Filme do Dia: El Lugar sin Límites (1978), Arturo Ripstein


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El Lugar sin Límites (México, 1978). Direção: Arturo Ripstein. Rot. Adaptado: José Donoso, José Emilio Pacheco & Arturo Ripstein, a partir do romance de Donoso. Fotografia: Miguel Garzón. Música: Joaquín Gutiérez Heras & José Padilla. Montagem: Francisco Chiu.  Com: Roberto Cobo, Fernando Soler, Gonzalo Vega, Lucha Villa, Ana Martín, Blanca Torres, Julian Pastór, Carmen Salinas, Marta Aura, Cecilia Leger.

Numa vila o único imóvel que não pertence a Don Alejo (Soler) é o bordel, cuja propriedade é de Manuela (Cobo). Atemorizado pela paixão que sente pelo bruto Pancho (Vega), que no ano anterior já havia sido agressivo com ela, Manuela tenta convencer a filha a mudar de lugar. Manuela deseja vender o bordel, mas sua filha, co-proprietária, reluta em aceitar sua decisão. O retorno de Pancho deixa Manuela sobressaltada. Após várias tentativas de se evadir, os dois se reencontram quando Pancho chega alcoolizado no bordel e, enquanto se diverte com a filha de Manuela, é abordado pela última. A partir daí uma cena de sedução se torna um crime, quando seu cunhado, testemunha da cena, chama Pancho de homossexual.

Para além de apresentar o que se encontrava recôndito em relação ao machismo no cinema clássico mexicano, explicitando sua outra faceta, homo-erótica, o filme de Ripstein também se torna tão ou mais interessante pela forma estranha e algo esquiva com a qual apresenta sua narrativa, marcada do início ao final pela iminência de uma morte violenta. É na tensão desse acontecimento que se respira cada segundo do filme. Por mais que esse desvele ou ao menos complexifique o que havia de aparentemente inambíguo no cinema mexicano clássico com relação ao machismo tampouco escapa de apresentar uma solução em nada diferente da do cinema clássico hollywoodiano para personagens homossexuais, a morte violenta (como frisado pelo documentário O Celulóide Secreto). Conacite Dos. 110 minutos.

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