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Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#7: Ganga Bruta

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Ganga Bruta  (Brasil, 1933) D escrito como "um marco na história do cinema brasileiro ", pelo historiador francês Georges Sadoul, em seu dicionário de filmes, Ganga Bruta , dirigido por Humberto Mauro , teve profunda influência em muitos dos diretores do futuro Cinema Novo  dos anos 60, quando o viram durante uma retrospectiva em 1961. Uma das lideranças desse movimento, Gláuber Rocha , declarou-o "um dos vinte melhores filmes de todos os tempos" em 1963. Ganga Bruta  foi o sexto longa-metragem de Mauro como diretor, e o segundo após sua mudança de Cataguazes para trabalhar na Cinédia , no Rio de Janeiro. Foi também seu primeiro filme sonoro e levou dezoito meses para ser completado, enquanto a companhia de Adhemar Gonzaga se contorcia financeiramente. Os atrasos proporcionaram que o filme tivesse uma recepção ruim, porque o som gravado em disco continha poucos diálogos, e as platéias já haviam se acostumado à perfeição técnica dos "talkies" de Hollyw

Filme do Dia: Porto (1948), Ingmar Bergman

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P orto ( Hamnstad , Suécia, 1948). Direção: Ingmar Bergman. Rot. Adaptado: Ingmar Bergman, a partir do argumento e romance de Olle Länsberg. Fotografia: Gunnar Fischer. Música: Erland von Koch. Montagem: Oscar Rosander. Dir. de arte: Nils Svenwall. Com: Nine-Christine Jönsson, Bengt Eklund, Mimi Nelson, Berta Hall, Birgitta Valberg, Sif Ruud, Britta Billsten, Harry Ahlin. O marinheiro Gösta (Eklund) decide fincar pés em terra firme. Consegue emprego no porto como estivador, sendo logo despedido. Envolve-se emocionalmente com Berit (Jönsson), garota que tentara o suicídio pouco antes de travar o primeiro contato com ele. Berit é uma jovem com passagens pelo reformatório, envolvimento com vários homens, temperamento tido como difícil pela mãe (Hall) e que possui como uma das amigas mais próximas, Gertrud (Nelson).   Quando Berit conta seu passado a Gösta, uma tensão se instaura entre o casal. Certo dia, Berit sai em socorro de Getrud, que fizera um aborto clandestino e não se sente

Filme do Dia: O Gato (1971), Pierre Granier-Deferre

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O   Gato ( Le Chat , França/Itália, 1971). Direção: Pierre Granier-Deferre. Rot. Adaptado: Pierre Granier-Deferre & Pascal Jardin, a partir do romance homônimo de Georges Simenon. Fotografia: Walter Wottitz. Música: Philippe Sarde. Montagem: Nino Baragli & Jean Ravel. Dir. de arte: Jacques Saulnier. Figurinos: Jo Ranzatto. Com: Jean Gabin, Simone Signoret, Annie Cordy, Jacques Rispal, Nicoles Desailly, Harry-Max, André Rouyer, Carlo Nell. Casados há 25 anos, Julien (Gabin) e Clémence Bouin (Signoret), mal se falam. Eles vivem em um velho casarão rodeado por ruínas de um bairro em transformação. Sua convivência consiste basicamente em bilhetes jogados um ao outro e enquanto Julien regularmente visita o bordel comandado por Nelly (Cordy), Clémence, ex-trapezista de um circo, afoga suas mágoas na bebida. Ela nutre ciúmes pelo gato que Julien adotara da rua, e por quem direciona todo seu carinho e atenção. Certo dia Clémence simula que o gato havia rasgado boa parte da coleçã

Filme do Dia: Cutting and Canaling Ice (1902)

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C utting and Canaling Ice (EUA, 1902). A retirada de gelo, ação essa que permanence um tanto quanto obscura para os nao iniciados e seu transporte para a fábrica (que se encontra ao fundo?) e sera tema de outro título é o tema desse filme, que como prática habitual na época podia ser exibido isoladamente ou em conjunto. Edison Manufacturing Co. 1 minuto e 32 segundos.

Filme do Dia: Amblin' (1968), Steven Spielberg

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A mblin’ (EUA, 1968). Direção, Rot. Original e Montagem: Steven Spielberg. Fotografia: Allen Daviau. Música: Michael Lloyd. Com: Richard Levin, Pamela McMyler, Henry Axelrod. Um garoto (Levin) pede sem sucesso carona em beira de estrada. Logo se junta a ele uma garota (McMyler) na mesma situação nesse curta que poderia ser pensado, em termos retrospectivos, como partilhando de um tom demasiado “leve” em comparação com o que era produzido contemporaneamente por outros cineastas iniciantes. Aqui, apenas música e imagem e ruídos são apresentados e a odisseia do casal até a Costa do Pacífico, marcada pela descoberta do sexo e das drogas, não ofusca a inocuidade com que tudo acaba sendo apresentado. Ainda assim, pode-se pensar que temas vinculados à realidade de seu tempo são tocados, mesmo que de forma demasiado imatura e quase tão inconsequente quanto o casal retratado, tendo igualmente direito a um final não exatamente feliz – a garota parte sem avisar ao parceiro – e relativamente

Filme do Dia: Fin n' Catty (1943), Chuck Jones

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F in ‘n Catty (EUA, 1943). Direção: Chuck Jones. Rot. Original: Michael Maltese. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Gatos odeiam água. E o exemplar em questão, faz de tudo para não se molhar e conseguir capturar o peixe que se encontra no aquário. Não apenas o humor sarcástico acompanha esse curta animado desde o seu princípio, de mãos dada com seu narrador over, logo ao início somos brindados com imagens submarinas de uma personagem de peixe que logo viremos a descobrir, através do enorme rosto de gato colado ao vidro, tratar-se de um aquário. A fobia de gatos em relação a água, no entanto, é o mote mais divertido no qual se apóia. Jones já faz uso de uma direção de arte bem menos clássica e básica que o habitual, sendo mais uma sugestão de casa que propriamente uma reprodução mimética de uma. As paredes, por exemplo, mais parecem composições geométricas e de cores. A lógica é praticamente a mesma dos curtas de Piu-Piu e Frajola. Destaque para os momentos sádicos

Filme do Dia: I´m Afraid to Come Home in the Dark (1930), Dave Fleischer

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I ´ m Afraid to Come Home in the Dark (EUA, 1930). Direção: Dave Fleischer. Se algumas das estratégias aqui utilizadas em nada são dessemelhantes a episódios produzidos muito tempo depois, nessa longeva série - aqui se tratando já do décimo oitavo episódio) que seria posteriormente levada adiante pelos Famous Studios em 1947, após 9 anos de encerrada a original – noutros, fica evidente se tratar de um outro momento, em termos de criação artística e também de moralidade. Produzida em p&b e traços básicos, boa parte da ação transcorre como que numa moldura de uma tela de cinema, sendo o efeito onipresente da auto-reflexividade incorporado na forma de gag,   de maneira mais sutil por uns poucos realizadores posteriores como Tex Avery. Da mesma forma, o tema aqui em questão é do marido que retorna para casa somente na manhã seguinte e tem que se defrontar com os reclamos da esposa. A canção (composta em 1907, onde aparentemente também se situa o universo aqui retratado), de fato,