Filme do Dia: American Pop (1981), Ralph Bakshi
American Pop (EUA, 1981). Direção: Ralph Bakshi. Rot. Original:
Ronni Kern. Montagem: David Ramirez.
Uma famíla de
judeus foge das perseguições do czarismo na Rússia e emigra para Nova York,
sendo o pai rabino assssinado por permanecer orando enquanto todos fogem. Nos
EUA, o garoto Zalmie aproxima-se do mundo do vaudeville, enquanto sua mãe é
vítima de um incêndio no prédio onde moravam. Adotado por artistas, participa
involuntariamente dos conflitos da I Guerra Mundial, quando se apresenta na
França. Seu filho Benny se torna um talentoso pianista. Porém, o fato de ter
presenciado a morte da mãe em pleno era dos gangsters o torna melancólico.
Casa-se por pressão paterna com a filha de um rico mafioso, sócio do pai, porém
parte para a II Guerra, onda é vítima de um soldado nazista, deixando a esposa
grávida. Seu filho, Tony, revoltado, foge de casa e passa a freqüentar o
círculo de beatniks, viajando pelos Estados Unidos sem rumo. Vai até a
Califórnia onde encontra uma cantora que lidera uma banda que se torna a número
um nas paradas de sucesso mais rapidamente se torna decadente devido ao uso
excessivo de drogas e álcool, morrendo de overdose. Desesperado e perdido, Tony
passa a viver pedindo ajuda nas ruas com o garoto Pete, que foi fruto de seu
relacionamento de uma noite com uma garota que conhecera no Kansas quando
jovem. Pete consegue finalmente galgar as paradas de sucesso.
Esse longa de
animação de Bakshi (diretor de O Gato Fritz, a partir dos quadrinhos de Robert Crumb), descreve quatro gerações
de uma família de origem russa e sua relação visceral com a música (e por
extensão com a cultura) americana do século XX. Sua grande força advém da
utilização admirável das cores e da técnica do rotoscópio (criada pelos Irmãos
Fleischer, por volta de 1914, que consiste em reproduzir imagens animadas a
partir da ação ao vivo e potencializada por Disney em seu Branca de Neve e os Sete Anões, de 1937, utilizada aqui em escala
inédita) somada a magnífica seleção musical. Para não deixar dúvidas quanto a
inspiração de suas imagens, Bakshi ainda acrescenta diversas cenas rápidas de
imagens de arquivo dos períodos históricos em que a ação se encontra. O
resultado final, marcante em sua reconstrução do imaginário visual das
primeiras décadas do século tende a se tornar menos impactante quando se
aproxima da própria geração do ralizador, evidentemente a que recebe maior
atenção do filme e acaba sem muita inspiração com um esboço de final feliz para
uma sucessão de dramas, senão tragédias, americanas. É louvável, nesse sentido,
que Bakshi não se renda ao imaginário comum do Sonho Americano vivido por
imigrantes tão alentado pelo cinema em filmes tão diversos quanto América, América (1962) de Kazan ou a
também animação em longa-metragem Fievel,
um Conto Americano. Aqui, à pobreza perseguida que rendeu a morte do pai do
patriarca do ramo americano da família na Rússia (por sinal, pré-revolução
comunista) ocorre a equivalente morte da mãe nos pardieros em que vivia a maior
parte da população emigrada nos Estados Unidos. Na trilha musical Charleston, Anything Goes, As Time Goes By, Body and
Soul, Mona Lisa, A-Hard Rain´s Gonna Fall, California Dreamin, Purple Haze, Summertime,
Don’t Think Twice It´s All Right, People are Strange, Blue Suede Shoes, I´m Waiting for the Men. Do mesmo modo que as imagens de arquivo nao
escondem a inspiração das imagens rotoscopiadas, os personagens são referências
evidentes de célebres artistas do cenário pop norte-americano, notadamente
Frankie (uma mescla de Gracie Slick, a vocalista do Jefferson Airplane com
Janes Joplin). Columbia Pictures Corps/Polyc
Int. BV para Columbia Pictures. 96 minutos.
Ralph. Onde posso conseguir o filme?
ResponderExcluirCara, não sei te responder! Essa coluna que denominei "Filme do Dia" são acervos de resenhas que venho escrevendo desde 1998. então, no caso do filme em questão, embora eu tenha visto no cinema, quando de seu lançamento, acredito que tenha sido através de torrents.
ResponderExcluirEntão alguém conhece esse filme além de mim. Inédito
ResponderExcluirhahaha...sim. e vi no cinema quando de seu lançamento. para esta resenha revi tempos depois.
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