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Filme do Dia: The Helter Skelter Murders (1970), Frank Howard

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  T he Helter Skelter Murders (EUA, 1970). Direção, Fotografia e Montagem: Frank Howard. Rot. Original: J.J. Wilke Jr, & Duke Howze. Música: Sean Bonniwell. Dir. de arte: Melinda Wing. Com: Brian Klinknett, Erica Bigelow, Paula Shannon, Linda Van Compernolle, Debbie Duff, Phyllis Estes, Gary Donovan, Richard Kaplan. Efetivamente baseado nos crimes praticados pela “família” Manson um ano antes, essa canhestra produção procura explorar ao máximo o evento que ainda nem havia finalizado o seu julgamento – no cartaz o ator principal seria o próprio Manson, embora no filme em nenhum momento sejam citados os nomes reais dos envolvidos e Manson é referido apenas como Charlie. É evidente que   não poderia ficar de fora igualmente uma exploração do sexo associado à juventude hippie, como se Howard, nesse que é seu único filme, tivesse feito um aprendizado básico junto aos festivais de rock filmados à época e tentasse reproduzir o ambiente a partir da fala de um dos depoentes – o filme é pr

Filme do Dia: O Mar Imutável (1910), D.W. Griffith

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  O   Mar Imutável ( The Unchanging Sea , EUA,1910). Direção: D.W. Griffith. Rot. Adaptado: Griffith, baseado no poema The Three Fishers , de Charles Kingsley. Fotografia: G.W. Bitzer. Com: Arthur V. Johnson, Linda Avidson, Gladys Egan, Mary Pickford, Charles West, Kate Bruce, Alfred Paget. Pescador (Johnson) desaparece em naufrágio, deixando a jovem esposa (Avidson) com filha pequena (Egan) para criar e retornando sempre ao local onde o vira pela última vez. Ele acaba se incorporando a outra comunidade de pescadores, aonde as ondas o levaram, tragando sua memória. Anos depois, a mãe sofre com a solidão crescente, após a partida da filha (Pickford) com o marido (West) também pescador. Quando vai ao mesmo local de sempre chorar suas mágoas, reencontrará o marido, que redescobre a memória ao desembarcar por acaso no local em que vivera sua juventude. Griffith realizou um filme bastante atípico, seja em termos visuais, seja em termos da ausência de suas prédicas morais tão insistent

Filme do Dia: Meu Pai (2020), Florian Zeller

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  M eu Pai ( The Father , Reino Unido/França, 2020). Direção: Florian Zeller. Rot. Adaptado Christopher Hampton & Florian Zeller, a partir da peça de Zeller. Fotografia Ben Smithhard. Música Ludovico Einaudi. Montagem Yorgos Lamprinos. Dir. de Arte Peter Francis & Astrid Sieben. Cenografia Cathy Featherstone. Figurinos Anna Hopkins. Com Anthony Hopkins, Olivia Colman, Mark Gatiss, Olivia Williams, Imogen Poots, Rufus Sewell, Ayesha Darker, Roman Zeller, Evie Wray. O idoso Anthony (Hopkins), começa a ficar crescentemente confuso em relação a onde se encontra, e quem são as pessoas que o cercam, sendo que a mais diretamente afetada por sua evolução da doença é sua filha, Anne (Colman). O filme aplica o que habitualmente havia sido utilizado para transtornos psíquicos ou a ambiguidade dentre esses e fenômenos sobrenaturais ( O Bebê de Rosemary , Inverno de Sangue em Veneza ) ou enquanto representação de uma mente acometida pela esquizofrenia ( Brilho Eterno de uma Mente sem Le

Filme do Dia: En Sommarsaga (1941), Arne Sucksdorff

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  E n Sommarsaga (Suécia, 1941). Direção, Rot. Original e Fotografia: Arne Sucksdorff. Música: Gunnar Johansson. Embora a ausência de um narrador tipicamente paternalista, dublê da própria redundância antropomórfica que curtas da Disney igualmente protagonizados por animais possuíam e um talento maior para imagens líricas o afastem do que há de sistematicamente rotineiro naquelas, será que estamos tão distantes assim das mesmas? Sucksdorff, que teria grande influência em meio ao cinema documental brasileiro de duas décadas após, e que chegaria a realizar um interessante experimento em longa-metragem no país ( Fábula ), apresenta o protagonista em questão, um pequeno lobo, quando pouco menos de ¼ do curta já se encontra transcorrido, e dominado até então por imagens diversas de uma miríade de insetos, que observaremos posteriormente sendo predados pelo mamífero. Há exceções, como é o caso dos ovos que estão sendo chocados por um pássaro que aparentemente foge do lobinho. Esse abocanha

Filme do Dia: Diabólicos Sedutores (1970), Harold Prince

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  Diabólicos Sedutores ( Something for Everyone , EUA, 1970). Direção: Harold Prince.  Rot. Adaptado: Hugh Wheeler, baseado no romance  The Cook , de Harry Kressing.  Fotografia: Walter Lassally. Música: John Kander. Montagem: Ralph Rosenblum. Dir. de arte: Otto Pischinger.  Figurinos: Florence Klotz. Com: Michael York, Angela Lansbury, Anthony Higgins, Heidelinde Weis, Jane Carr, Eva Maria Meineke, John Gill, Wolfried Lier. Konrad (York) é um astuto e ambicioso jovem recém-chegado a Bavária. Logo que percebe a atração da jovem rica Anneliese (Weis),  torna-se motorista para levar sua família a um piquenique, somente com o intuito de se aproximar dela. Rapidamente emprega-se no castelo da mais tradicional família da região, sob o comando da matriarca e viúva Condessa Herthe von Ornstein (Lansbury). Em pouco tempo ele seduz seu filho Helmuth (Higgins) e também é motivo de desejo da sua filha Lotte (Carr). Percebendo como as finanças da família vão mal, arquiteta uma glamorosa festa na q

O Dicionário Biográfico de Cinema#152: Angelina Jolie

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  Angelina Jolie (Voight) , n. Los Angeles, 1975 N inguém escrevendo sobre a chegada de Angelina Jolie às telas no final dos anos 90 foi capaz de mascarar o puro espanto com a embocadura carnal de sua boca. É como uma boca feita em braille na mais plana das telas e que puderia cegar qualquer um. Ela era a mais sexy das novidades e, no entanto, também uma notável atriz, repleta de audácia (ou seu excesso). Houve uma tentação (e isto afetou seus filmes e sua postura pública) de jogar uma sensualidade perigosa. Portanto, ela fez seu melhor trabalho (e ganhou um Oscar) como a cumpridora de pena perpétua em Girl, Interrupted [ Garota, Interrompida ], cujo companheirismo e instinto são a grande ameaça à sobrevivência de Winona Ryder. Jolie não deixou que o papel a transformasse em uma mulher diabólica, mas chegou perto. De forma semelhante, na imprensa, não resistiu ao fascínio de se transformar em uma tatuagem exótica numa parte privada de seu então marido, Billy Bob Thornton. Mas se eles s

Guia Crítico de Diretores Japoneses#8: Yoshitarō Nomura

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 NOMURA, Yoshitarō (23 de abril de 1919 - 8 de abril de 2005) 野村芳太郎 O filho do diretor da era muda Hōtei Nomura, Yoshitarō, como seu pai, despendeu sua carreira na Shochiku, tornando-se um prolífiico e proficiente diretor de filmes de entretenimento de apelo comercial. Trabalhou inicialmente em uma diversidade de gêneros, incluindo musicais, melodramas, comédias e filmes de época. Izu no Odoriko  ( The Izu Dancer , 1954), uma adaptação de um conto de Yasunari Kawabata, conta um breve romance entre um estudante e uma dançarina itinerante na península rural de Izu, iniciando um interesse persistente em cenários provincianos. Entre os filmes mais individuais de Nakmaura dos anos 60 se encontra  Haikei Tenn ō Heika-Sama  ( Dear Emperor , 1963), uma narrativa irônica das experiências de um recruta que encontra o exército preferível à vida civil e escreve para o Imperador implorando permanecer no serviço. Hidarikiki no Sogekisha: Tōkyō-wan ( Tokyo Bay , 1962), sobre um detetive cuja investig