Filme do Dia: O Dia em que a Terra Parou (1951), Robert Wise


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O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, EUA, 1951). Direção: Robert Wise. Rot. Adaptado: Edmund H. North, baseado no conto Farewell to the Master, de Harry Bates. Fotografia: Leo Tover. Música: Bernard Hermann. Montagem: William Reynolds. Dir. de arte: Addison Hehr & Lyle R. Wheeler. Cenografia: Claude E. Carpenter & Thomas Little. Figurinos: Perkins Bailey & Travilla. Com: Michael Rennie, Patricia Neal, Hugh Marlowe, Sam Jaffe, Billy Gray, Frances Bavier, Lock Martin.
         Objeto voador não identificado se aproxima da terra e causa ansiedade na população. Ele dirige-se à capital americana e aterrissa em um parque. Após algum tempo, sai da nave um homem com feições humanas, acompanhado de um robô, Gort (Martin). Ao retirar um objeto que presentearia o presidente americano leva um tiro. O robô reage desintegrando as armas dos militares próximos. Internado em um hospital, o ser, chamado Klaatu (Rennie), que é proveniente de uma civilização  tecnologicamente mais avançada que a terrestre, em que os conflitos já foram superados, sente-se ameaçado com a belicosidade da Terra. Suas pretensões de reunir todas as lideranças mundiais são frustradas e ele foge do hospital e procura viver como cidadão comum, alugando um quarto na casa da viúva Helen Benson (Neal),  cujo marido morrera na Segunda Guerra, tornando-se amigo de seu filho Bobby (Gray). Travando conhecimento com um dos cientistas mais importantes dos EUA, Professor Barnhardt (Jaffe), Klaatu pede que ele reuna uma comissão de notáveis. O professor pede em troca que ele dê mostras de sua força, sem que prejudique ninguém. Klaatu faz com  que toda a Terra pare por trinta minutos. Quando se dirige para a reunião com as lideranças mundiais, é morto pela polícia. Helen manda uma mensagem secreta para Gort, que leva Klaatu de volta a nave e o revive. Este, antes de partir, deixa uma mensagem de paz para o mundo.
Mesmo não sendo um reflexo direto dos temores da Guerra Fria, ao contrário de inúmeros outros filmes de ficção-científica da mesma década, dos quais os mais célebres foram A Guerra dos Mundos (1953) e Vampiros de Almas (1956), ao apresentar os alienígenas como seres pacíficos – tendência que seria retomada em Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977) – o filme também não deixa de espelhar, conscientemente ou não, temores semelhantes. Embora sempre seja realçado o caráter pacifista do protagonista, trata-se de um pacifismo imposto como motivo para a sobrevivência do próprio planeta. Paradoxalmente, portanto, se a primeira leitura sugere uma metáfora com a necessidade de se apaziguar as diferenças para que o mundo não seja tragado pela hecatombe nuclear, outra se torna possível: a necessidade da própria Guerra Fria, que tal e qual as forças alienígenas, serviriam como uma consciência repressora de uma ação belicista de maior porte. Klaatu, menos que um agente desinteressado na paz da Terra, está preocupado, sobretudo, com a paz de seu próprio planeta e disposto a extingui-lo caso assim não ocorra. Trata-se da mesma lógica da manutenção da paz pela imposição do poderio das superpotências que constitui o espírito da Guerra Fria. A utilização discreta dos efeitos especiais torna-o, aos olhos de hoje, visualmente menos anacrônico que a maior parte dos filmes do gênero. Jaffe, vive o mesmo personagem – aqui francamente inspirado em Albert Einstein - de gênio excêntrico que o caracterizaria, em filmes tão diversos quanto A Acusada (1948) ou O Segredo das Jóias (1950).   20th  Century-Fox. 92 minutos.


Comentários

  1. Porque o telecine cult não pode passar este filme? Vou no YouTube e nada só vejo partes, já procurei em vários lugares e não consigo ver este filme inteiro uma pena Bestsaller...

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  2. Por que você não tenta baixa-lo como torrent de algum site tipo The Pirate Bay?

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