Filme do Dia: Histórias de Futebol (1997), Andrés Wood


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Histórias de Futebol (Historias de Futbol, Chile, 1997). Direção: Andrés Wood. Rot. Adaptado: René Arcos & Andrés Wood, a partir dos contos de Mario de Benedetti (Puntero Izquerdo) & Raul Pérez Torres (Cuando me Gustava el Futbal). Rot. Original: René Arcos & Andrés Wood (Pasión de Multitudes). Fotografia: Igor Jadue-Lillo. Música: Miguel Miranda & José Miguel Tobar. Montagem: Andrea Chignoli. Dir. de arte: Yanko Rosenman. Com: Fernando Gallardo, Pablo Striano, Nora Escobar, Daniel Muñoz, Manuel Aravena, Hugo Tramón, Héctor Avendaño, Luis Alberto Vitte, Luis Alejandro Alvial, Fernando Antonio Bertoglio, Néstor Cantillana, María Izquierdo, Elsa Poblete, Boris Quercia.
No Le Crea. Promissor craque de futebol, Carlito (Muñoz), desobedece um cartola que lhe havia adiantado dinheiro para não fazer gol em sua próxima partida e sofre as consequências do ato. Ultimo Gol Gana. Grupo de garotos tenta entrar em estádio de futebol para assistir a partida sem ingresso, mas são rechaçados pela segurança. Nos arredores, ficam com uma das bolas que é arremessada para fora do estádio. A bola se torna um troféu e quem consegue o maior arroto ficará dono dela. O garoto que se torna dono dela, no entanto, vive numa família em dificuldades, que penhora o último objeto de valor. O garoto que penhorou o quadro, perde o dinheiro jogando bola e tem que sacrificar a bola, vendendo-a. Pasión de Multitudes. Jovem de Santiago se vê preso em uma ilha na qual a única casa com receptor de tv é a de duas filhas solteironas que disputam para ficar com ele, enquanto o jovem – e alguns homens conhecidos das duas – se encontram vidrados no jogo Chile x Alemanha durante a Copa.
Sofrível em sua banalidade, é  o longa de estreia de Wood que já possui alguma pretensão de reflexão sobre a nação – como seu posterior e mais bem sucedido Machuca. Aqui as histórias se desenvolvem em três regiões distintas do país. A primeira em Santiago, no centro, a segunda em Calama ao norte e a última na ilha de Chiloé. Mesmo que individualmente não sejam curtas destituídos de algum valor, sua reunião aparentemente foi menos encorajadora que o oposto, fazendo ressaltar seus deméritos, associados a um fraco ritmo, interpretações medianas e abundância de clichês e saídas fáceis (ou mesmo piegas como é o caso do segundo episódio). Pouco reflexivo com relação ao naturalismo dramático que aborda, termina por igualmente reforçar estigmas sociais, seja em momentos dramáticos ou através de um pretenso humor, que não funciona. Como em uma partida de futebol ou mesa de bar soçobram tiradas ou situações misóginas, sendo a mulher mero objeto sexual no primeiro curta, objeto que impõe status dentro do grupo de meninos – ainda que involuntário, pois a garota que acreditam ser de um personagens, continua sendo mesmo que não exista nada de efetivo entre eles – e desesperada por um homem, como se somente após a partida da figura masculina representada pelo pai, houvesse possibilidade de vivenciar plenamente sua sexualidade no terceiro. Paraiso Prod./Roos Films. 97 minutos.

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