Filme do Dia: La Jetée (1962), Chris Marker
La Jetée (França, 1962). Direção e
Rot. Original: Chris Marker. Fotografia: Jean Chiabaut & Chris Marker. Montagem: Jean Ravel. Com:
Davos Hanich, Hélène Chatelain, André Heinrich, Ligia Branice, Janine Klein,
William Klein, Jean Négroni.
Esse curta talvez permaneça até hoje
como o filme mais célebre do renomado documentarista francês Marker. Aqui,
Marker parte de uma estrutura pretensamente documental e apoiando-se quase que
totalmente em fotos fixas (em apenas um momento breve existe uma imagem em
movimento), como numa fotonovela, para se aproximar cada vez mais de uma
narrativa evidentemente não apenas ficcional como surreal. Nos esgotos de uma
Paris devastada pela Terceira Guerra Mundial, um homem (Hanich) se torna “cobaia” das experiências de um
cientista (Ledoux), viajando em sua mente para o passado e futuro. No passado,
volta sempre recorrente uma imagem traumática que vivenciou no Aeroporto de
Orly, em Paris, quando presenciou o suicídio de uma mulher. Nada fácil em sua
estrutura, o filme de Marker (nessa versão ainda por cima, encontra-se ausente
sua banda sonora musical) possui evidentemente como guia mestre seu narrador
(Négroni) que procura articular todos os eventos. Sua tentativa de
representação do fluxo de consciência extremamente subjetivo do ser humano
possui seus paralelos com filmes contemporâneos como O Ano Passado em Marienbad (1962), de Resnais. Sua narrativa foi
refilmada, em longa-metragem e estilo bem mais convencional, por Terry Gilliam como Os Doze Macacos (1995), tendo
sido, por sua vez, inspirada em uma cena de Um Corpo que Cai (1958), de Hitchcock. Argos Films. 28 minutos.
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