Filme do Dia: A Rosa de Bagdá (1949), Anton Gino Domenghini
A Rosa de Bagdá (La Rosa di Bagdad, Itália, 1949). Direção: Anton Gino Domenghini. Rot. Original: Lucio De Caro,
Nina Maguire & Toni Maguire. Fotografia: Cesare Pelizzari. Música: Riccardo
Pick Mangiagalli. Montagem: Cesare Pelizzari.
No reino de
Bagdá, todos vivem em pacífica harmonia, encantados pela voz maviosa da
Princesa Zeila. Tal paz se torna ameaçada quando o corrupto sheik Zafir se une ao
mágico do mal Burk para lançar um feitiço contra ela. Seu amigo de infância,
Amin, tenta salva-la, mas também se mete em vários apuros.
Esse
primeiro longa-metragem de animação italiana, mesmo longe de original, consegue
lidar bastante bem com o universo da fantasia que sua história inspira.
Realizado em cores e com traços evocativos da animação produzida pela Disney –
sendo, de certa forma uma virtude sua produção mais tacanha e sua movimentação
menos perfeita que àquela, assim como os traços diferenciados com que compõe
seus personagens. Como naquela, a dimensão da sexualidade é praticamente
ocultada, há números musicais derramados – aqui abertamente líricos – e se
observa, talvez com ainda maior ênfase, preceitos típicos de uma ideologia
dominante, aqui representados, por exemplo, na verdadeira maldição que Amin é
acometido ao ser transformado por Burk em um garoto negro. Inicia com um típico
prólogo de contos de fadas e evocativo do cinema de ação ao vivo, com uma
“panorâmica descritiva” para a direita, para descrever o amanhecer no reino e é
pontuado do início ao final pelos comentários de um narrador, tendo um
encerramento cíclico que efetua esse movimento panorâmico, agora em sentido
inverso, sendo noite. Demora-se a se adentrar na situação de conflito e, por
outro lado, o desenlace ocorre sem grande pressa, a partir de uma situação
posta com a facilidade do recurso Deus
Ex-Machina (o presente de nada menos que a lâmpada de Aladim para seu
dublê, o garoto Amin). Nada que ofusque seu encanto ingênuo, talvez em parte
derivado de aventuras similares no terreno dos filmes de ação ao vivo, tais
como O Ladrão de Bagdá, de 1940.Na
versão em língua inglesa, esse foi um dos primeiros papéis associados ao nome
de Julie Andrews, que dublou Zeila. Ima Film/Trans-National para Artisti
Associati. 76 minutos.
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