Filme do Dia: Baden Verboten (1906), Johann Schwarzer
Baden
Verboten (Áustria, 1906). Direção: Johann Schwarzer.
Três
mulheres se divertem despidas em um lago até a chegada de um homem que as
adverte. Elas, constrangidas, saem para se vestir. Apesar do catálogo fazer
menção ao fato do homem ser um policial, isso não fica evidenciado no plano da
imagem, nem tampouco se a situação de reação das mulheres, que menos parece ser
de apreensão que de diversão mesmo depois que saem do banho ao lado do homem –
insinuação sensual? Embora haja quem comente que o mesmo, vestido com trajes de
caçador, as espiava antes do sermão e aparentemente se encontre constrangido
com a situação, pretensamente as espiava por entre os galhos das árvores, antes de
tomar a iniciativa de as reprimir. Algo que não pode ser comprovado a partir da
cópia em questão, onde a distância onde se situa o mesmo e as roupas das
mulheres virtualmente impede que seja percebido o que ocorre antes dele partir
rumo ao lago. Curiosamente, apesar da admoestação, o homem abandona a cena
ladeado por duas das mulheres ainda despidas, segurando uma em cada braço dele,
numa sugestão de ambiguidade sobre o que virá a seguir. Filmado em plano único,
encontra-se entre as primeiras produções da companhia de vida curta, encerrada
em 1911, após a censura virtualmente proibir, em parte ou integralmente, a
maior parte do que era produzido pelo estúdio. Sua exibição de corpos desnudos,
ainda que exclusivamente femininos, associado a um caráter de comicidade, é
antecessor em ao menos seis décadas da comédia erótica italiana ou da
pornochanchada brasileira. Uma das
banhistas parece olhar em direção ao cinegrafista, como que a esperar a ordem
do momento em que devem abandonar o lago, algo que se repetirá algumas vezes
posteriormente, inclusive com o grupo todo, próximo ao final. É a exploração de
produções semelhantes, em período similar ainda que com maior toque de ousadia,
ao incluir ações sádicas com chicotes e palmadas que vem a ser o tema de Sobre Homens e Aberrações (1998), de
Balabanov. Saturn Film. 1 minuto e 8 segundos.
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