Filme do Dia: Fouth Man Out (2015), Andrew Nickman

 


Fourth Man Out (EUA, 2015). Direção Andrew Nackman. Rot. Original Aaron Dancik. Fotografia Damian Horan. Música Herman Beeftink. Montagem Michael P. Shawver. Dir. de arte Maria Dirolf & Bonnie Bacevich. Figurinos Alex Simone. Maquiagem Heather Hogarth. Com Parker Young, Evan Todd, Chord Overstreet, John Gabrus, Kate Flannery, Jennifer Damiano, Laura Harrier, Jordan Lane Price.

A dinâmica de quatro amigos, o gorducho, simpático e desbocado Ortu (Gabrus), o ruivo Nick (Overstreet), o atraente Chris (Young) e o mecânico Adam (Todd) se transforma quando o último se assume gay.  Incentivados por Chris, Nick e Ortu tentam, com o tempo, ajudar o amigo que não consegue facilmente encontrar um parceiro. Acidentalmente, por conta de uma situação constrangedora familiar, Adam é impelido a se assumir diante da família, não na noite que havia planejado para tal. E a situação com Chris fica estremecida, quando, numa noite de bebedeira, Adam acreditara que Chris tentava beijá-lo.

Há dúvidas quanto ao cinema ter sido uma escola sobre como se aproximar de um(a) parceiro(a), sobre como beijar ou flertar? Este filme parece querer reviver este manual dos protocolos para um amigo de um grupo de quatro que se resolve assumir gay em uma pequena e típica cidadezinha estadunidense. Tal adaptação/pretensão a atravessar boa parte da história do cinema encontra, no entanto, dois empecilhos demasiado fortes. A falta de ousadia, ou seja é uma comédia família que, caso produzida no Brasil, colar-se-ia o rótulo de sessão da tarde sem problemas: os amigos tem um perfil tipicamente hétero e o amigo agora gay idem. O segundo entrave é um roteiro demasiado fraco, assim como a elaboração dos personagens. Tudo parece um exoesqueleto a mostra única e especificamente do mote do amigo do grupinho masculino a se descobrir gay. Nesse sentido, fica no pior dos mundos pois nem abraça sem peias a comédia besteirol, por conta até das patrulhas politicamente corretas de sua época, nem tampouco é uma comédia sensível ou sofisticada. Dito isso, há uma melhora da metade ao final, quando cria um suspense a respeito de Chris possivelmente ter ficado confuso e até mesmo interessado no amigo, após a sucessão de três episódios (o quase beijo de Adam, o fracasso no sexo com sua então namorada e o fim do relacionamento com esta) e também há o momento sensível de rearticulação afetiva de Adam com seu pai e mãe, cada um em seu tempo e estilo próprio, mas um primeiro contato bastante promissor. E tudo se encerra no melhor modo noveleiro, em uma festa de 4 de julho que todos se arranjam menos o herói gay, cuja cereja do bolo ocorre após, proporcionada pela retribuição do melhor amigo Chris. |Tait Prod./Moving Pictures para Gravitas Ventures. 86 minutos.

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