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Porque, se ao princípio era o verbo, no fim é o Texto. E só no texto poderemos encontrar os sentidos (e, com eles, o recomeço de tudo). Maria Alzira Seixo, A Palavra do Romance , p. 20.

Filme do Dia: A Dama Enjaulada (1964), Walter Grauman

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A Dama Enjaulada ( Lady in a Cage , EUA, 1964). Direção: Walter Grauman. Rot. Original: Luther Davis. Fotografia: Lee Garmes. Música: Paul Glass. Montagem: Leon Barsha. Dir.de arte: Rudolph Sternad & Hal Pereira. Cenografia: Sam Comer. Com: Olivia de Havilland, James Caan, Jeniffer Billingsley,  Jeff Corey, Ann Sothern, Rafael Campos, William Swan, Charles Seel. Velha escritora, a Sra. Hylard (Havilland), fica presa no elevador de sua própria mansão, enquanto o filho, Malcolm (Swan), atormentado por sua possessividade, deixa uma carta em que promete se suicidar caso ela não atenda seu telefonema. Sua casa é invadida pelo vagabundo George (Corey) e a prostituta Sade (Sothern), que aproveitando-se da situação, resolvem pilhar tudo. Eles são, no entanto, surpreendidos, pela gangue juvenil liderada pelo anárquico Randall (Caan), sua namorada Elaine (Billingsley) e o latino Essie (Campos), que iniciam uma série de jogos sádicos que culminam com o assassinato de George. A gang
Uma vez que então se tinha consciência da crise do drama burguês [...] fugia-se à própria época. Não, porém, rumo ao passado, mas a um presente desconhecido. Na medida em que se desciam os degraus da escala social, descobria-se o arcaico no presente [...]. A passagem do drama da aristocracia à burguesia no século XVIII correspondia ao processo histórico; a inclusão naturalista do proletariado no drama por volta de 1900 pretendia, pelo contrário, justamente evitá-lo. Peter Szondi, Teoria do Drama Moderno , pp. 86.

Nunca Ouve Tanto Ódio na Mídia Conservadora do Brasil

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Texto de dois anos atrás, mas que vale como nunca para o momento atual...aliás, não valeria também para 1954, com UDN e imprensa conservadora se unindo de forma visceral contra Getúlio Vargas ou dez anos depois, quando da deflagração do golpe militar? *** Os textos de Demétrio Magnoli, Ricardo Noblat, Merval Pereira, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Eliane Catanhede, entre outros, são fontes preciosas para as futuras gerações de jornalistas e estudiosos da comunicação entenderem o que Perseu Abramo chamou apropriadamente de “padrões de manipulação” na mídia brasileira Os brasileiros no exterior que acompanham o noticiário brasileiro pela internet têm a impressão de que o país nunca esteve tão mal. Explodem os casos de corrupção, a crise ronda a economia, a inflação está de volta, e o país vive imerso no caos moral. Isso é o que querem nos fazer crer as redações jornalísticas do eixo Rio – São Paulo. Com seus gatekeepers escolhidos a dedo, Folha de S. Paulo, Estadão, Veja e O Glo

Filme do Dia: O Fim e o Princípio (2005), Eduardo Coutinho

O Fim e o Princípio (Brasil, 2005). Direção: Eduardo Coutinho. Fotografia: Jacques Cheuiche. Montagem: Jordana Berg. Narrativas de pessoas idosas no sertão nordestino que revelam para o documentarista, conhecido por seu potencial em trabalhar com figuras anônimas e extrair delas algo de singular e tocante, reflexões sobre a morte, o amor, o passado e o futuro em que o horizonte da morte passa a se tornar uma realidade cada vez mais próxima. Ainda que os “personagens” não tragam em seus depoimentos nada de extraordinário, e talvez justamente por isso, o filme se torna um poético retrato de um mundo bastante marcado pela experiência “concreta” dos mesmos, representação ao mesmo tempo menos permeável a leituras limítrofes de experiências emocionais extremas ou da caricaturização involuntária dos “personagens” como em Edifício Máster . Entre as cenas mais interessantes, a que uma garota traça os limites da propriedade de sua família, numa dimensão cartográfica semelhante ao projet
Em Ibsen, o passado reina em lugar do presente. O que se tematiza não é um acontecimento passado, mas o passado ele mesmo, como passado rememorado que continua a agir internamente. Do mesmo modo, o âmbito inter-humano é também desalojado pelo que se dá no interior  do homem. A vida ativa no presente cede nos dramas de Tchekhov à vida sonhadora na lembrança e na utopia. O acontecimento se torna acidental e o diálogo, a forma de interlocução humana no drama, vira abrigo de reflexões monológicas. Nas obras de Strindberg, o âmbito das relações humanas é ou suprimido ou passa a ser visto através da lente subjetiva de um Eu central. Peter Szondi, Teoria do Drama Moderno , p. 77.