Filme do Dia: Um Misterioso Assassinato em Manhattan (1993), Woody Allen
Um Misterioso Assassinato em Manhattan (Manhattan Murder Mystery, EUA,
1993) Direção: Woody Allen. Rot.Original: Woody Allen&Marshall Brickman.
Fotografia: Carlo Di Palma. Montagem: Susan E. Morse. Com: Woody Allen, Diane
Keaton, Alan Alda, Angelica Huston, Jerry Adler, Lynn Cohen, Melanie Norris.
Cronista
de uma revista, Larry Lipton (Allen) é convencido por um simpático casal de idosos,
Paul e Lilian House (Adler e Cohen) e também por sua esposa, Carol (Keaton)
para um rápido bate-papo quando saem do elevador. No dia seguinte, quando
retornam para o apartamento ficam estupefatos ao saberem da súbita morte de
Lilian. Encasquetada com o pouco pesar demonstrado por Paul , ao encontrarem-se casualmente na
rua, Carol passa por sua conta, e com o
auxílio de um amigo, Ted (Alda), a investigar a vida de Paul, chegando a invadir seu
apartamento. Larry acredita que ela
está ficando psicótica quando diz ter visto Lilian sentada em um
ônibus que cruza a rua. Além do que fica enciumado com seu interesse
cada vez maior em dividir as investigações com Ted. Ao saírem com a
sofisticada Marcia Fox (Huston), Keaton
fica enciumada das atenções que ela chama para si, devido a sua inteligência e
ao plano que elabora para desmascarar o assassino. Tentando blefar sobre o fato
de que se encontra da posse do corpo da mulher que fez passar por sua esposa,
Larry leva um susto ao saber que Carol
se encontra nas mãos do assassino. Porém, este é assassinado por sua sócia,
dona de um cinema que passa filmes antigos, ao perceber que este a traía com
uma modelo bem mais jovem.
O enredo rocambolesco e o mistério e suspense são um
tributo ao cinema noir (dois clássicos do gênero, por sinal, são citados, Pacto de Sangue de
Wilder e A Dama de Xangai de Welles), ainda que, ao contrário de diversos
cineastas como Polanski (Chinatown) e
Altman (Um Perigoso Adeus), Allen ter
preferido adapta-lo para seu universo particular (intrigas de casal, personagens
banais de classe média, todos falando ao mesmo tempo) advindo daí o maior
charme e graça do filme. E a grande percepção de Allen é a de unir esses banais personagens da
classe média que você pode encontrar em qualquer condomínio a uma situação nada comum. Assim, tudo o que
pode existir de potencialmente dramático acaba tornando-se verdadeiramente
cômico. Inclusive a cena final, uma paródia-homenagem ao filme de Welles, com
uma repetição dos diálogos que ocorrem na tela. Primeira produção que Keaton
co-estrela com Allen desde Manhattan
(1979) e, de certa forma, evoca o mais famoso filme do casal, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977). Brickman, parceiro de algumas produções de
Allen da década de 70, co-roteirizou o filme. Utilização freqüente de planos
longos com a câmera tremida de Di Palma (não tanto quanto Maridos e Esposas é bem verdade), montagem paralela e zoom.
Como sempre, boa utilização das canções jazzistícas que parecem também fazer
parte da ação, como na cena em que Carol invade o apartamento, numa referência
a clássica cena de Janela Indiscreta. Tri-Star Pictures. 104 minutos.
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