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Mostrando postagens com o rótulo Cinema Soviético

Filme do Dia: The Flower with Seven Colors (1948), Mikhail Tsekhanovsky & Viktor Grumov.

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T he Flower with Seven Colours ( Tsevetik-semitsvetik , União Soviética, 1948). Direção: Mikhail Tsekhanovsky & Viktor Grumov. Rot. Original: Valentin Kataev & Mikhail Volpin. Fotografia: Mikhail Druyan. Música: Yuri Levitin. Montagem: Lidiya Kyaksht. Dir. de arte: Lev Milchin & Vera Rodzhero. Zhenya, garota chorosa por ter perdido o que a mãe havia pedido para ela comprar, por desatenção, para um cachorro, encontra uma velha senhora a quem chama de avó e que lhe concede uma flor mágica com sete pétalas de cores diversas, que atenderá a sete desejos seus. Após gastar os seis primeiros desejos com futilidades, encontra um garoto, Vitya, infeliz por não poder acompanha-la em suas brincadeiras, por conta de uma deficiência física. Zhenya faz uso da última pétala para transforma-lo em um garoto saudável, porém eles ficam perdidos e reencontram a velha senhora, que volta a conceder a ambos uma pétala, a que foi utilizada em seu último desejo, para que plante e venha a nasc

Filme do Dia: A Flor do Deserto (1962), Sergei Paradjanov

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A  Flor no Deserto ( Tsevtok na Kamne , URSS, 1962). Direção: Sergei Paradjanov. Rot. Original: Vadim Sobko. Fotografia: Sergei Revenko & Lev Shtifanov. Montagem: M. Ponomarenko. Dir. de arte: Mikahil Rakovsky. Figurinos: O. Yablonskaya. Com: Lyudmila Cherepanova, Boris Dmokhovski, G. Karpov, I. Kirilyuk. Lyuda (Cherepanova) se afasta chorosa da família para ir supervisionar os trabalhos de uma mina a milhares de distância. Lá, torna-se objeto da paixão de Griva (Karpov), que se ressente da divisão que houve na pequena comunidade após a inserção de uma seita de fanáticos religiosos. Griva se aproxima da seita apenas para ficar próximo de Lyuda, mas a própria Lyuda perceberá que o líder da seita  se aproveita de sua posição para tentar se casar com ela. Não por acaso esse, como seu primeiro longa-metragem, do ano anterior, foram renegados posteriormente por Paradjanov . Há uma forte presença dos preceitos realistas socialistas senão em termos imagéticos (se é que estes exi

Filme do Dia: Kashtanka (1952), Mikhail Tsekhanovskiy

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K ashtanka (União Soviética, 1952). Direção: Mikhail Tsekhanovskiy. Rot. Adaptado: Boris Brodsky & Mikahil Papava, a partir de um conto de Anton Tchecov. Fotografia: Mikahil Druyan. Música: Yuri Levitin. Montagem: Lidiya Kyaksht. Dir. de arte: Leonid Aristov & Aleksandr Belyakov. Kashtanka é uma pequena e esperta cadela semelhante a uma raposa que vive com um marceneiro e seu filho Fedyushka. Certo dia Fedyushka vai a cidade e bebe. Algo desorientado, não percebe que Kashtanka se afasta. Ela se perde e sofre com os rigores da fome e da neve, deitada na soleira de uma porta. O morador que a encontra é Monsieur Georges, que trabalha como palhaço no circo com seus animais amestrados, um gato, um ganso e um porco. Com a morte do ganso, ele descobre o talento de Kashtanka, que passa a integrar a trupe. No dia de sua estreia no picadeiro, a cadela é reconhecida por Fedyuska que a chama. Inicialmente dividida, pois Monsieur Georges também a chama por seu novo nome, decide ir de e

Filme do Dia: My Motherland (1933), Iosif Kheifits & Aleksandr Zarkhi

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M y Motherland ( Moya Rodina , União Soviética, 1933). Direção: Iosif Kheifits & Aleksandr Zarkhi. Rot. Original: Mikhail Bleiman, Iosif Kheifits & Aleksandr Zarkhi. Fotografia: Moisei Kaplan. Música: Gavriil Popov. Dir. de arte: Nikolai Suvorov. Com: Bari Haydarov, Gennadiy Michurin, Aleksandr Melnikov, Yanina Zhejmo, Yun Fa-shu, Konstantin Nazarenko, Lyudmila Semyonova, Oleg Zhakov. O exército chinês inicia  uma invasão do território soviético a partir de uma ponte situada na fronteira. Vários soldados soviéticos se mantem cumprindo o seu dever de resguardar a fronteira mesmo sob o custo de suas vidas ou de sua integridade física. Dentre os muitos chineses capturados se encontra Van (Haydarov). Alguns homens do Exército Vermelho como Vaska (Melnikov) e Malyutka (Nazarenko) aprendem algumas palavras em chinês. Um dos líderes da frente soviética, Vasily, é capturado e torturado por um grupo de militares chineses unido aos brancos russos. O jovem Van é testemunha da covar

Filme do Dia: A Queda de Berlim (1950), Mikheil Chiaureli

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A  Queda de Berlim ( Padeniye Berlina , URSS, 1950). Direção: Mikheil Chiaureli. Rot. Original: Mikheil Chiaureli & Pyotr Pavelenko. Fotografia: Leonid Kosmatov. Música: Dmitri Shostakovich. Montagem: Tatyana Lykhachyova. Dir. de arte: Vladimir Kaplunovski & Aleksei Parkhomenko. Com: Mikheil Geloveni, Boris Andreyev, Marina Kovalyova, V. Savelyev, G. Timoshenko, A. Urasalyev, Nikolai Bogolyubov, Jan Werich. A jovem Natasha (Kovalyova), apaixonada pelo operário padrão Alexei (Andreyev) abandona seu namorado, o pianista Kostya (Timoshenko)  . Alexei havia sido convidado para uma honra inimaginável, conhecer Josef Stálin (Gelovani). Quando tudo parecia ir as mil maravilhas, no entanto, Natasha e Alexei sofrem ferimentos de estilhaços de bombas jogadas pelos nazistas.  Após três meses insconsciente, Alexei soube que Natasha fora capturada pelos nazistas. Esse pavoroso e grandiloquente épico sobre a derrota alemã pela União Soviética atesta tal e qual a própria União Sov

Filme do Dia: O Espelho (1975), Andrei Tarkovski

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O Espelho ( Zerkalo , URSS, 1975). Direção: Andrei Tarkovski. Rot. Original: Aleksandr Misharin & Andrei Tarkovski. Fotografia: Georgi Rerberg. Música: Eduard Artemiev. Montagem: Lyudmila Feiginova. Dir. de arte: Nikolai Dvigubski. Yelena Fomina. Com: Margarita Terekhova, Ignat Daniltsev, Larisa Tarkovskaya, Alla Demidova, Anatoli Solonitsyn, Yuri Nazarov, Oleg Yankovski, Filipp Yankovski. Ao mesmo tempo que visita a esposa Natalya (Terekhova), um homem relembra a mãe em sua juventude,  enquanto especula sobre o futuro do filho Ignat (Daniltsev), que pretende levar consigo, para salvá-lo do que acredita ser o excesso de complacência pequeno-burguesa da mãe. Também relembra episódios de sua juventude, como num campo de treinamento militar ou quando uma casa próxima sofreu um incêndio. Menos preocupado em narrar uma história em uma estrutura convencional que apresentar um painel (grandemente autobiográfico) em que memória, história e espiritualidade se interpenetram, o fi

Filme do Dia: Fragmento de um Império (1929), Fridrikh Ermler

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F ragmento de um Império ( Oblomok Imperii , URSS, 1929). Direção: Fridrikh Ermler. Rot. Original: Fridrikh Ermler & Ekaterina Vinogradskaya. Fotografia: Gleb Bushtuyev & Yevgeni Shneider. Dir. de arte: Yevgeni Yenej. Com: Fyodor Nikitin, Lyudmila Semyonova, Valeri Solotsov, Aleksandr Melnikov, Emil Gal, Yakov Gudkin, Ursula Krug, Sergei Gerasimov. Filimonov (Nikitin) é um soldado em trauma de guerra desmemoriado que somente alguns anos após finda a mesma é que consegue recuperar informações sobre o seu passado. Ele então passa a ter um trabalho e busca pela mulher (Semyonova), encontrando-a casada com um outro homem (Solotsov). Sua aparição súbita provoca a necessidade de uma decisão entre a mulher permanecer ou não com o marido opressor com o qual vive. Ermler conduz a utilização de recursos da célebre “montagem soviética”, via de regra de forma mais convencional que os mais conhecidos realizadores do movimento, representando os fragmentos – caso o título fosse no p

Filme do Dia: Zhil-Byl Pyos (1982), Eduard Nazarov

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Z hil-Byl Pyos (URSS, 1982). Direção e Rot.Original: Eduard Nazarov. Fotografia: Mikahil Druyan. Montagem: Yelena Mikhaylova. Dir. de arte: Alla Goreva & Eduard Nazarov. Cão envelhecido e já sem maiores utilidades para uma família camponesa ucraniana, é literalmente chutado para fora por seu dono quando um ladrão invade a casa e ele não esboça qualquer reação. Sozinho na floresta faz amizade com um lobo igualmente decadente. Juntos, forjam a situação de sequestro de um bebê da casa e a posterior luta, com o cachorro trazendo de volta a criança a salvo e recuperando seu posto. Em dia de casamento e comida farta, o cão traz o lobo faminto para se banquetear e, depois de seus uivos, é expulso da casa novamente pelo cão, que o observa se afastar de volta a floresta. Admirável curta de animação soviética em que a medida certa entre humor e melancolia o transforma numa agridoce observação sobre a vida em seu ocaso, assim como uma perspicaz crônica de uma comunidade tradicion

Filme do Dia: Scarlet Sails (1961), Aleksandr Ptushko

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S carlet S ails (Alye Parusa, União Soviética, 1961). Direção: Aleksandr Ptushko. Rot. Adaptado: Aleksei Nagornyi & Aleksandr Yurovski. Fotografia: Gennadi Tsekavyi & Viktor Yakushev. Montagem: I. Moronov. Dir. de arte: Levan Shengeliya. Figurinos: Olga Kruchinina. Com: Anastasiya Vertskaya, Vasili Lanoyov, Yelena Cheremshanova, Aleksandr Lupenko, Ivan Pereverzev, Serguei Martinson, Nikolai Volkov. Assol (Cheremshanova) é uma garota que cresce sob o estigma dos moradores de ser uma criança diferente das outras e bastante devotada ao seu próprio universo particular, que inclui um Príncipe Encantado que mudará sua vida segundo a profecia de um mago. Arthur (Lupenko) é um garoto que vive em um castelo, que abdica de sua vida como nobre para viver (Lanoyov) sua fantasia da vida no mar, seguindo os sonhos de infância. Certo dia, ele acaba acidentalmente conhecendo Assol. Essa fantasia escapista, produzida no auge da Guerra Fria, consegue se evadir aparentemente de qualqu

Filme do Dia: A Cor da Romã (1969), Sergei Paradjanov

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A Cor da Romã ( Sayat Nova , URSS, 1969). Direção; Sergei Paradjanov. Rot. Original: Serguei Paradjanov, baseado nos poemas de Sayat Nova. Fotografia: A.Samvelyan, Martyn Shakhbazyan & Suren Shakhbazyan. Música: Tigran Mansuryan. Montagem: Serguei Paradjanov. Dir. de arte: Stepan Andranikyan. Com: Melkop Aleksanyan, Vilen Galstyan, Giorgi Gegechkori, Onik Minasyan, Sofiko Chiaureli. Paradjanov mostra-nos algo sobre o universo do poeta armênio Sayat  Nova menos  pela narrativa de sua vida em si do que por algumas das mais perturbadoramente belas imagens já produzidas pelo cinema. Tal como tableaux vivos, os planos do filme mesclam engenhosamente ângulos, movimentação dos atores, cores e canções tradicionais, tornando desnecessários os diálogos e sendo raramente surpreendidos por algum monólogo. Narrado sob a forma de pequenos sketches a partir dos textos do poeta – que é apresentado desde a sua infância, juventude e maturidade até os últimos dias (quase sempre como hom

Filme do Dia: A Lenda da Fortaleza Suram (1986), Sergei Paradjanov & Dodo Abashidze

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A Lenda da Fortaleza Suram ( Ambavi Suramis Tsikhitsa , URSS, 1986). Direção: Sergei Paradjanov & Dodo Abashidze. Rot. Adaptado: Vaja Gigashvili, a partir do livro de Daniel Chonqadze. Fotografia: Yuri Klimenko & Sergo Sikharulidze. Música: Jansug Kakhidze. Montagem: Kora Tsereteli. Dir. de arte: Aleksandr Dzhanshiyev & Besarion Gelashvili. Figurinos: Irina Mikatadze. Com: Dodo Abashidze, Sofiko Chiaureli, Zura Kipshidze, Veriko Andjaparidze, Levan Uchaneishvili, Dudukhana Tserodze, Leila Alibegashvili, Tamari Tsitishvili. O amor entre Vardo (Alibegshvili) e Durmishkan (Kipshidze), não se concretiza pois ele é liberto da prisão, mas ela continua escrava. Durmishkan busca amealhar dinheiro o suficiente para libertar Vardo. Ela continua na Fortaleza de Suram, única fortificação do principado que é constantemente atacada e destruída. O Príncipe, impressionado com a acuidade das premonições de Vardo sobre o sexo dos futuros infantes, liberta-a. Descrente do retorno de

Filme do Dia: Sou Cuba (1964), Mikhail Kalatozov

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S ou Cuba ( Soy Cuba/Ya Kuba , Cuba/URSS, 1964). Direção: Mikhail Kalatozov. Rot. Original: Enrique Pineda Barnet & Yevgeni Yeytushenko. Fotografia: Sergei Urusevsky. Música: Carlos Fariñas. Montagem: Nina Glagoleva. Dir. de arte: Yevgeni Svidetelev. Figurinos: René Portocarrero. Com: Sergio Corrieri, Salvador Wood, José Gallardo, Raúl García, Luz Maria Collazo, Jean Bouise, Alberto Morgan, Celia Rodríguez. Com essa superprodução grandiloquente, o cineasta Kalatozov pretendeu realizar o seu Outubro . Hoje em dia destaca-se apenas pelo trabalho de câmera magistral, que pode-se dar ao luxo de apresentar quase toda narrativa em planos-sequência e o apuro visual. A narrativa é construída em quatro sketches que apresentam a tomada de consciência de diversos setores da sociedade cubana para a legitimidade da revolução. Em maior ou menor tom, esse caráter abertamente propagandístico e didático chega a ser pueril, em alguns dos casos de conscientização, como quando apresenta um c

Filme do Dia: Stalker (1979), Andrei Tarkovski

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S talker (URSS/Alemanha, 1979). Direção: Andrei Tarkovski. Rot. Original: Arkadi & Boris Strugatski. Fotografia: Aleksandr Knyazinsky. Música: Eduard Artemiev. Dir. de arte: Andrei Tarkovski. Figurinos: Yelena Fomina. Com: Aleksandr Kajdanovski, Anatoli Solonitsin, Alisa Frejndlikh, Nikolai Grinko, Natasha Abramova. Num país onde é impossível abandonar suas fronteiras, um “stalker” (Kajdanovski) – denominação para foragido – leva um grupo muito seleto de pessoas a uma realidade completamente diversa: a Zona. Trata-se de uma experiência inesquecível para quem a vivencia, pois boa parte das noções de tempo e espaço do mundo convencional, encontram-se suspensas. Stalker abandona mais uma vez a esposa (Frejndlikh) e a filha Marta (Abramova) para guiar dois outros homens, um escritor (Solonitsin) e um cientista (Grinko). Os dois descobrem um mundo deserto, onde irão passar as mais diversas provações, com o intuito de reconquistarem a fé. Porém, ao fim da extenuante jornada, amb

Filme do Dia: Aelita - A Rainha de Marte (1924), Yakov Protazonov

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A elita – A Rainha de Marte ( Aelita , URSS, 1924). Direção: Yakov Protazonov. Rot. Adaptado:  Aleksei Fajko & Fyodor Otsep, a partir do conte de Aleksei Tolstói. Fotografia: Emil Schünemann & Yuri Zhelyabuzhsky. Dir. de arte: Yuri Zhelyabuzhsky. Com: Yuliya Solntseva, Igor Ilyinski, Nikolai Tsereteli, Nikolai Batalov, Vera Orlova, Valentina Kuindzhi, Pavel Pol, Konstantin Eggert. O Engenheiro Loss (Tsereteli) sonha com o dia em que fará contato direto com Aelita (Solintseva), rainha marciana que conseguiu emitir contato com a Terra. Ao mesmo tempo se preocupa com a aparente infidelidade de sua esposa, Natasha (Kuindzhi) com um especulador inconsequente e ganancioso (Pol). A partida do marido para trabalhar em prol do país como engenheiro, faz com que Natasha entre em profunda depressão. Uma enfermeira, Masha (Orlova), que trabalha sob a supervisão de Natasha se apaixona por um veterano da Revolução, Gusev (Batalov). Um detetive amador, por sua vez, Kravtsov (Solntseva

Filme do Dia: O Homem com a Câmera (1929), Dziga Vertov

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O H omem com a Câmera ( Cjelovek s Kino-Apparatom , URSS, 1929). Direção e Rot. Original: Dziga Vertov. Fotografia: Mikahil Kaufman. Montagem: Yelizaveta Svilova. Esse tocante tributo ao cinema e ao seu poder de captar imagens diversas do mundo, considerado um dos maiores documentários de todos os tempos, inicia com uma advertência sobre a necessidade de um cinema-cinema, que se afaste dos meios literários e teatrais para efetivamente se concretizar. Vertov demonstra isso na prática, através do uso de um arsenal diverso de trucagens ópticas e – principalmente – pela junção delas todas através da montagem. O filme transpira a euforia de uma União Soviética ainda embevecida com sua jovem revolução. Se o painel diverso do cotidiano urbano que apresenta boa parte do filme, principalmente em sua primeira parte, pode sugerir uma aproximação com as sinfonias metropolitanas, das quais a mais famosa é também a pioneira, Berlim, Sinfonia de uma Metrópole (1927), Vertov vai muito além.

Filme do Dia: Turksib (1929), Victor A. Turin

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Turksib (URSS, 1929). Direção: Victor A. Turin. Rot. Original: Yakov Aron & Victor Shklovski. Fotografia: B oris Frantsisson & Yevgeni Slavinski. Esse documentário, mesmo que possua pontos tangenciais em comum com Nanook, o Esquimó (1922),  como o flagrante do contato de povos “primitivos” com maravilhas tecnológicas, aqui ainda mais enfatizado do que no filme de Flaherty, e o gosto pela encenação e reconstituição,  na verdade segue uma estratégia diametralmente oposta. Enquanto o filme do realizador canadense busca criar estratégias próximas das ficcionais e um senso de identificação com seu protagonista, o objetivo aqui é apresentar um obstáculo, apresentar uma estratégia para driblar esse obstáculo, edificá-lo e pô-lo em prática. O obstáculo é a inexistência de transportes que favoreçam o comércio entre o Turquistão e a Sibéria. A estratégia é o planejamento para a construção de uma ferrovia e posteriormente como será edificada. Por fim, a sua utilização. E é justa

Filme do Dia: Alexandre Nevski (1938), Serguei Eisenstein & Dimitri Vasilyev

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Alexandre Nevski ( Aleksandr Nevskyi , URSS, 1938). Direção: Serguei Eisenstein & Dimitri Vasilyev. Rot. Original: Serguei Eisenstein & Pyotr Pavlenko. Fotografia: Eduard Tisse. Música: Sergei Prokofiev. Montagem: Serguei Eisenstein & Esfir Tobak. Dir. de arte: Iosif Shpinel, Serguei Eisenstein & Nikolai Solovyov. Figurinos: Serguei Eisenstein. Com: Nikolai Cherkasov, Nikolai Okhlopkov, Andrei Abrikosov, Dimitri Orlov, Vasili Novikov, Nikolai Arski, Varvara. No século XIII, Alexandre Nevski (Cherkasov), retirado em um bucólica vila de pescadores junto a um lago é chamado a defender o povo russo da ameaça teutônica de bispos cristãos e seus exércitos. Nevski e todos os homens da aldeia partem. Dois deles se enamoram de uma jovem. A batalha sangrenta deixa vários mortos e feridos de ambos os lados, mas Nevski e os russos se sagram vitoriosos, trazendo algumas das lideranças alemãs capturadas. Ainda que a extrema sensibilidade nas composições visuais característica

Filme do Dia: Ashik Kerib (1988), Sergei Paradjanov

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Ashik Kerib ( Ashug-Karibi , URSS, 1988). Direção: Sergei Paradjanov & Dodô Abashidze. Rot. Adaptado: Gia Badridze, baseado no conto “Ashik Kerib, o Adorável Menestrel”, de Mikahil Lermontov. Fotografia: Albert Yavuryan. Música: Dzavanshir Kuliyev. Dir. de arte: Gogi Aleqsi-Meskhisvilli, Shota Gogolavshvili, Sergei Paradjanov & Niko Zandukeli. Figurinos: E. Magalashvili. Com: Yuri Mgoyan, Sofiko Chiaureli, Ramaz Chkhikvadze, Konstantin Stepankov, Veronique Matonidze, Baia Dvalishvili, David Dovlatian, Levan Natroshvili. O jovem menestrel Ashik Kerib (Mgoyan) se apaixona pela filha de um rico mercador, que o rejeita por sua ausência de posses. Kerib ganha o mundo, após a promessa da jovem não casar dentro do período de mil dias. Após muitas aventuras, ele retorna no último dia e as bodas ocorrem. O que mais chama a atenção na produção de Paradjanov , e que aqui se encontra longe de ser contradito, é o seu desprezo por um viés narrativo naturalista. Nesse sentido, encontr

Filme do Dia: Arsena Jorjiashvili (1921), Ivane Perestiani

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Arsena Jorjiashvili (União Soviética, 1921). Direção: Ivane Perestiani. Rot. Original: Shalva Dadiani & Ivane Perestiani. Fotografia: Aleqsandre Digmelovi. Dir. de arte: Fiodor Push. Com: Mikheil Chiaureli, Ivane Perestiani, Alisa Quiquodze, Nino Dolidze, Elizabed Cherqezishvili, N. Yachmenev, Ya. Kruchinin, N. Okudjava. Grupo de operários, do qual faz parte Arsena (Chiaruli), trabalhador da ferrovia, passa a se reunir planejando uma ação ofensiva contra as forças do Tzar. O grupo é descoberto pelas forças da polícia por conta de um delator e sofre intensa repressão. Arsena consegue fugir e pouco depois provoca um atentado no qual morre o General Griaznov (Yachmenev). Capturado, é condenado a morte e executado. Mesmo que beneficiado ocasionalmente pelo talento de seu realizador para composições que ressaltam poéticas imagens em profundidade, essa produção pioneira do cinema realizado na Geórgia se ressente grandemente de seu caráter de propaganda.  Nesse sentido, é como

Filme do Dia: Solaris (1972), Andrei Tarkovski

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Solaris ( Solaris , URSS, 1972). Direção: Andrei Tarkovski. Rot. Adaptado: Fridrikh Gorenshtein & Andrei Tarkovski, baseado no romance de Stanislaw Lem. Fotografia: Vadim Yusov. Música: Eduard Artemiev. Montagem: Lyudmila Feiginova & Nina Marcus. Dir. de arte: Mikahil Romadin. Figurinos: Yelena Fomina. Com: Donatas Banionis, Natalya Bondarchuk, Yuri Yarvet, Vladislav Dvorzhetski, Nikolai Grinko, Anatoli Solonitsyn, Olga Barnet, Sos Sarkisyan.       Cris Kelvin (Banionis) é o psicólogo enviado para a estação orbital de Solaris, onde estranhos fatos são relatados pelos astronautas que lá se encontram, inclusive a morte de um dos cientistas, Gibaryan (Sarkisyan). Inicialmente cético quanto ao que lhe é relatado, após chegar a estação orbital, Cris torna-se vítima do que eles chamam de “visitas”, representações materiais de sua própria consciência, filtradas pelo oceano intergalático. Passa então a relacionar-se com Hari (Bondarchuk), sua ex-mulher falecida quando a abandona