Filme do Dia: Cuenca (1958), Carlos Saura
Cuenca (Espanha,
1958). Direção: Carlos Saura. Rot. Original: José Ayllon & Carlos Saura.
Fotografia: Juan Julio Baena, Carlos Saura & Ántonio Alvarez. Música: José
Pagán & Antonio Ramírez Angel. Montagem: Pablo G. del Amo.
Documentário em que
Saura apresenta um retrato algo bucólico da referida província espanhola que dá
título ao mesmo. Com a predominância da cor amarela na paisagem, parte-se de
monumentais panorâmicas de suas paisagens para as comunidades que na região
vivem, ocupando-se inicialmente da prática da extração de madeira (acompanhada
por um técnico, como afirma o onipresente narrador over, para evitar a extinção
já observada em vários montes) e seu transporte. Posteriormente se passa a
acompanhar o cultivo do trigo, que ocorre de forma intensa durante um curto
período, antes que o sol escaldante o seque. Finalmente se chega a própria
capital da província de mesmo nome, que de longe mais parece uma cidadela
medieval a beira do despenhadeiro. A histeria coletiva provocada pela festa em
que um touro é solto no meio das ruas e a multidão o provoca e o teme ao mesmo
tempo, em um jogo de risco (não tão calculado) e excitação, vida e morte a se
embaralhar. Embora a morte também ronde
região tão inóspita, é apresentada de forma muito diversa do documentário menos
convencional Terra Sem Pão, de Buñuel.
Uma procissão de bonecos gigantes propicia o momento talvez mais distinto do
filme, quando atravessam uma ponte. A procissão da semana santa vem a seguir e
se estende por um período relativamente longo do documentário, indo até
praticamente seu final. Embora seja situada na região de La Mancha, a
referência a um moinho é bastante discreta.
Narrado por Francisco Rabal, ator que além de inúmeras participações em
películas populares, trabalhou com realizadores como Buñuel (Nazarín) e Antonioni (O Eclipse), sem falar do próprio Saura
(Goya). Aparentemente a versão
original é 6 minutos mais longa.
Estudios Moro. 38 minutos.
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