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Filme do Dia: Ilha das Flores (1989), Jorge Furtado

Ilha das Flores (Brasil, 1989). Direção e Rot.Original: Jorge Furtado. Fotografia: Sérgio Amon & Roberto Henkin. Música: Geraldo Flach. Montagem: Giba Assis Brasil. Dir. de arte: Fiapo Barth. Com: Júlia Barth, Ciça Reckziegel. Através da acidentada trajetória de um tomate – plantado pelo Sr. Suzuki, rejeitado na mesa de Dona Anete e encaminhado ao lixão de Ilha das Flores, Furtado constrói um painel de fina ironia, ao qual não faltam referências à diversos momentos históricos da humanidade, o que acaba pondo em xeque um sistema no qual o processo produtivo e o lucro de um criador de porcos fazem com que seres humanos se alimentem dos restos do que é servido aos porcos. Certamente um dos pontos fortes do filme é construir sua dinâmica através do seu bem humorado e criativo processo de montagem, que como em Eisenstein se torna instrumento para se discutir argumentos e expor ideias e que posteriormente se tornaria uma certa coqueluche nas mãos de realizadores menos talentosos qu
Os homens andam sempre melancólicos, maniáticos e frenéticos, maltratados por todas estas enfermidades que Hipócrates chamou de divinas. E a razão disso está no fato de que as tarefas humanas são irrealizáveis. O destino - o privilégio e a honra - do homem é não conseguir nunca aquilo  a que se propõe e ser pura pretensão e utopia vivente. Para sempre em direção ao fracasso, e antes de entrar no combate já está com a fronte ferida. Assim acontece nessa modesta ocupação que é traduzir. No domínio intelectual não há atividade mais humilde. No entanto, resulta ser exorbitante. José Ortega y Gasset, Miseria y Esplendor de la Traducción

Rolling Stones - Take it or Leave It (Vinyl)

Filme do Dia: After Lumière - L'Arroseur Arrose (1974), Malcolm Le Grice

After Lumière – L’Arroseur Arossé (Reino Unido, 1974). Direção: Malcolm Le Grice. Ação de uma brincadeira entre uma criança e um adulto (que rega o jardim) é acompanhada repetidamente e por ângulos diversos nesse curta experimental. Inicialmente silenciosa, a ação passa a ser acompanhada por um tema musical ao piano de Debussy (o mesmo utilizado em Limite ). Posteriormente se observa uma mulher tocando ao piano o tema que parecia ser extra-diegético. A mesma mulher que fora vista anteriormente na imagem se dirigindo ao homem (provavelmente seu marido) que rega o jardim. Os trajes são da época do célebre filme de Lumière, ao qual o filme faz menção em seu próprio título e parecem se adequar melhor a mulher que ao homem – que antes parece ser o que de fato é, uma reconstituição na década de 70 do que seria as vestimentas da época. Ela se levanta do piano e se dirige para falar com o homem. Depois retorna e observamos a cena da brincadeira pelo ângulo da sala, quando a mulher volta ao
A narrativa nada mais é do que um modo de lidar com essa inevitável e grande perda de um objeto denominado tempo passado , transportando-o imaginariamente, pelo recurso à narração, para o interior do presente. Susana Kampff Lages, Walter Benjamin  - Tradução e Melancolia, p. 128.

Filme do Dia: The Little Pest (1927), Jay Belasco & Scott Darling

The Little Pest (EUA, 1927). Direção: Jay Belasco & Scott Darling. Fotografia: Milton Bridenbecker. Com: Neely Edwards, Consuelo Dawn, Billy Kent Schaefer, Bud Jamison. Casal recém-casado (Edwards e Dawn) visita sua desagradável família e convida o pequeno garoto (Schaefer) a ficar um momento com eles, mal sabendo as consequências de levar o pestinha consigo. Essa comédia curta soa menos interessante que qualquer outra produção cômica contemporânea de outras companhias rivais (Reelcraft, Educational Film, Hal Roach, etc.), mesmo deixando de lado mestres como Keaton, Lloyd ou Chaplin . E, curiosamente, quem faz a maior parte do estrago é menos o garoto que o estúpido protagonista vivido por Edwards. Universal Pictures. 9 minutos e 48 segundos.
Quella che vide Nicola, quando entrarano nel porto di New York, non era affatto dorata, e la statua di cui parlava sempre il comandante, che conosceva la lingua di tutti gli emigranti, gli sembrò un monumento retorico e pesante: una donna verde con un libro, una torcia, e un'assurda corona in testa. Antonio Monda, La America non Esiste , p. 13