Filme do Dia: Bebel, Garota Propaganda (1968), Maurice Capovila


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Bebel, Garota Propaganda (Brasil, 1968). Direção: Maurice Capovilla. Rot. Adaptado: Maurice Capovilla, Afonso Carlos Coaracy & Roberto Santos, baseado no romance Bebel, Que a Cidade Comeu, de Ignácio de Loyola Brandão. Fotografia: Waldemar Lima. Música: Carlos Imperial. Montagem: Sylvio Reinoldi. Cenografia: Juarez Magno. Com: Rossana Ghessa, John Herbert, Paulo José, Geraldo Del Rey, Joana Fomm, Fernando Peixoto, Maurício do Valle, Washigton Fernandes, Adonis de Barros, Fernando de Barros.
             Bebel (Ghessa) é uma aspirante a modelo suburbuna que subitamente é guindada ao estrelato com uma campanha nacional do sabonete Love realizada por um ambicioso publicitário, Marcos (Herbert). Porém, logo a empresa, saturada com o rosto de Bebel, deixa-a de lado e não a chama para outros projetos. Inicia-se, então, para Bebel, uma longa via crucis em que inevitavelmente se envolve com tipos inescrupolosos (José, do Valle), que apenas pretendem, de uma forma ou de outra, explorá-la sexualmente. O único que parece demonstrar algum interesse sincero por Bebel, Marcelo (Del Rey), estudante de arquitetura e clandestino foragido do regime militar, abandona-a por não conseguir convencê-la a deixar uma vida que ele acredita ser alienada. Em um período de crescente aperto financeiro, Bebel volta para encontrar com sua mãe e irmã (Fomm), mas é praticamente escorraçada da casa pela irmã. Para ganhar algum dinheiro, torna-se o objeto da rifa promovida por Valle.
           Embora prejudicado por um esquematismo um tanto quanto óbvio da utilização cruel e descartável das pessoas pelo sistema capitalista, explicitado no campo da publicidade, o filme consegue transcender muitas vezes tais limitações e se impor como um tocante retrato de uma jovem e sua busca pela sobrevivência. Dispensável e não de todo bem resolvido é a inserção de um pretenso documentário que está sendo realizado com a personagem-título, motivo para que o cineasta reforçe sua visão de mundo sobre o caso, por si só já explicitado além da conta pela narrativa, tornando-se redundante. Trabalhando com semelhante material, Roberto Santos, que provavelmente teve papel influente nessa produção sendo, inclusive, co-roteirista, realizou algo ainda melhor, com seu episódio de As Cariocas. Alpha Filmes/ C.P.S Produções Cinematográficas/Saga Filmes. 103 minutos.


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