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Filme do Dia: O Homem de Mármore (1977), Andrzej Wajda

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O   Homem de Mármore ( Czlowiek z Marmuru , Polônia, 1977). Direção: Andrzej Wajda. Rot. Original: Aleksander Scibor-Rylski. Fotografia: Edward Klosinski. Música: Andrzej Korzynski. Montagem: Halina Prugar-Ketling. Dir. de arte: Wojciech Majda & Allan Starski. Cenografia: Maira Osiecka-Kuminek. Figurinos: Lidia Rzeszewska. Com: Jerzy Radziwilowicz, Krystyna Janda, Tadeusz Lomnicki, Jacek Lomnicki, Michal Tarkowski, Piotr Cieslak, Wieslaw Wójcik, Krystyna Zachwatowicz. A documentarista Agnieszka (Janda) se encontra disposta a realizar um filme sobre um tema nada amistoso no momento em questão: investigar a trajetória e o misterioso desaparecimento do ex-líder e figura emblemática do operariado Mateusz Birkut (Radziwilowicz), protagonista de um desafio sobre a produtividade na quantidade de tijolos e que participa de uma tentativa de recorde de assentar 28 mil tijolos em um único dia. Após a súbita fama, Mateusz passa a se desentender com as autoridades, depois do desaparecimen

Filme do Dia: The Voice of the Violin (1915), Ben Turbett

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T he Voice of the Violin (EUA, 1915). Direção: Ben Turbett. Com: Helen Fulton, Pat O’Mailey, Robert Brower, Carlton S. King. Violinista, Jack (O’Mailey) se encontra apaixonado pela moça a quem ensina violino, Marjorie (Fulton),   mas percebe que o irmão, Herbert (King), favrorito do pai (Brower), pediu-a em noivado. O irmão, no entanto, é um boêmio e mulherengo incorrigível. Um vendedor oferece um violino stradivarius por 7 mil dólares como oferta, pois terá que empreender uma viagem. Jack não possui o dinheiro. Logo, no entanto, ambos os irmãos são beneficiados por uma herança. Jack imediatamente compra o violino, enquanto o irmão perde o dinheiro no jogo e, quando está assaltando furtivamente o cofre da família, é flagrado por Jack, pondo a culpa neste, no que o pai prontamente acredita. Jack vai morar em Nova York. Quando a promissória de Herbert chega as mãos do pai, esse se atormenta por ter sido injusto com Jack e contrata um detetive para procura-lo sem sucesso. Marjorie c

Filme do Dia: O Herói (1966), Satyajit Ray

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O   Herói ( Nayak , Índia, 1966). Direção e Rot. Original: Satyajit Ray , a partir de argumento dele próprio. Fotografia: Subrata Mitra. Música: Satyajit Ray. Montagem: Dulal Dutta & Satyajit Ray. Dir. de arte: Bansi Chandragrupta. Com: Uttam Kumar, Sharmila Tagore, Bireswar Sen, Somen Bose, Nirmal Gosh, Premangshu Bose, Sumita Sanyal, Bharati Devi. Arindam Mukherjee (Kumar) é um famoso ator de matinês que viaja para Nova Delhi para receber um prêmio. Os jornais haviam estampado seu envolvimento em uma briga e sua presença no comboio desperta a atenção de muitos. Aditi (Tagore), jornalista da província, inicia uma longa conversa com ele, com pretensões de publica-la. Arindam afirma que ela não pode revelar tudo o que ele lhe disse, pois ele teme o mercado e a reação de seus fãs. Suas reminiscências vão desdo o primeiro dia em que entrou em um set , e foi hostilizado pelo então ídolo que parece ter percebido a ameaça que ele representava, até o momento em que não concorda com s

The Film Handbook#212: David Lynch

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David Lynch Nascimento: 20/01/1946, Missoula, Montana, EUA Carreira   (como diretor) : 1967- Talvez o mais original e criativo diretor a emergir da América em anos recentes, David Lynch revela uma estranha habilidade para fazer uso de suas fantasias interiores e criar universos estranhos e sinistros, ao mesmo tempo irreais e incomumente familiares. Se o sentido preciso de seus filmes é algo menos claro, seu poder e invenção permanecem virtualmente sem equivalentes no cinema comercial norte-americano contemporâneo. Lynch trabalhou com cinema enquanto estudava pintura em uma escola de arte, realizando loops animados de um minuto antes de filmar dois curtas nos quais animação pintada, modelagem e ação ao vivo se mesclavam com efeito original: tanto The Alphabet  (uma parábola sobre os horrores da educação) quanto A Avó / The Grandmother  (um retrato bizarro da infância) apresentam um senso visual grotesco e sombria engenhosidade. Porém foi com seu longa de estreia que pela primeir

Filme do Dia: The Little Pest (1927), Jay Belasco & Scott Darling

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The Little Pest (EUA, 1927). Direção: Jay Belasco & Scott Darling. Fotografia: Milton Bridenbecker. Com: Neely Edwards, Consuelo Dawn, Billy Kent Schaefer, Bud Jamison. Casal recém-casado (Edwards e Dawn) visita sua desagradável família e convida o pequeno garoto (Schaefer) a ficar um momento com eles, mal sabendo as consequências de levar o pestinha consigo. Essa comédia curta soa menos interessante que qualquer outra produção cômica contemporânea de outras companhias rivais (Reelcraft, Educational Film, Hal Roach, etc.), mesmo deixando de lado mestres como Keaton, Lloyd ou  Chaplin . E, curiosamente, quem faz a maior parte do estrago é menos o garoto que o estúpido protagonista vivido por Edwards. Universal Pictures. 9 minutos e 48 segundos. Postado originalmente em 24/09/2014

Filme do Dia: A Letter to Elia (2010), Martin Scorsese

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A   Letter to Elia (EUA, 2010). Direção e Rot. Original: Martin Scorsese & Kent Jones. Fotografia: Mark Raker. Montagem: Rachel Reichman. Seguindo os passos de seu Uma Viagem Pessoal pelo Cinema Americano , de uma década e meia antes, Scorsese se detém agora em um único realizador, seminal para sua obra e vida: Elia Kazan . Ainda mais que em seu documentário anterior, como o próprio título demonstra, Scorsese busca criar elos entre a obra de Kazan e sobretudo o momento inicial de seu deslumbramento pelo cinema. Não são poucos os potenciais pontos de identificação, como Scorsese demonstra, ao afirmar que morava em um cortiço tão pobre quanto os apresentados nos filmes iniciais de Kazan , também vivenciando como naqueles uma mescla entre intensa afetividade e crua realidade, sendo o cinema uma importante forma de negociação entre ambas. Assim como negociar igualmente, no próprio documentário,   uma evocação de suas impressões de um garoto de 13 anos do primeiro filme de Kaza

Filme do Dia: Dias de Fogo (1969), Haskell Wexler

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D ias de Fogo ( Medium Cool , EUA, 1969). Direção, Rot. Original e Fotografia:  Haskell Wexler. Música: Mike Bloomfield. Montagem: Verna Fields. Dir. de arte: Leon Ericksen. Com: Robert Forster, Verna Bloom, Peter Bonerz, Marianna Hill, Harold Blankenship, Charles Geray, Sid McCoy, Christine Bergstrom. Chicago, 1968. Em meio aos violentos protestos que ocorrem na cidade, um jornalista, John Cassellis (Forster) encontra uma jovem viúva, Eileen (Bloom) e seu filho Harold (Blankenship).   Despedido e investigado pelo FBI, Cassellis se torna próximo de Eileen. Quando Harold os flagra namorando, sai de casa sem dar notícia. Eileen busca desesperada pelo filho, mas somente encontra uma cidade caótica, vivenciando um conflito entre a polícia e os manifestantes em um parque. Filmado em 16 mm, talvez o que chame mais atenção nesse filme seja menos o choque entre ficção e realidade em seus momentos finais, tal como sugerido por alguns, que a interpretação casual de seus atores e o extrao

Filme do Dia: Anjos Rebeldes (1966), Ida Lupino

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A njos Rebeldes ( The Trouble with Angels , EUA, 1966). Direção: Ida Lupino . Rot. Adaptado: Blanche Hanalis, baseado no romance de Jane Trahey. Fotografia: Lionel Lindon. Música: Jerry Goldsmith. Montagem: Robert C. Jones. Dir. de arte: John Beckman. Cenografia: Victor A. Gangelin. Figurinos: Helen Colvig. Com: Hayley Mills, June Harding, Rosalind Russell, Barbara Hunter, Binnie Barnes, Camila Sparv, Marge Redmonds, Dolores Sutton, Jim Boles, Kent Smith, Pat McCaffrie. Duas jovens, Mary Clancy (Mills) e Rachel Devery (Harding) chegam para uma permanência de três anos no internato de St. Francis, que as transformará em amigas inseparáveis. As duas não conseguem se adaptar a moral rígida da instituição e entram em confronto direto com a Madre Superiora (Russell). Cansada de suas peripécias, que culminam com a chamada do corpo de bombeiros, a Madre Superiora decide falar com seus responsáveis, o tio de Mary, George (Smith) e o pai de Rachel (McCaffrie). Porém, decide mantê-las no c

Filme do Dia: Sargento Garcia (2000), Tutti Gregianin

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S argento Garcia (Brasil, 2000). Direção: Tutti Gregianin. Rot. Adaptado: Tutti Gregianin, baseado no conto de Caio Fernando Abreu. Música: Ricardo Severo. Montagem: Fábio Lobanowsky. Dir. de arte: Denise Zelmanovitz. Com: Gedson Castro, Marcos Breda, Antônio Carlos Falcão, Diego Acauan. Hermes (Castro) sofre uma série de humilhações diante dos outros rapazes em meio ao exame de saúde seletivo para o ingresso no Exército. O autor das humilhações, Sargento Garcia (Breda), acaba lhe oferecendo uma carona após o exame e lhe seduzindo, levando a um motel administrado pela travesti Isadora (Falcão), onde Hermes vivencia sua primeira experiência sexual. Apesar das desnecessárias inserções um tanto quanto óbivas que remetem à culpa do protagonista e o sofrimento que lhe provocou a sua sensibilidade homossexual até então, sob a forma de flashes, esse curta-metragem conseguiu uma boa adaptação do conto de Abreu (a anos-luz de distância do sofrível longa-metragem Aqueles Dois) , onde o t

Filme do dia: Brasileiros em Hollywood (1970), Salvyano Cavalcanti de Paiva

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B rasileiros em Hollywood (Brasil, 1970). Direção: Salvyano Cavalcanti de Paiva. Fotografia: André Palluch. Segundo a narração desse curta um tanto acadêmico, os dois brasileiros pioneiros foram Syn de Conde e Antonio Rolando (1896-1943), que trabalharam como atores entre o final dos anos 10 e idos da década seguinte. Apesar do triunfo referido pelo narrado, de ambos, ao apresenta-los contracenando com celebridades da época, não apenas os papéis dos dois foram habitualmente secundários (Syn de Conde chega a sequer ser creditado em algumas de suas primeiras fitas, o que era comum então) como aparentemente Rolando teve uma única participação em um filme Hollywoodiano. De toda forma, antes da eclosão do cinema sonoro, estavam de volta ao Brasil. Olympio Guilherme (1902-73) e Lia Torá (1907-72) foram o rapaz e moça ganhadores do concurso da Fox efetuado no Brasil para uma possível carreira hollywoodiana. Apesar de acadêmico, o documentário sofre pela ausência de créditos dos filmes qu

Filme do Dia: Melodia de uma Vida (1999), Paola di Florio

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M elodia de uma Vida ( Speaking in Strings , EUA, 1999). Direção: Paola di Florio. Fotografia: Peter Rader. Música: Karen Childs. Montagem: Ellen Goldwasser. Com: Nadja Salerno-Sonnenberg. Esse documentário relata   algo da irrequieta e excêntrica personalidade da violinista Nadja Salerno-Sonnemberg que, ao contrário do que é habitualmente praxe no mundo da música erudita, expressa todas as emoções que sente no momento em que toca, através de movimentos corporais ou das freqüentes lágrimas. Deixando de lado a música, o documentário detêm-se apenas na relação peculiar que Nadja vivencia com a mesma, que divide a opinião dos críticos musicais, alguns a acusando de ofuscar os compositores com sua personalidade. Tendo vivenciado uma infância traumática por sua paixão precoce pela música clássica e o abandono do pai quando possuía dois anos, acompanhamos Nadja em encontros com a família,   momentos de depressão, assediada por um admirador desequilibrado, reencontrando colegas de escola

The Film Handbook#211 G.W. Pabst

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G.W. Pabst Nascimento: 27/08/1885, Raudnitz, Tchecoslováquia Morte: 29/05/1967, Viena, Áustria Carreira (como diretor) : 1923-1956 Conceituado, ambicioso e tecnicamente sólidos, os primeiro filmes alemães de George Wilhelm Pabst parecem menos impressionantes com o passar dos anos, embora sua obra posteriormente tenha sido grandemente negligenciada. Apesar de ter sido aclamado por sua perspicácia psicológica e comprometimento humanista, muitos de seus filmes agora parecem meramente eficientes, notáveis, sobretudo, por suas interpretações fortes e uma auto-confiante criação de atmosfera. Pabst passou quinze anos atuando e dirigindo para o teatro antes de se voltar ao cinema como assistente de diretor e roteirista. Sua estreia  no longa metragem,   O Tesouro / Der Schatz , foi um exercício expressionista, enquanto Rua sem Alegria / Die Freudlose Gasse > 1 , realizado dois anos após, e estrelado por Greta Garbo e Asta Nielsen, foi louvado por sua comparação relativamente realis

Filme do Dia: Mulheres Diabólicas (1995), Claude Chabrol

Mulheres Diabólicas ( La Cérémonie , França/Alemanha,1995). Direção: Claude Chabrol. Rot. Adaptado: Claude Chabrol, baseado no romance de Ruth Rendell,  A Judgment in Stone , de Ruth Rendell. Fotografia: Bernard Zitzermann. Música: Matthieu Chabrol. Montagem: Monique Fardoulis. Dir. de arte: Daniel Mercier.  Figurinos: Corinne Jorry. Com: Sandrine Bonnaire, Isabelle Huppert, Jacqueline Bisset, Jean-Pierre Cassel, Virginie Ledoyen, Valentin Merlet, Julien Rochefort.         Sophie (Bonnaire) encontra-se com a sua futura patroa Catherine Lelievre (Bisset) e decide trabalhar com ela. Sophie é bem aceita pela família Lelievre, que mora em uma luxuosa residência, pouco levando em conta seu comportamento ocasionalmente estranho. Sophie torna-se amiga de Jeanne (Huppert), funcionária do correio, que não é benquista pelo patrão de Sophie, George (Cassel), a quem acusa de violar constantemente sua correspondência e ser considerada como suspeita de ter assassinado a própria filha. Tornando-s

Filme do Dia: Soneca (1951), Jack Kinney

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S oneca ( Lion Down , EUA, 1951). Direção: Jack Kinney. Rot. Original: Dick Kinney & Milt Schaffer. Música: Paul J. Smith. Talvez o maior encanto desse curta seja o de se assumir o absurdo enquanto tal. Pateta traz uma árvore do campo para sua cobertura, com o intuito de estender sua rede e curtir uma soneca. Porém, mal sabe ele que está levando juntamente com a árvore, um leão que estava fazendo uso da árvore justamente para tirar sua soneca. A partir daí uma série de situações envolvendo a posse da rede ocorre, com o leão jogando várias vezes Pateta prédio abaixo. O mais interessante é que a aqui não se pretende justificar de forma alguma os constantes reaparecimentos do personagem e tampouco se escuta qualquer estrondo relativo a queda do personagem ou o habitual toldo que o salvaria – ao contrário de Pateta, observamos a reação “física” da queda do leão a determinado momento. Percebe-se uma dimensão quase ou mesmo tributária da comédia muda, sobretudo Harold Lloyd. A rede

Filme do Dia: Industrial Britain (1931), Robert Flaherty

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I ndustrial Britain (Reino Unido, 1931). Direção: Arthur Elton, Robert Flaherty & Basil Wright.  Fotografia: Arthur Elton & Basil Wright. O que talvez mais chame a atenção nesse curta documental que pretende glorificar a modernidade da indústria britânica seja a face humana que esse processo de industrialização é representado. Apresentando, principalmente no início, ofícios que envolvem uma boa dose de habilidade artesanal de seus praticantes, como dar forma ao vidro, e esses operários sendo visualizados de corpo inteiro, o filme se afasta da fetichização com relação ao maquinário dos curtas institucionais brasileiros produzidos à época de Vargas. Algo que fica patente no seu climático final onde se destaca exclusivamente os rostos e corpos desses trabalhadores. Existe momentos em que a glória dos feitos de engenharia, como a de uma ponte, assim como múltiplas chaminés que surgem em mais de um momento do filme, emergem enquanto façanhas descoladas dos trabalhadores que as

Filme do Dia: Meet Marlon Brando (1965), Albert Maysles & David Maysles

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M eet Marlon Brando (EUA, 1965). Direção e Fotografia: Albert Maysles & David Maysles. Montagem: Catherine Zwerin. Os Irmãos Maysles, no auge de seus documentários curtos e longos sobre personalidades, acompanham entrevistas concedidas por Marlon Brando , pretensamente para divulgar seu último filme, Morituri , mas que acabam servindo mais como passaporte para que Brando desfie seu charme para com as entrevistadoras mais jovens e belas ou, em alguns breves momentos, apresente um discurso “sério” sobre a defesa de minorias como os índios ou negros norte-americanos – a determinado momento ele interrompe uma entrevista para a TV francesa para indagar de uma transeunte negra se o governo americano está fazendo algo pela população negra do país. Ainda que possa se filiar a uma corrente do Cinema Direto que explora o culto às personalidades, sobretudo do mundo do entretenimento, tais como Jane (1962), de Robert Drew e Don’t Look Back (1967), de Pennebaker , sua pretensão aqui é b

Filme do Dia: Doméstica (2012), Gabriel Mascaro

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D o méstica (Brasil, 2012). Direção e Rot. Original: Gabriel Mascaro. Montagem: Eduardo Serrano.  A partir de um dispositivo enganosamente simples – câmeras na mão de adolescentes de famílias que possuem empregadas domésticas – o filme traça um sutil arranjo que aponta para relações de poder algo sufocadas pela docilidade das interações sociais típicas da sociedade brasileira. Povoando as residências das cidades de quase todas as regiões do Brasil (Manaus, Salvador, São Paulo, etc.), as empregadas apresentam pouco (como é o caso da última) ou muito (como é o caso da empregada que acaba surpreendentemente revelando que ao cuidar da avó do rapaz que a filma, deixou de conviver com os últimos meses da vida do filho assassinado), mas tanto num caso como noutro, deixam marcas indeléveis de uma relação assimétrica. Tanto no caso da patroa que cuida da filha da empregada como se fosse seu neto, e que chora lembrando quando a deixou no hospital para o parto e retornou a sua residência co

Filme do Dia: Paixão (1982), Jean-Luc Godard

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P aixão ( Passion , França/Suíça, 1982). Direção e Rot. Original: Jean-Luc Godard. Fotografia: Raoul Coutard. Montagem: Jean-Luc Godard. Dir. de arte: Jean Bauer & Serge Marzolff. Figurinos: Christian Gasc & Rosalie Varda. Com: Isabelle Huppert, Hanna Schygulla, Michel Piccoli, Jerzy Radziwilowicz, Lászlo Szabó, Sophie Lucachevski, Magali Campos, Myriem Roussel. Um diretor de cinema polonês, Jerzy (Radziwilowicz) se divide entre dois romances, com a atriz Hanna (Schygulla) e a operária Isabelle (Huppert), enquanto é cobrado para criar uma história pelo produtor Laszlo (Szabó). Que não se espere o esboço de uma narrativa linear em mais uma investigação que Godard  realiza do amor e do próprio cinema. Longe de ter a carga política de sua fase mais engajada presente na sua reflexão sobre o cinema em Vento do Leste (1969) e herdeiro de uma leitura desconstrucionista tanto desse filme quanto de seu O Desprezo (1963), ambos igualmente fazendo referência ao mundo do cinema,

Filme do Dia: Now You're Talking (1927), Dave Fleischer

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N ow You’re Talking (EUA, 1927). Direção: Dave Fleischer. Rot. Original: Max Fleischer. Fotografia: S. Roy Luby. O talento dos Fleischer é posto à prova nessa realização de um curta animado institucional para a companhia telefônica Bell, apresentando a forma correta de como se tratar o aparelho telefônico. E, para a sorte do espectador, o filme apresenta o triunfo da criatividade sobre o didatismo maçante. Como é comum na produção da dupla, trata-se de um filme que apresenta ação ao vivo e animação, ainda que aqui mais intercaladas do que interagindo propriamente como em outros títulos. Animador que espera notícias sobre o nascimento de seu filho tem problemas para escutar o que a enfermeira está dizendo no outro lado da linha. A partir dessa situação ele imagina e sonha com uma historinha animada sobre um telefone que sofre maus tratos e acaba indo parar no hospital, onde médico e enfermeira tem acesso aos diários em que o telefone reclama do alter-ego do desenhista, sujeito irasc

Ruth de Souza (1921-2019)

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Uma das maiores atrizes brasileiras, Ruth de Souza, foi-se nesse domingo. Atriz negra pioneira nos palcos, telonas e telinhas, no cinema brilhou, em produções tão diversas quanto Também Somos Irmãos  (1949), uma das primeiras a tematizar a questão racial na cinematografia brasileria, produzida pela Atlântida, Sinhá Moça  (1954), pela Vera Cruz, com a qual representou o país no festival de Veneza, O Assalto ao Trem Pagador  (1962), O Homem Nu  (1968), Ladrões de Cinema  (1977), Jubiabá (1986), Um Copo de Cólera  (1999) e Filhas do Vento  (2004).