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Filme do Dia: Esse Mundo é Meu (1964), Sérgio Ricardo

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E sse Mundo é Meu (Brasil, 1964). Direção: Sério Ricardo. Rot. Adaptado: Sérgio Ricardo, a partir da peça de Chico de Assis. Fotografia: Dib Lutfi. Música: Lindolfo Gaya & Sérgio Ricardo. Montagem: Ruy Guerra. Dir. de arte: José Scandal. Com: Sérgio Ricardo, Luiza Aparecida,, Antônio Pitanga, Léa Bulcão, José Sebastião, Amaro Scandal, Ziraldo. Pedro (Ricardo) une-se a namorada Luiza (Aparecida) e quando essa se encontra grávida, decide ela própria pelo aborto, enquanto Pedro teme pela morte dela como a de tantas que lhe antecederam nas mãos da mesma mulher. Toninho (Pitanga), engraxate e malandro, sonha com uma bicicleta com a qual poderá passear com a garota de seus sonhos, Zuleika (Bulcão). É a convivência entre uma nova bossa estilística, presente desde os devaneios da câmera de Lutfi em seu belo prólogo musicado e o paternalismo retrospectivamente algo constrangedor em relação aos seus personagens despossuídos que o filme sinaliza desde o seu início. Em termos de cr

Filme do Dia: Mãos Vazias (1971), Luiz Carlos Lacerda

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M ãos Vazias (Brasil, 1971). Direção: Luiz Carlos Lacerda. Rot. Adaptado: Luiz Carlos Lacerda, a partir do romance de Lúcio Cardoso. Fotografia: Rogério Noel. Música: Jaceguay Lins. Montagem: Raimundo Higino. Dir. de arte e Figurinos: Mara Chaves. Com: Leila Diniz, José Klébler, Ana Maria Magalhães, Arduíno Colasanti, Irene Stefânia, Hélio Fernando, Manfredo Colasanti, Gabriel Archanjo, Nildo Parente. Felipe (Kléber) leva a esposa Ida (Diniz), ambos prósperos burgueses e vivendo numa posição social de destaque em Curvelo, a trocar por Vila Velha, onde Felipe herdou propriedade e pretende reviver um engenho de açúcar. E onde encontram um casal Ana (Magalhães) e Mário (Arduíno Colasanti) completamente descrente na vida e no amor. Sobre Mário pesa  os comentários da população de seu envolvimento com outro homem. A própria Ida se revolta contra os costumes e temores sociais do marido após a morte do filho, Luisinho entregando-se a Mário, e igualmente disposta a abandonar Felipe e ro

The Film Handbook#110: Peter Yates

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Peter Yates Nascimento: 24/07/1929, Aldershot, Hampshire, Inglaterra Morte: 09/01/2011, Londres, Inglaterra Carreira (como diretor): 1962- O  comercialmente mais bem sucedido diretor britânico a se mudar para Hollywood nos últimos vinte anos, Peter Yates é mais conhecido por seus filmes de ação. Porém sua melhor obra apresenta um grande interesse nos personagens e em sua posição na sociedade; somente quando se engaja na dimensão humana de um filme é que ele consegue transcender a mera eficácia narrativa. Antes de entrar para o cinema como assistente de dublagem, Yates havia trabalhado no teatro (como ator e diretor formado no RADA) e corrida de carros, como empresário e reserve de pilotos, Após trabalhar como assistente para Tony Richardson, Jack Cardiff e outros, ele finalmente realizaria sua estreia como diretor, dirigindo o musical com Cliff Richard Tudo Começou em Paris / Summer Holiday . Nem esse nem a versão de uma comédia de fantasia surreal One Way Pendulum  foram dign

Filme do Dia: Elizabeth (1998), Shekhar Kapur

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E lizabeth ( Elizabeth , Reino Unido, 1998). Direção:  Shekhar Kapur. Rot. Original: Michael Hirst. Fotografia: Remi Adefarasin. Música: David Hirschfelder. Montagem: Jill Bilcock. Dir. de arte: John Myhre & Lucy Richardson. Cenografia: Peter Howitt. Figurinos: Alexandra Byrne. Com:  Cate Blanchett,  Geoffrey Rush,   Joseph Fiennes,  Richard Attenborough ,  Christopher Eccleston, Jamie Foreman,  Edward Hardwicke,  James Frain, Emily Mortimer,  Kelly MacDonald, Kathy Burke,  Fanny Ardant,  Vincent Cassel,  Daniel Craig,  John Gielgud, Jean-Pierre Léaud.           A princesa Elizabeth (Blanchett), passa a ser o centro das atenções da corte inglesa do século XVII sob a eminente morte da irmã, a atual rainha Mary Tudor (Burke). Porém sua ascensão ao trono representa uma séria querela diplomática-política, já que ela é protestante, e a maioria da Inglaterra, segue a rainha de orientação católica. Presa, ela teme a morte, embora as palavras de despedida do seu amado Robert (Fien

Filme do Dia: Luciano Serra, Piloto (1938), Goffredo Alessandrini

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L uciano Serra, Piloto ( Luciano Serra, Pilota , Itália, 1938). Direção: Goffredo Alessandrini. Rot. Original: Goffredo Alessandrini & Roberto Rossellini, baseado em argumento de Alessandrini & Francesco Masoero. Fotografia: Ubaldo Arata. Música: Giulio Cesare Sonzogno. Montagem: Giorgio Simonelli. Dir. de arte: Gastone Medin. Com: Amedeo Nazzari, Roberto Villa, Germana Paolieri, Mario Ferrari, Gugliemo Sinaz, Egisto Olivieri, Andrea Cecchi, Gino Mori. Luciano Serra (Nazzari),piloto condecorado da I Guerra Mundial, abandona sua família, rejeitando o convite para ingressar no mundo dos negócios oferecido por seu rico sogro (Olivieri) e parte para viver na América. Seu filho, Aldo (Villa), ingressa na força aérea. Serra aceita o desafio de um voo do Rio para Roma, mas voa para a Etiópia, onde se engaja nas tropas italianas. Ele descobre em meio a batalha que seu filho se encontra gravemente ferido dentro de um avião e o pilota de retorno à Itália, em busca de reforços para

Filme do Dia: Sons Britânicos (1970), Jean-Luc Godard & Jean-Henri Roger

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S ons Britânicos ( British Sounds , França, 1970). Direção e Rot. Original: Jean-Luc Godard & Jean-Henri Roger. Fotografia: Charles Stwart. Montagem: Elizabeth Kozmian. Ainda que o filme possua todas as características dos filmes produzidos pelo Grupo Dziga Vertov, manifestos políticos dirigidos por Godard e outros colaboradores sobre assinatura coletiva, acabou sendo assinado pelos dois realizadores. E, embora seja ainda mais ingenuamente político em seu panfletarismo que outros filmes desse momento de politização radical de Godard (como Vento do Leste e Um Filme Como os Outros ) e de boa parte do mundo, como na sua adesão ao maoísmo, é bem mais inventivo e elaborado formalmente que o último. Inicia com uma longa e engenhosa seqüência numa fábrica de automóveis inglesa, que reproduz ironicamente uma narrativa em off típica do mais clássico cinema documental para traçar comentários marxistas sobre apropriação do trabalho operário, trabalho assalariado, etc. Como na sua

Filme do Dia: Ondas do Destino (1996), Lars Von Trier

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O ndas do Destino ( Breaking the Waves , Dinamarca/Holanda/Suécia/França, 1996) Direção: Lars von Trier. Rot.Original: Lars von Trier. Fotografia: Robby Müller. Música: Joachim Holbek. Montagem: Anders Refn. Com: Emily Watson, Stellan Skarsgård, Katrin Cartlidge, Jean-Marc Barr, Adrian Rawlins, Jonathan Hackett, Sandra Voe, Udo Kier, Mikkel Gaup, Roef Ragas, Phil McCall, Ray Jeffries, Owen Kavanagh.            Bess MacNeil (Watson) resolve se casar com Jan (Skarsgaard). Como ela vive em uma comunidade cristã grandemente fechada e tradicional, seu casamento com um estrangeiro não é visto com bons olhos pela mesma. Dodo (Cartlidge), sua cunhada e uma das poucas a apoiá-la sem restrições, faz um discurso apaixonado de como ela, outra estrangeira, fora acolhida de braços abertos por Bess e como uma cuidara da outra quando da morte do irmão de Bess. Os outros elementos a se destacarem da comunidade, por seus hábitos liberais, por também serem estrangeiros e não professarem a religi