. Montagem: Akira Kurosawa. Dir. de arte e Figurinos: Yoshirô Muraki. Com: Toshirô Mifune, Isuzu Yamada, Takashi Shimura, Akira Kubo, Hiroshi Tachikawa, Minoru Chiaki, Takamaru Sasaki, Kokuten Kôdô. No século XVI, um ambicioso líder guerreiro, Washizu (Mifune) e seu companheiro Miki (Chiaki), são guindados a postos significativos na hierarquia militar, como prenunciava a profecia do espírito da floresta que surgiu para ambos. Washizu, estimulado pela ganância de sua esposa (Yamada), assassina o grande senhor Odagura (Shimura), que o havia promovido. Para manter o apoio de Miki, Washizu possui planos de fazer seu filho (Kubo), seu sucessor. Pai e filho, no entanto, não aparecem na recepção orquestrada por Washizu, quando

Purple Rain Prince R.I.P.

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Descanse em paz, Prince (1958-2016)

3. Pat Metheny Group - Goodbye (Travels 1983)

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Descanse em paz, Naná Vasconcelos (1944-2016)

Your Song - Billy Paul

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Descanse em paz, Billy Paul (1934-2016)

Filme do Dia: Ser e Ter (2002), Nicolas Philibert

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Ser e Ter ( Être et Avoir , França, 2002). Direção: Nicolas Philibert. Fotografia: Laurent Didier, Katell Djian, Hugues Gemignani & Nicolas Philibert. Música: Philippe Hersant. Montagem: Nicolas Philibert. Esse documentário filmado na pequena cidadezinha de Saint-Etienne Sur Usson, acompanha o cotidiano de um professor e seus pequenos alunos. Ainda que o objetivo  do cineasta tenha sido o de mostrar a ineficácia de um método de ensino ancorado na repressão da liberdade criativa e da autonomia até mesmo motora das crianças – várias cenas apontam para isso – secundarizadas pela necessidade de incutir nelas o conteúdo formal e prepará-las para a disciplina escolar, o filme talvez se destaque mais pelo meticuloso olhar investigativo, pronto a captar muitos dos detalhes do ambiente da sala de aula. Embora, a figura do professor soe um tanto quanto antipática (ecoando as típicas figuras de poder do cinema documental de Frederick Wiseman ) em diversos momentos e muito pouco sensí

Filme do Dia: The Snob (1958), Herk Harvey

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T he Snob (EUA, 1958). Direção:  Herk Harvey. Rot. Original: Margaret Travis. Fotografia: Norman Stuewe.  Montagem: Chuck Lacey & Dan  Palmquist. Com: Vera Stough, Harper Barnes, Henry Effertz, Brady Rubin, Bret Waller. Sara (Stough), jovem e bela, é tida como esnobe na escola, por não participar das reuniões sociais e se dedicar somente aos estudos.  Ignorada ou destratada pelos outros estudantes, a situação muda de figura quando uma das mães pede que seu filho e  seus colegas se esforcem para fazê-la se sentir à vontade com o grupo. Faz parte de uma série de curtas produzidos tendo em vista a “educação” dos jovens americanos, sendo que Stough estrelou outros dirigidos pelo mesmo Harvey. Pode ser apreciado mais de meio século após sua produção apenas como uma peça de humor involuntário, dado o nível canhestro das interpretações e – pior de tudo – o aspecto didático e pouco complexo no qual o “mini-drama” se desenvolve. Centron Corp. para Young America Prod. 13 minutos e 24 s

Filme do Dia: O Cão dos Baskervilles (1959), Terence Fisher

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O Cão dos Baskervilles (The Hound of Baskervilles , Reino Unido, 1959). Direção: Terence Fisher . Rot. Adaptado: Peter Bryan, baseado no romance de Arthur Conan Doyle. Fotografia: Jack Asher. Música: James Bernard. Montagem: Alfred Cox. Dir. de arte: Bernard Robinson. Com: Peter Cushing, André Morell, Christopher Lee , Marla Landi, David Oxley, Francis De Wolff, Miles Malleson, Ewen Solon, John Le Mesurier.            O Dr. Richard Mortimer (De Wolff) convida Sherlock Holmes a aceitar o estranho caso de Baskerville, em que Sir Henry Baskeville, foi encontrado morto em situações misteriosas, que fazem remontar a uma lenda da região. Logo depois de sua morte, seu único parente vivo, Sir Hugo (Oxley), assume a propriedade. O assistente de Holmes, Watson (Morell) acompanha Hugo até sua propriedade, onde fica conhecendo a estranha Cecile (Landi), filha do caseiro Stapleton (Solon), o Bispo Basil (Malleson) e o casal Barrymore (Mesurier e Goss), mordomo e aia da propriedade respecti

The Film Handbook#72: Paul Cox

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Paul Cox Nascimento : 16/04/1940, Venlo, Holanda Carreira (como diretor): ;1965- Enquanto muitos diretores australianos dos anos 70 e 80 se voltaram para a nostalgia, sátira irrestrita e thrillers  derivativos de Hollywood, Paul Cox trilhou uma trajetória mais pessoal, discretamente explorando as problemáticas relações românticas da moderna classe média suburbana. Após anos realizando filmes experimentais (em sua maioria curtas), Cox chamou a atenção de um público mais amplo com Kostas , tocante narrativa do amor de um taxista imigrante por uma australiana divorciada. Prejudicado pela obviedade de seu retrato de preconceitos de classe e racial, de toda forma pavimentou o caminho para Lonely Hearts > 1 . Abordando novamente um romance que começa mal - dessa vez entre um afinador de pianos de classe média e uma tímida funcionária de banco, que conhece através de um encontro no computador - a honestidade emocional do filme foi garantida pelo tom sutilmente cômico e por uma cons

Filme do Dia: Ninguém Pode Saber (2004), Hirokazu Kore-Eda

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Ninguém Pode Saber ( Dare mo Hirandi , Japão, 2004). Direção, Rot. Original e Montagem: Hirokazu Kore-Eda. Fotografia: Yutaka Yamasaki. Música: Titi Matsmura & Gonzalez Mikami. Dir. de arte: Toshihiro Iromi & Keiko Mitsumatsor. Com: Yûya Yagira, Ayer Kitoura, Hiei Kimura, Mimoko Shimizu, Hanoe Kan, You, Kazumi Kushido, Yukiko Okamoto. Akira (Yagira) é um jovem adolescente que subitamente se vê responsável pelos irmãos ainda mais novos, Kyoko (Kitoura), Shigeru (Kimura) e Yuki (Shimizu), depois que a mãe Keiko (You), os abandona em um apartamento por períodos cada vez mais longos e desaparece sem dar notícias por meses. Passando por um processo de degradação econômica, moral e até mesmo física, Akira busca a ajuda do pai, que tampouco possui como ajudá-lo. Dispensa a ajuda da amiga Saki (Kan), que se prostitui para lhe arranjar algum dinheiro e conta com a ajuda de um dos funcionários de um supermercado que costumava comprar as coisas quando a mãe ainda lhe enviava dinhe

Filme do Dia: The Three Little Pups (1953), Tex Avery

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The Three Little Pups (EUA, 1953). Direção: Tex Avery. Rot. Original: Heck Allen. Música: Scott Bradley. Compará-lo com a série de filmes que Avery dirigiu igualmente parodiando outro conto clássico, o do Chapéuzinho Vermelho, seria de certo modo uma dupla covardia. Não apenas porque os traços aqui se tornam bem menos  apurados do que, por exemplo, Little Red Hiding Hood (1943), como a própria comicidade dos eventos mais maquínica pela mera auto-repetição de convenções. E, igualmente, por conta de já se encontrar escaldado pelas interdições de outros curtas seus, inclusive alguns da série “Chapéuzinho”, pela censura, este curta de dez anos após é bem mais “puritano”, sem a dupla conotação que flertava com o universo adulto. Aqui, trata-se da paródia dos três porquinhos e, curiosamente, dentre os irmãos  para o personagem do cão Droopy, recorrente na produção do estúdio, encontra-se um Snoopy. Como passou a ser habitual então, em grande parte graças ao próprio Avery, imagens de fi

Filme do Dia: Garotos de Fengkuei (1983), Hou Hsiao-Hsien

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Os Garotos de Fengkuei ( Feng Gui Lai de Ren , Taiwan, 1983). Direção: Hou Hsiao-Hsien. Rot. Original: Chu T’ien-wen. Fotografia: Chen Kun Hao. Com: Shih Chang, Doze Niu, Chao P’eng Chue, Chung Hua Tou, Lai-Yin Yang, Zhang Chun-fang. Grupo de quatro amigos jovens vive pequenas aventuras após abandonarem a escola e viverem sem maiores perspectivas de trabalho, envolvendo-se em brigas de gangues que causam receio às suas famílias. Cansados desse marasmo, três dos quatro jovens resolvem viajar para a cidade grande de Kaohsiung. Dentre eles, encontra-se Ah-Ching, que possui um pai deficiente desde que num jogo de beisebol teve parte de seu crânio afundado. Conseguem, através da irmã de um deles, um apartamento onde passam a morar e passam a trabalhar numa fábrica. Ah-Ching se torna crescentemente interessado pela vizinha Hsiao-Hsing, amante de um criminoso, Ah-Ho, que após um golpe na empresa em que trabalhava, foi preso. Ah-Ching soube da notícia da morte do pai e volta para sua

Filme do Dia: Flaming Creatures (1963), Jack Smith

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Flaming Creatures (EUA, 1963). Direção: Jack Smith. O radical caráter transgressivo desse curta experimental de um dos ícones do cinema underground norte-americano talvez se torne menos interessante por si mesmo, do que pela teia de referências com as quais pode ser associado. Com uma tremida câmera na mão e fotografia de péssima qualidade, destacando os tons brancos, existe de tudo um pouco. Das figuras de submundo que fazem com que as superstars de Warhol  ganhem uma insuspeita aura de glamour, que como em Warhol, canibalizam as influências do cinema hollywoodiano clássico de forma paródico-grotesca às canções pop - que também eram onipresentes nas obras de Kenneth Anger – e latinas. Da nudez mais agressiva e menos paródica que a dos Irmãos Kuchar ao tom explicitamente amador de seu referido trabalho de câmera, assim como das “interpretações”, que sugerem fortes paralelos com o cinema marginal brasileiro, algo que também fica patente na histeria que acompanha os movimentos c

Filme do Dia: A Antiga e a Moderna (1923), Buster Keaton & Edward F.Cline

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A Antiga e a Moderna ( Three Ages , EUA, 1923). Direção: Buster Keaton & Edward F. Cline. Rot. Original: Buster Keaton, Clyde Bruckman, Jean C. Havez & (?) A. Mitchell. Fotografia: Elain Lessery & William C. McGann. Com: Margareth Leaky, Wallace Beery, Buster Keaton, Lilian Lawrence, Joe Roberts, Lionel Belmore, Kewpie Morgan, Blanche Payson. As desventuras de um rapaz apaixonado (Keaton) que procura se aproximar sem grande sucesso de sua amada (Leaky) tendo como oponente um homem mais forte e/ou rico (Berry) em três momentos: Pré-História, Roma Antiga e Contemporânea. Após vários obstáculos e da incredulidade da família, o rapaz consegue conquistar sua amada e vencer a contenda que decidirá com quem ela deverá permanecer: no primeiro caso, ao sequestrar a mesma, após ter sido comprovado que ele agira de modo desleal no duelo, no segundo ao ganhar uma corrida de bigas e no terceiro, ao provar para sua amada que estará se casando com um escroque e bígamo. Primeiro l

Filme do Dia: Mão Morta Bate na Porta (2008), Ramón Costafreda

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Mão Morta Bate na Porta ( Má Morta, Truca a la Porta, Espanha, 2008). Direção: Ramón Costafreda.  Rot. adaptado:  Miguel Obiols, baseado no romance de Serge Pamiès de Si Menges una Limona Sense for Ganyotes . Fotografia: Xavier Gil. Música: Xavier Font & Arturo Vaquero. Montagem: Guillermo Represa. Com:  Pablo Derqui, Georgina Amorós, Carlos Blanco, Helena Carrión, Leticia Dolera. Em Barcelona, o escritor de livros infantis Jan (Derqui), após ter decidido não mais se relacionar com ninguém e apenas viver com sua filha de sete anos Nora (Amorós) muda de opinião após a trágica morte da filha. Já a diarista colombiana Cláudia, mãe solteira, possui uma obsessão mórbida. O casal bem sucedido de advogados Ernest (Blanco) e Júlia (Carrión) não possui mais uma vida afetiva intensa. Certa noite, Ernest descobre entre as coisas da esposa um vibrador. Pili (Dolra), solitária atendente de uma livraria freqüentada por Jan e Nora. O segurança Gasull, que não consegue associar sexo e afetivi

Filme do Dia: Deus Branco (1928), W.S.Van Dyke

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Deus Branco ( White Shadows in the South Seas , EUA, 1928). Direção: W.S. Van Dyke. Rot. Adaptado: Ray Cunningham,  Ray Doyle & John Colton a partir do romance Frederick O’Brien. Fotografia: Clyde De Vinna, George Gordon Nogle & Bob Roberts. Música: William Axt. Montagem: Ben Lewis. Com: Monte Blue, Raquel Torres, Robert Anderson, Renee Bush, Dorothy King, Napua. O Dr. Matthew Lloyd (Blue) vive insatisfeito com as condições de exploração dos nativos polinésios pelos homens brancos, que fazem uso de todas as artimanhas para conseguir perólas, a custa de muitas vidas, sob o comando do inescrupuloso Sebastian (Anderson). Lloyd cai numa armadilha organizada por Sebastian e se vê abandonado em um navio cheio de vítimas da peste bubônica. Uma tempestade irrompe e Matthew acorda em terra, observando uma cabana relativamente próxima. Quando se aproxima do local observa todo um grupo de nativos que não tiveram qualquer contato com a civilização branca.  A mulher que o descobre e

The Film Handbook#71: Barry Levinson

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Barry Levinson Nascimento : 06/04/1942, Baltimore, Maryland, EUA Carreira (como diretor) : 1982- Mesmo que Barry Levinson ainda tenha que cumprir com o saldo promissor de sua estreia, ele é um dos mais intrigantes realizadores norte-americanos do cinema mainstream a surgirem nos últimos anos. Ao contrário de muitos da geração pós-Spielberg, parece mais feliz com as palavras que com os efeitos especiais, e é mais adepto na realização de filmes para adultos que adolescentes. Levinson chamou a atenção primeiramente como roteirista de comédias para o cinema e a televisão - seus roteiros incluíram A Última Loucura de Mel Brooks / Silent Movie  e Alta Ansiedade / High Anxiety  de Mel Brooks e Justiça para Todos / ...and Justice for All , co-escrito com Valerie Curtin - então dirigindo o tremendo sucesso Quando os Jovens se Tornam Adultos / Diner> 1. Baseado parcialmente em sua própria juventude e ambientado em Baltimore, em 1959, o filme reconta a experiência de um grupo dos ent

Filme do Dia: O Mistério Picasso (1956), Henri-Georges Clouzot

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O Mistério Picasso (Le Mystére Picasso, França, 1956). Direção: Henri-Georges Clouzot. Rot. Original: Clouzot & Pablo Picasso. Fotografia: Claude Renoir. Música: Georges Auric. Montagem: Henri Colpi. Ao contrário das habituais cinebiografias ficcionais (uma das mais famosas, Sede de Viver , sobre Van Gogh, tendo sido produzida no mesmo ano) ou dos filmes documentais, sobretudo curtas-metragens que se detém sobre as obras de arte acabadas de grandes artistas, o filme de Clouzot se propõe a mostrar o artista em atividade. Nesse sentido, compõe as seqüências iniciais do filme com gravuras realizadas em tempo real ou próximo do real e, posteriormente, através do recurso da montagem procura ilustrar o que Picasso descrevera como sua técnica de justaposição de cores e desenhos. O sentido de utilizar uma colagem das alterações efetivadas no quadro se faz a partir da própria reclamação de Picasso de que as obras desenhadas em tempo real são bastante superficiais. Pode-se perceber n

Filme do Dia: A Mulher na Lua (1929), Fritz Lang

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A Mulher na Lua ( Frau im Mond , Alemanha, 1929). Direção: Fritz Lang. Rot. Adaptado: Thea Von Harbou, baseado em conto dela própria. Fotografia: Curt Courant, Oskar Fischinger, Konstantin Irmen-Tschet & Otto Kanturek. Dir. de arte: Joseph Danilowitz, Emil Hasler, Otto Hunte, Karl Vollbrecht. Com: Klaus Pohl, Willy Fritsch, Gustav von Wangenheim, Gerda Maurus, Gustl Gstettenbaur, Fritz Rasp. Wolf Helius (Fritsch) se encontra disposto a empreender uma viagem à Lua a partir das informações do desacreditado cientista excêntrico Georg Manfeldt (Pohl), vivendo na miséria desde que foi escorraçado pela classe científica que não levou à sério suas teorias. Porém, os planos de Manfeldt são furtados das mãos de Helius pelo ambicioso Walt Turner (Rasp), que faz questão de integrar a missão. Juntam-se a eles o melhor amigo de Helius, o engenheiro Hans Windegger (Wangenheim) e sua destemida noiva Gerda Friede Velten (Maurus). A bordo igualmente vai, clandestino, o garoto Gustav (Gstet

Filme do Dia: The Visitor (2002), Dan Castle

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The Visitor (Austrália, 2002). Direção e Rot. Original: Dan Castle. Fotografia: Richard Michalak. Música: Glen Muirhead. Montagem: Bridget Lyon & Scott Patterson. Dir. de arte e Figurinos: Dorothy Sapinska. Com: Barry Otto, Nick Carpenter, Damian de Montemas. Michael (Otto), escritor homosexual de meia-idade, não consegue lidar com o fato de seu antigo amante, Chris, encontrar-se em estado terminal, recusando atender suas ligações. Seu trabalho é interrompido por um grupo de jovens surfistas que se encontram em sua vizinhança. Michael sente-se extremamente atraído por um deles (Carpenter) e o observa na praia, até que ele some em meio a uma de suas manobras. Michael o redescobre já na areia. Ele retorna a sua casa e para sua completa surpresa, encontra o jovem semi-despido em sua casa. Ambos entabulam uma conversa e após se afastar um momento ele vai reencontrar o garoto em sua cama, porém morto. Esse pretensioso curta que faz várias analogias a Morte em Veneza (1971), de V

Filme do Dia: Everything Will Be Ok (2006), Don Hertzfeld

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Everything Will Be Ok (EUA, 2006). Direção, Rot. Original, Música e Fotografia: Don Hertzfeld. Montagem: Brian Hamblin. Hertzfeld conseguiu construir um nicho à parte no universo da animação, o que não é pouco, com seu estilo peculiar, construído a partir de traços muito básicos – pouco mais que garranchos – e o uso de máscaras múltiplas sobre a tela, fazendo com que duas ou três ações sejam acompanhadas ao mesmo tempo. E todas elas se encontram vinculadas à figura de Bill, de quem temos conhecimento não apenas pelas ações, mas pela narração, efetuada pelo próprio Hertzfeld. Ocasionalmente a tela fica completamente escura e apenas ouvimos a narração. A música – aqui fragmentos de Bizet e Smetana, além da trilha incidental composta igualmente por Hertzfeld – e elementos evocativos do cinema experimental de um Brakhage, assim como stills e imagens de ação ao vivo  vem se somar aos ingredientes utilizados, sem que se fique com a sensação de saturamento, dado o tempo relativamente lon

Filme do Dia: More (1969), Barbet Schroeder

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More ( More , Al. Ocidental, 1969). Direção: Barbet Schroeder. Rot. Original: Paul Gégauff & Barbet Schroeder, a partir de argumento do último. Fotografia: Nestor Almendros. Música: Pink Floyd. Montagem: Denise de Casabianca & Rita Roland. Dir. de arte: Nestor Almendros & Fran Lewis. Com: Klaus Grünberg, Mimsy Farmer, Heinz Engelmann, Michel Chanderli, Henry Wolf, Louise Wink, Georges Montant. Stefan Brückner (Grünberg) é um matemático alemão que resolve ganhar o mundo, tendo o vago pretexto de ir ao Marrocos. Ele conhece Charlie (Chanderli), que vive de pequenas trapaças e, numa festa, Estelle Miller (Farmer), a quem Charlie havia advertido de se manter distante. Stefan consegue uma quantia razoável de dinheiro, de um roubo que pratica com Charlie. Estelle afirma que está partindo para Ibiza, e que ele a procure por lá, perguntando por Ernesto Wolf (Engelmann). Stefan vai morar com Estelle, numa ilha deserta, fugindo de Wolf, de quem Estelle furtou 200 doses de he

Mason Daring & Jeanie Stahl - Nevertheless

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Linda canção e cantada pela mesma dupla que a gravou para o belo e honesto "Lianna" de John Sayles.

Filme do Dia: Um Só Pecado (1964), François Truffaut

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Um Só Pecado ( La Peau Douce , França/Portugal, 1964). Direção: François Truffaut. Rot. Original: François Truffaut & Jean-Louis Richard. Fotografia: Raoul Coutard. Música: Georges Delerue . Montagem: Claudine Bouché. Figurinos: Renée Rouzot. Com: Jean Desailly, Françoise Dorléac, Nelly Benedetti, Daniel Ceccaldi, Laurence Badie, Sabine Haudepin, Philippe Dumat, Dominique Lacarrière. Pierre Lachenay (Desailly), renomado intelectual francês apaixona-se pela aeromoça que conhece em uma viagem a Lisboa, Nicole (Dorléac). Casado a 12 anos com Franca (Benedetti), viaja para um seminário em Rouen com a amante, procurando mantê-la incógnita no pequeno hotel, longe da badalação que a comunidade de notáveis  local lhe preparou. Porém, o constante assédio de um intelectual local, Clément (Ceccaldi), faz com que Pierre ignore Nicole, magoando-a. Buscando contornar a situação, Pierre aluga um bangalô afastado da cidade, porém quando se sente na obrigação de avisar a esposa, é descoberto