Filme do Dia: Ding Dog Daddy (1942), Friz Freleng
O
clima é propício a paixão. Um cachorro observa dois pássaros se amando até ser
invocado a respeitar a privacidade do casal. Logo depois ele fica vidrado em
uma cadela de porte aristocrático que o esnoba e, por fim, cai de paixão pela
esguia estátua de uma cadela que adorna o jardim de uma mansão. Porém, em meio
aos seus festejos delirantes, não percebe que a casa possui um cão de guarda
feroz. E, após vários enfrentamentos com o mesmo, observa seu objeto de amor
ser levado pelo caminhão para uma fábrica em que será reciclada em material de
guerra, no caso bombas. O cão consegue em meio a milhares de bombas encontrar a
sua Daisy
O
jovem tolo e enamorado não apenas remete satiricamente aos excessos românticos
como ainda, a seu modo, replica, na figura de um cão que é o suprassumo do amor
não correspondido, ao eleger para objeto de seu amor mais ardorosamente fiel um
ser inanimado, como se deixasse evidente sua impossibilidade de se relacionar
afetivamente de forma normal com qualquer outro da sua espécie. A figura do
abilolado que foge dos padrões convencionais de comportamento, sendo tratado
habitualmente (não aqui) com paternalismo ou pouco caso, apresenta-se também
acrescida de um caráter sentimental e algo melancólico wertheriano. Esse curta
apresenta uma das poucas tiradas originais para o esforço de guerra, no momento
em que esse é referenciado em várias outras animações do período. Com sua miríade
de referências intertextuais, esse título é extraído de uma canção de sucesso
da época. Leon Schlesinger Studios para Warner Bros. 7 minutos e 40 segundos.
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