Filme do Dia: The Mystery of the Leaping Fish (1916), John Emerson
The Mystery of the Leaping Fish (EUA, 1916). Direção: Christy Cabanne & John Emerson. Rot. Original: Tod Browning & Anita Loos. Fotografia: John W. Leezer. Com: Douglas Fairbanks, Bessie Love, Allan Sears, Tom Wilson, Alma Rubens, B.F. Zeidman, William Lowery, George Hall.
Aloprado detetive viciado em cocaína, Coke Ennyday
(Fairbanks) passa a investigar o contrabando camuflado de ópio e a chantagem
que um janota (Sears) empreende contra uma garota (Love) por quem se encontra
apaixonado.
A compreensão precisa de sua rebuscada trama,
inapropriada para sua diminuta duração não ofusca o que talvez seja o maior
mérito dessa produção, qual seja, a de ser uma precoce sátira ao gênero do
filme de espionagem e as séries similares que ainda engatinhavam e estavam
lançando suas primeiras obras significativas contemporaneamente, como é o caso
de Louis Feuillade. Do nome do detetive e do imenso depósito com letras
garrafais indicando se tratar de cocaína (evidente menção ao uso feito por ela
por parte do personagem detetivesco mais célebre de todos, Sherlock Holmes) até
a habitual cena de perseguição policial com montagem alternada, na qual a
polícia gira em círculos passando – sobretudo, já que mais hilariante – pela
forma destrambelhada com o que detetive se movimenta, tal como se fosse uma
marionete puxada por fios por alguém sem grande coordenação motora, algo que se
estende a muitos dos criminosos aos quais aplica igualmente a droga, tudo é
motivo para a paródia. Se Cabanne não consegue a mesma clareza narrativa que
era habitual do realizador que mais fortemente se suspeitaria ter criado os
códigos dos filmes aos quais satiriza, e que igualmente colaborou com essa
produção, Griffith, dá conta de se referir ao universo do mesmo (por vezes em
chave sério-dramática como Martyrs of
the Alamo, do ano anterior) com relativa propriedade e dinamismo. Bessie
Love, tal como uma versão igualmente modesta e menos famosa de Lilian Gish,
embora tenha colaborado igualmente com Griffith, possui uma carreira tão
longeva quanto aquela, surgindo em filmes tão distantes quanto O Mundo Perdido (1925) ou Domingo Maldito (1971). Porém, de
longe, a nota cômica fica mesmo pelo precoce surrealismo de personagens que,
loucos de cocaína, pulam a sumir de vista. Lição certamente herdeira menos do
célebre movimento francês, que sequer havia surgido, que do então recente Primeiro
Cinema. Triangle Film Corp. 25 minutos e 11 segundos.
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