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Mostrando postagens com o rótulo Curta Metragem

Filme do Dia: Sodom (1989), Luther Price

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  S o dom (EUA, 1989). Direção, Rot. Original e Montagem: Luther Price. Curta  em que uma banda sonora com o que aparenta ser um canto gregoriano acompanha cenas em que, quando discerníveis, parecem tomar partido da necessária repetição e ritmo que conformam atos sexuais para construir uma imagética que mescla elementos e “convenções” do cinema experimental com o que seria talvez uma alusão ao seu título bíblico, o que envolve não apenas sua trilha já referida mas também imagens de fogueiras e multidões. A repetição e ritmo do ato sexual, ainda quando solitário ou produto de uma contorção que gera auto-felação são grandemente construídas na própria apresentação das imagens, que prima pela repetição de planos inúmeras vezes, como o de um coito anal seguido pelo plano aproximado do rosto de quem pretensamente está sendo penetrado. Com o avançar de sua metragem – existem fontes que acusam ele possuir 5 minutos a mais em sua versão integral – tanto o ritmo das imagens e das verdadeiras “

Filme do Dia: Reel (2013), Jens Choong

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  R eel (Suécia, 2013). Direção e Rot. Original Jens Choong. Fotografia Petrus Sjövik. Com Fanny Ketter, Toft Hervén, Norin Lindgren, Madeline Mofjärd, Emelie Fahlman, Hilda Nestander, Inga  Tolocka. Dois garotos, Robert Ketter) e Victor (Hervén), muito próximos, sentem que algo mais os une, após fugirem da polícia, que recebeu uma chamada de uma transeunte   que os viu vandalizando uma área abandonada, juntamente com o colega Anton (Lindgren). Os sentimentos se expressam no teto de um prédio na noite que é véspera da partida de Victor para Estocolmo. Sentimentos homo-afetivos entre crianças ou adolescentes raramente são temas de filmes, longas ou curtas, temerosos certamente de polêmicas ou questões judiciais, e este curta o faz de forma singela e direta, mas ao mesmo tempo atenta aos detalhes – que são talvez seu maior trunfo -  das mãos a se tocarem, por vezes em planos quase bressonianos. Tudo, claro, sem os arroubos mais físicos e/ou gráficos que um longa como Você Não Está

Filme do Dia: A Fórmula Mágica (1937), Ben Sharpsteen

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  A   Fórmula Mágica ( The Worm Turns , EUA, 1937). Direção: Ben Sharpsteen. Música: Frank Churchill. Em suas experiências laboratoriais, Mickey descobre uma fórmula que transforma quem reage a ela, em destemido e confrontador de qualquer antagonista imediato. Assim, uma mosca põe para correr a aranha que já iria jantá-la, um rato transforma seu gato algoz em perseguido e o gato por sua vez, volta-se com fúria contra Pluto, quando já se encontrava acuado e certo que iria morrer. Pluto, por sua vez, é beneficiado da mesma, quando vê-se em vias de ser carregado por Bafo de Onça, que trabalha acondicionando cães de rua. Nesse delicioso festival de cores, tem-se um apanhado de estratégias retrantando perseguidores e perseguidos, relações invertidas pela intervenção “química” de Mickey (um pouco pressagiando já seu papel como aprendiz de feiticeiro no clássico Fantasia ), ainda que aqui de uma perspectiva mais científica nas suas transformações, que apontam para diversos caminhos que se

Filme do Dia: Manhatta (1921), Charles Sheeler & Paul Strand

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  M anhatta (EUA, 1921). Direção e Fotografia: Charles Sheeler & Paul Strand. Antecipando as “sinfonias urbanas” de alguns anos após, o filme faz uma elegia a Nova York e ao progresso. Nenhum elemento é mais presente em suas imagens do que a fumaça, provocada seja pelos motores a vapor de balsas, locomotiva, chaminés de transatlânticos  ou ainda dos sumidoros do alto dos telhados dos arranha-céus. Esse encantamento com o progresso será visto com uma perspectiva invertida, não menos manipuladora, mas certamente menos poética, décadas após, em Koyaanisqatsi , de Reggio. É tido como o primeiro filme conscientemente vanguardista do cinema norte-americano.  11 minutos.

Filme do Dia: Cidade Vazia (2015), Cristiano Burlan

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  C idade Vazia (Brasil, 2015). Direção: Cristiano Burlan. Imagens de São Paulo em p&b, seja em fotos fixas ou imagens em movimento. Ressalta-se trechos de sua área central e alguns ícones como a catedral e, sobretudo, a Estação da Luz. Ao final uma queima de fogos na banda sonora aparentemente se confunde com ruídos de armas disparando e a alegria dos que celebram o ano-novo se confunde com os gritos de terror. Bela Filmes. 7 minutos e 30 segundos.

Filme do Dia: The Butterfly (1972), Andrei Khrzhanovskiy

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  T he Butterfly ( Babochka , URSS, 1972). Direção: Andrei Khrzhanovskiy. Rot. Original: Roza Khusnutdinova. Montagem: Marina Trusova. Encantado por uma borboleta que surge na janela de seu apartamento, o garoto passa a persegui-la até confina-la em um vidro, mesmo destino a que se somará várias outras. Após sonhar com uma borboleta gigante usando dos mesmos artíficios para com ele, o garoto resolve libertar as borboletas. Elas em sinal de agradecimento massivamente cobrem seu corpo. Ainda que a quantidade de efeitos expressivos que Khrzhanovskiy consiga nesse curta de animação chegue a ser não menos que espantosa, alguns deles flertando com técnicas do cinema experimental como a foto fixa, multiplicação da mesma imagem,  o abstracionismo e certa psicodelia, assim como a emulação de transições do rosto do garoto em linha de “continuidade descontínua” seu resultado final é sensivelmente prejudicado por sua explícita filiação a um “filme de mensagem”, no sentido mais abstrato e desi

Filme do Dia: Fala Brasília (1966), Nélson Pereira dos Santos

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  F ala Brasília (Brasil, 1966). Direção Nélson Pereira dos Santos . Montagem Nélson Pereira dos Santos & Alberto Salvá. O que se poderia esperar, a partir da cartela inicial, que fosse um exercício grandemente formal e acadêmico-douto sobre os sotaques de diferentes regiões do Brasil cede lugar a fala informal de diversas pessoas, provenientes de todos os quadrantes do país, sobre o que acham da cidade, seus trabalhos, suas expectativas. Embora existam belas composições visuais, como a do primeiro falante, do Pará (os entrevistados são identificados unicamente pelo seu local de origem) com um manauara vindo por trás, no geral são bastante simples e voltam a se tornar interessantes, quando o filme demonstra os próprios passos nos quais chegou a seleção dos entrevistados observados, através de suas  falas. Somente ao final se rende propriamente a questão da pesquisa e dos sotaques, ainda que superficialmente, fazendo com que cada um dos cinco que se encontram com a produção ness

Filme do Dia: A Noiva (2007), Ana Almeida

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  A   Noiva (Portugal, 2007). Direção: Ana Almeida. Rot. Original: José Pedro Lopes. Fotografia Jorge Quintela. Música Don Cleary. Montagem Ana Almeida. Com Jose David Coimbra, Bárbara Magal, Joana Pauperio, Ana Luisa Santos, Rodrigo Santos. Sofrível curta que pretende abraçar os protocolos do suspense mas a qual, dada a sua curta extensão e provável inexperiência de seus realizadores, comete um erro fatal para qualquer tentativa promissora de mínima efetividade, a falta de senso de ritmo. Um casal jovem resolve se encontrar nas ruínas do que seria uma antiga mansão e acabam sendo vítimas de uma aparição fantasmática. E as mortes ainda podem ser vinculadas a culpa sexual pela “traição” da garota ao seu namorado, já que está se encontrando com um outro rapaz. A falta de propósito e da habilidade mínima de se narrar uma história são o que mais saltam a vista. Anexo 82 Prod./Zinemania Filmes.  6 minutos e 57 segundos.

Filme do Dia: Entre Deux Soeurs (1991), Caroline Leaf

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  E ntre Deux Soeurs (Canadá, 1991). Direção e Rot. Original: Caroline Leaf. Rot. Original: Catherine Leaf & Grant Heisler. Música: Judith Gruber-Stitzer. Montagem: Camille Laperrière. Duas irmãs vivem isoladamente numa ilha. Viola, cuja face é desfigurada, é cuidada pela irmã, Marie,   para que ninguém a veja. Viola escreve e certo dia, um homem enfrenta o oceano para conhece-la pessoalmente. Inimaginavelmente realizado a partir de gravação na própria película, essa obra, um tanto elíptica em relação a sua própria narrativa (dificilmente se terá uma compreensão tão clara da sinopse acima exposta apenas através de uma visualização única da mesma, ainda que Leaf afirme que a narrativa é o elemento primordial de sua obra). E também uma certa aproximação de um não realismo ostensivo, como aquele em que o homem aparenta ter o dedo cortado e o vermelho de seu sangue toma conta de praticamente todo o campo visual e do absurdo, vinculado sobretudo a sua travessia marinha levando um li

Filme do Dia: L'idée (1932), Berthold Bartosch

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  L ’idée (França, 1932). Direção: Berthold Bartosch. Rot. Adaptado: a partir do romance de Frans Masereel. Um dos clássicos da animação de vanguarda, menos conhecido que Uma Noite Sobre o Monte Calvo (1933), de Alexander Alexeiff, mas sem dúvida mais radical em suas pretensões do que aquele, sendo o curta de Alexeiff mais poético e inovador em termos de técnica. O produto da imaginação de um homem, uma mulher nua de pequenas proporções, acaba ganhando o mundo e despertando desprezo, admiração ou cobiça nas mais diversas instâncias da sociedade como a justiça, a academia e o mundo artístico. Para acentuar sua dimensão surreal existe a trilha musical, a primeira de música eletrônica jamais composta para um filme. Embora o filme tenha sido sonorizado, não existem diálogos e a única dimensão para além da imagem e do som é a das cartelas na abertura do mesmo. 25 minutos.

Filme do Dia: To Hear Your Banjo Play (1947), Irving Lerner & Willard Van Dyke

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  T o Hear Your Banjo Play (EUA, 1947). Direção: Irving Lerner & Willard Van Dyke. Rot. Original: Alan Lomax. Fotografia: Richard Leacock. Encenando suas tradições culturais em torno do banjo, como Mauro contemporaneamente aqui começava a fazer igualmente em relação a temas caros ao folclore e a cultura brasileira em geral, esse curta documental inicia com um virtuose no instrumento, ainda nos créditos iniciais, Pete Seeger, e logo fala em sua voz over de ter sido um instrumento criado pelos escravos do Sul, mas logo incorporado à cultura do país como um todo, e essa incorporação, tal como apresentada, significa igualmente seu branqueamento, já que nenhum músico, ouvinte ou dançarino negro é observado; os primeiros rostos negros são apresentados após mais de metade de sua metragem, e ainda assim como trabalhadores não músicos, sendo que, pouco após, um músico negro acompanha e canta em dueto com Woody Guthrie. Seeger é o narrador-músico, muitas vezes se dirigindo diretamente à c

Filme do Dia: The Gossip (1955), Herk Harvey

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  T he Gossip (EUA, 1955). Direção: Herk Harvey. Rot. Original: Margaret Travis. Fotografia: Norman Stuewe. Montagem: Chuck Lacey. Com: Vera Stough. A amizade entre Jean, que pretende se candidatar ao diretório acadêmico da escola e sua melhor amiga, Laura, sofre uma tensão a partir de boatos que circulam pela escola. Harvey parte da mesma fórmula que utilizou que outros de seus curtas documentais educativos, como The Good Loser (1953). Aqui, como naquele, uma situação de tensão se instala e não se acompanha exatamente o desenlace da mesma até o final, ficando o protagonista ruminando a respeito dos próximos passos a tomar e jogando a questão para o espectador. Desnecessário afirmar que, tal como nos outros, as atuações são pífias – aqui, tal como a encenação como um todo, um pouco melhores e menos forçosas que a do curta prévio. Centron Corp. para Young America Prod. 13 minutos e 40 segundos.

Filme do Dia: Deus Ex (1971), Stan Brakhage

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  Deus Ex (EUA, 1971). Direção: Stan Brakhage. A imagem de um algodão que se torna umedecido de sangue que é seguido por uma rosa vermelha a balançar é uma das soluções visuais para esse curta que integra uma trilogia. Aqui, Brakhage abre mão de suas mais conhecidas abstrações construídas a partir de danificações efetuadas na própria película e fez uso de um arsenal de estratégias visuais mais próximas do cinema narrativo como fades , imagem acelerada, zoom, assim como outras que já haviam se tornado comuns do repertório do cinema de vanguarda  da terceira década do século, assim como do cinema moderno contemporâneo, como é o caso da repetição de um mesmo plano. A iluminação (ou a quase ausência dessa) assim como os movimentos de câmera são fundamentais para esse filme que se detém sobre uma cirurgia sendo efetuada por uma equipe, assim como procedimentos e ações efetuadas no ambiente hospital – uma delas observada a partir das sombras deixadas nos ladrilhos do chão. 35 minutos.

Filme do Dia: Guernica (1950), Alain Resnais & Robert Hessens

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  G uernica (França, 1950). Direção: Alain Resnais & Robert Hessens. Rot. Adaptado: a partir do poema de Paul Éluard.  Fotografia: Henry Ferrand.  Música: Guy Bernard. Montagem: Alain Resnais. Esse curta documental que inicia com uma voz over (a cargo de Jacques Pruvost) quase tão distanciada quanto a do narrador de Las Hurdes (1932), sobre uma foto fixa que mais lembra o esqueleto devastado de uma maquete da cidade que dá nome ao título logo após o bombardeio-experimento deflagrado pela força aérea alemã (algo que não chega a ser citado pelo filme). Logo, no entanto, a voz masculina fria e distante cede a uma voz feminina (pela atriz Maria Casares) que declama um poema de Éluard. Nessa transição o filme perde, ao jogar no mesmo campo semântico voz feminina, arte e humanismo em contraposição à voz masculina, distanciamento emocional e fotografia, que aqui é observada como um retrato cru que pretensamente a arte alumiará com a expressividade própria de cada meio (poesia, pintura,

Filme do Dia: Ponteio (1941), Humberto Mauro

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  P onteio (Brasil, 1941). Direção: Humberto Mauro. Fotografia: Manuel P.Ribeiro. Música: Heckel Tavares. Montagem: Humberto Mauro. Um dos mais belos curtas realizados por Mauro para o INCE. Nessa produção ele conquista um raro equilíbrio entre um lirismo longe de excessivo (ao contrário de boa parte de sua produção posterior, em que por vezes, descamba para pieguice como em Meus Oito Anos ) e, mesmo com os parcos recursos que lhe eram destinados, consegue não apenas uma notável edição de som, apresentado no momento em que o violeiro demonstra sua virtuosidade diante do maestro Heckel Tavares, como uma poética de imagens que consegue fazer uso expressivo da sobreposição das mesmas para apresentar no momento da execução da peça, através do arranjo de Tavares, observar-se motivos que remetem ao mundo folclórico que a peça evoca. Ou ainda a montagem, que elegantemente, destaca cada um dos naipes de músicos que se destacam em determinado momento da composição –a cargo de um não menos ele

Filme do Dia: Mallorca (1933), María Forteza

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  M allorca (Espanha, c. 1933-34). Direção: María Forteza. Redescoberto quase um século após nos arquivos espanhóis, esse curta provavelmente é a primeira obra cinematográfica dirigida por uma mulher no país.  Suas imagens apresentam uma sensibilidade que provavelmente “falam” mais que o discurso de seu narrador over , homem, tal como a quem o filme é dedicado, o compositor Isaac Albéniz, falecido em 1909, de quem as cartelas iniciais fazem referência de que o filme foi inspirado “na estética de tua música”, fazendo inteligente associação entre a cultura do país como mais que um pano de fundo, mas aparentemente uma força propulsora na organização das imagens, como era comum nas então populares sinfonias urbanas, sobretudo à época do cinema mudo. Muitas das imagens são recortadas a partir dos arcos da cidade histórica. Por sorte a voz over tem papel relativamente pequeno. E são as edificações históricas que ganham primeiro plano, ao som de uma música nostálgica (a cargo de Rafael Par

Filme do Dia: La Jetée (1962), Chris Marker

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  L a Jetée (França, 1962). Direção e Rot. Original: Chris Marker. Fotografia: Jean Chiabaut & Chris Marker. Montagem: Jean Ravel. Com: Davos Hanich, Hélène Chatelain, André Heinrich, Ligia Branice, Janine Klein, William Klein, Jean Négroni. Esse curta talvez permaneça até hoje como o filme mais célebre do renomado documentarista francês Marker. Aqui, Marker parte de uma estrutura pretensamente documental e apoiando-se quase que totalmente em fotos fixas (em apenas um momento breve existe uma imagem em movimento), como numa fotonovela, para se aproximar cada vez mais de uma narrativa evidentemente não apenas ficcional como surreal. Nos esgotos de uma Paris devastada pela Terceira Guerra Mundial, um homem (Hanich)   se torna “cobaia” das experiências de um cientista (Ledoux), viajando em sua mente para o passado e futuro. No passado, volta sempre recorrente uma imagem traumática que vivenciou no Aeroporto de Orly, em Paris, quando presenciou o suicídio de uma mulher. Nada fácil em

Filme do Dia: O Emprego (2008), Santiago Bou Grasso & Patricio Plaza

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  O  E mprego ( El Empleo , Argentina, 2008). Direção Santiago Bou Grasso & Patricio Plaza.  Rot. Original a partir de uma ideia de Patricio Plaza.   Montagem e Dir. de arte Santiago Bou Grasso & Patricio Plaza.  Homem desde o momento de acordar até chegar sua função no trabalho, faz uso de utensílios humanos, inclusive enquanto cadeiras, mesas, cabides ou táxis. Até que quando chega no emprego, e diante da sala na qual trabalha, também passa a ser mais um destes objetos. Trabalhando na lógica inversa a da realidade, com os humanos fazendo às vezes não apenas do mobiliário tradicional, mas também de aparelhos mecânicos como sinal de trânsito e de motor a combustão, substituindo carros, mas ao mesmo tempo abrindo espaço a uma crítica sobre a disparidade na condição, entre os que usufruem e fazem os serviços para tornar a vida do profissional ao qual o curta animado foca, mais cômoda. A objetificação, no pleno sentido, de uma parte dos seres humanos, agora meros objetos co

Filme do Dia: Rajz Film (2005), Pál Tóth

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  R ajz Film (Hungria, 2005). Direção: Pál Tóth. Desenhista traça algumas idéias do que poderiam ser personagens para uma animação. Tóth certamente pretende construir um filme que revele um pouco sobre o próprio processo criativo da animação, literalmente um esboço sobre uma prancheta. Porém o resultado final, mesmo que interessante ao evidenciar o surgimento dos personagens a partir de uma folha em branco e de pequenas situações que esses irão vivenciar, torna-se prejudicado pela ausência de organicidade entre os personagens, como se a idéia de exercer uma meta-linguagem apenas obscurecesse a ausência real de uma idéia mais sólida. Animação em 2D. 14 minutos.

Filme do Dia: Travessuras Árticas (1930), Ub Iwerks

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  T ravessuras Árticasctic Antics (EUA, 1930). Direção: Ub Iwerks. Dizem que Iwerks implementou o padrão que seria seguido pelas animações da Disney e essa animação parece ser a comprovação disso. Mesmo ainda destituída de cores, importa menos qualquer pretensão narrativa mais fechada, do que apresentar uma série de animais polares – incluindo um Mickey albino! – em coreografias, nas quais o movimento dos mesmos parece ser ditado antes pelo ritmo de sua trilha musical. Quando se fala em séries não se deve secundarizar o efeito, tal como nos musicais de Busby Berkeley, em que coreografias de pingüins, morsas ou o que seja, evoluem, e o   efeito “abstrato” que tal dimensão pode sugerir, menos pela representação gráfica do que resulta da coreografia coletiva, como em Berkeley , que pela recusa de personagens principais ou de uma trama narrativa mais conseqüente. Tampouco é incomum que tais grupos deixem de possuir elementos “anômalos” ao padrão homogeneizador – no caso dos pingüins, doi