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Filme do Dia: Manizales City (1925), Félix R. Restrepo

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  Manizales City (Colômbia, 1925). Direção: Félix R. Restrepo.   Parecendo similar a uma compilação de pequenos filmes de atualidades, esse filme sobre a cidade de Manizales não difere muito do que esses traziam então em termos de suposto interesse a ser filmado: rituais cívicos, festivos e marcados pela presença dos nomes no poder. Compartilhando de muitas das estratégias visuais que eram comuns desde a época das primeiras vistas e “panoramas” como as panorâmicas que varrem o espaço que se pretende descrever pela esquerda ou direita, assim como os inevitáveis olhares curiosos que se posicionam diante da câmera, e que são de indivíduos das mais diversas idades, categorias profissionais, sexos, classes sociais, o filme apresenta cenas de curiosidades como o carnaval, “pitorescas” como a rica arquitetura dos prédios mais importantes ou ainda as touradas em chave completamente vinculada a matriz europeia (ou seja, espanhola), na qual toureiros vestidos à caráter são aplaudidos pelas damas

Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#40: Aries Cinematográfica Argentina

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  ARIES CINEMATOGRÁFICA ARGENTINA . Talvez a mais significativa produtora de cinema argentina do final dos anos 50 aos anos 90 e, certamente, a mais bem sucedida comercialmente, a Aries Cinematográfica foi fundada pelos realizadores Fernando Ayala  e Héctor Olivera , em 1956, em um momento bastante difícil da história do país. O governo militar que chegou ao poder em 1955 virtualmente desmontou à indústria cinematográfica argentina - a produção declinou de 43 longas em 1955 para 15 em 1957. Nesse ano, uma nova legislação cinematográfica foi introduzida, e um instituto nacional de cinema foi criado para financiar às produções. A nova companhia Aries foi capaz de tirar vantagem disso ao realizar um filme baseado na obra do escritor argentino David Viñas, El Jefe  (1958), dirigido por Ayala. A Aries foi lentamente se ajustando, realizando somente dois longas nos quatro anos seguintes, mas pelo final dos anos 60, um padrão foi se desenvolvendo, através do qual os filmes "sérios"

Filme do Dia: O Triunfo da Vontade (1935), Leni Riefensthal

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  O   Triunfo da Vontade ( Triumph des Willens , Alemanha, 1935). Direção: Leni Riefensthal. Rot. Original: Leni Riefensthal & Walter Ruttmann. Fotografia: Sepp Allgeier, Karl Attenberger & Werner Bohne. Música: Herbert Windt. O registro do VI Congresso do Partido Nacional Socialista tornou-se um documentário célebre, seja como exemplo de propaganda ideológica, seja como precursor do poder midiático, no sentido de que o evento parece, muitas vezes, dobrar-se as exigências da produção – como na seqüência em que os porta-estandartes, em dupla, tomam rumos opostos para desviar-se da câmera. Exercícios de simetria e monumentalidade compõem a pompa necessária para o desfile diante de todas as altas personalidades nazistas como Martin Borman, Otto Dietrich, Josef Goebbels, Hermann Göring, Rudolf Hess – com participação proeminente nos discursos e quem apresenta o führer – Heinrich Himmler e o próprio Hitler. Ainda que a virtuosidade dos movimentos de câmera e dos ângulos, assim co

Filme do Dia: Jânio a 24 Quadros (1981), Luís Alberto Pereira

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  J ânio a 24 Quadros (Brasil, 1981). Direção e Rot. Original: Luís Alberto Pereira. Fotografia: Eduardo Poiano & Adilson Ruiz. Montagem: Augusto Sevá. Cenografia: Sebastião Maria Neto. Figurinos: Dionéia da Paixão. Documentário que oscila, do início ao final, entre o didatismo e a recusa do mesmo. De qualquer forma, muito provavelmente influenciado por Godard e pela vanguarda super-oitista da década de 70, acaba dedicando um espaço reduzido ao que seria seu tema central, preferindo alongar-se sobre o período anterior e posterior ao meteórico governo Jânio, chegando até o momento da abertura política. Igualmente perceptível é a influência de O Bandido da Luz Vermelha , seja ao fazer uso de narrações radiofônicas semelhantes ou canções ( Perfume de Gardênia ) em sua trilha, que explora igualmente muitos dos sucessos nacionais (Cely Campello, Roberto Carlos, Gilberto Gil) e internacionais (Joplin e, sobretudo, Beatles, sendo o filme dedicado, entre outros, a John Lennon, recentemen

Filme do Dia: Utopia Distopia (2020), Jorge Bodanzky & Bruno Caldas

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  U topia Distopia (Brasil, 2020). Direção: Jorge Bodanzky & Bruno Caldas. Fotografia: Jorge Bodanzky. Música: Marcos Cohen. Montagem: Bruna Callegari. Bodanzky se detém sobre um tema que entremeia com uma passagem autobiográfica, que é o momento de fundação da Universidade de Brasília, da qual foi aluno de artes visuais. Apesar de discretamente emergirem ocasionais fotos dele próprio, e eventualmente escutarmos uma voz over dele falando do momento que ingressou na universidade, assim como o próprio cineasta falando sobre sua experiência na universidade, algo que gradativamente ganhará maior espaço, busca-se evocar a efervescência que marcaria para o restante da vida de muitas pessoas, que prestam seus depoimentos contemporaneamente ou em anos próximos ao da produção, assim como imagens de arquivo. E, ao escolher como tema a Universidade de Brasília, mira-se em um projeto de utopia mais amplo, antenado com os anos sempre lembrados de JK – que não desejava uma universidade por lá

Filme do Dia: Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro (2010), José Padilha

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  T ropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (Brasil, 2010). Direção: José Padilha. Rot. Original: Bráulio Mantovani, José Padilha & Rodrigo Pimentel, a partir do argumento dos dois primeiros. Fotografia: Lula Carvalho. Música: Pedro  Bromfman. Montagem: Daniel Rezende. Cenografia: Odair Zani. Figurinos: Cláudia Kopke. Com: Wagner Moura, Irhandir Santos, Tainá Müller, Seu Jorge, André Ramiro, Milhem Cortaz, Sandro Rocha, Maria Ribeiro, André Mattos, Rod Carvalho, Pedro Van-Held. 2006. O agora Tenente-Coronel Nascimento (Moura) se torna um dos homens mais influentes no serviço de espionagem da polícia carioca. Aos poucos o que ele havia percebido como sendo um importante elemento na eliminação do tráfico de drogas e da violência no Rio,   diretamente aliado ao poder político. Nascimento percebe então que deu vida a um monstro que acabou alijando e posteriormente assassinando um de seus melhores amigos, André Matias (Ramiro), assim como a jornalista Clara (Müller) e ameaça a vida

Filme do Dia: Invisible Ink (1921), Dave Fleischer

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  I nvisible Ink (EUA, 1921). Direção: Dave Fleischer. Max Fleischer busca trabalhar em sua prancheta mas é impedido pela súbita aparição do Palhaço Koko, que não o deixa se concentrar para fazer nada que não seja persegui-lo. O mais curioso nessa série de filmes realizados com o personagem é que ela sempre trabalha com um apurado conceito de interação entre animador e animação, fazendo uso de uma técnica bem sucedida de mesclar ação ao vivo e animação. No caso em questão, Fleischer após tentar diversas formas se livrar de Koko como uma porta desenhada ou tentando fazê-lo retornar para a tinta ou utilizar a tinta invisível que nomeia o filme, ao qual Koko acaba dando uma resposta inusitada em um dos trechos mais interessantes. Fleischer sofrrerá os reveses que Koko praticará no “mundo real”, fazendo com que o animador siga por um inusitado traçado no qual encontrará dezenas de personificações de Koko. Talvez o que se torna mais interessante, para além da técnica bem aplicada e das tr