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Filme do Dia: Código Desconhecido (2000), Michael Haneke

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C ódigo Desconhecido ( Code inconnu: Récit incomplet de divers voyages , França/Alemanha/Romênia, 2000). Direção e Rot. Original: Michael Haneke. Fotografia: Jurgen Jürges. Música: Giba Gonçalves. Montagem: Karin Martusch, Nadine Muse & Andreas Prochaska. Dir. de arte: Emmanuel de Chauvigny. Cenografia: Laurence Vendroux. Figurinos: Françoise Clavel. Com: Juliette Binoche, Thierry Neuvic, Josef Bierbchler, Alexandre Hamidi, Maimouna Hélène Diarra, Ona Lu Yenke, Djibril Kouyaté, Luminita Gheorghiu. Uma atriz (Binoche), seu namorado fotógrafo de guerra, o irmão e   o pai do namorado, uma mendiga de rua, um monitor negro de crianças surdas mudas e sua família são alguns dos personagens que compõem essa crônica do cotidiano francês contemporâneo, que possui paralelos com experiências recentes que buscam descrever aspectos da sociedade americana ( Magnólia , 1999) e brasileira ( Cronicamente Inviável , 2000). Porém, ao contrário do primeiro, consegue descrever de modo

The Film Handbook#134: René Clair

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René Clair Nascimento: 11/11/1898, Paris, França Morte : 15/03/1981, Neuilly, França Carreira (como diretor) : 1923-1965 D urante os anos 30, René Chomette - seu nome real - foi considerado um dos mais estilizados inovadores e satiristas. Hoje, no entanto, tanto o "realismo poético" quanto o humor exuberante sobre o qual sua reputação uma vez repousou parecem rasos e datados. Crítico, poeta e ator nas séries de Louis Feuillade, o jovem Clair se alinhou com a vanguarda francesa dos anos 20. De fato, sua obra silenciosa pode ser observada como um dos ramos do movimento Dada: sua estreia, Paris Adormecida / Paris Qui Dort > 1 foi uma fantasia cômica bizarra na qual um cientista louco utiliza um raio mágico para tornar a cidade imóvel; somente um grupo de estrangeiros, no topo da Torre Eiffel ou em um avião, permanecem conscientes para buscar o culpado e trazer Paris de volta à vida. Entreato / Entr'acte , apresentado durante o intervalo do balé dadaísta "R

Filme do Dia: P.M. (1961), de Alberto Cabrera Infante & Orlando Jiménez-Leal

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P .M. (Cuba, 1961). Direção: Alberto Cabrera Infante & Orlando Jiménez Leal. Fotografia: Orlando Jiménez-Leal. Esse documentário curto cubano talvez hoje venha a ser mais lembrado por sua enfática admissão dos preceitos presentes no movimento documentarista britânico Free Cinema, na maneira como apenas observa grupos distintos se divertindo em bares de Havana, tocando na noite, dançando, bebendo e namorando. E, ainda mais, por toda a polêmica que gerou, a partir do momento em que se tornou o “cavalo de batalha” junto à classe artística cubana que assistiu a censura do filme, dentro das diretrizes “revolucionárias” do governo recém-iniciado de Castro, como exemplo de apresentação de eventos “anti-revolucionários”. Em si mesmo, o filme, produzido independentemente do Estado, não vai além do módico interesse, através do modo que flagra aparentemente cenas sem que os envolvidos, via de regra, direcionem seu olhar para a câmera, antecipando algumas das soluções que vão se

Filme do Dia: Palestine - Programme biblique (1904), Abbot Mulsant

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P alestine – Programme Biblique (França, 1904). Direção: Abbott Mulsant. Várias passagens da vida de Cristo são aqui tematizadas podendo ser exibidas individualmente ou em conjunto. Destaca-se o fato de mesclar elementos que o aproximam do bem posterior Da Manjedoura à Cruz (1911), de Olcott, como as filmagens em locações e outros mais próximos da Vida e Paixão de Jesus Cristo (1905), de Zecca, como a trucagem da Anunciação ou ainda Jesus fazendo milagres quando criança – aliás todo o filme se centra em sua infância; existe uma cena curiosa. Quando a cartela antecipa a crucifixação de Jesus se imagina um salto temporal enorme na sua trajetória, mas se trata de uma simulação infantil que antecipará sua própria morte. Porém, as trucagens serão utilizadas de modo bem mais discreto que em Zecca. Visualmente o filme talvez seja mais inspirado que as obras de Zecca e Olcott. Ao menos é o que se pode pensar da rica e complexa composição visual apresentando o descanso de José e

Filme do Dia: Branca de Neve (2000), João César Monteiro

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B ranca de Neve (Portugal, 2000). Direção: João César Monteiro. Rot. Adaptado: João César Monteiro, baseado na peça de Robert Walser. Fotografia: Mário Barroso. Montagem: Fátima Ribeiro. Com: Maria do Carmo Rôlo, Ana Brandão, Reginaldo da Cruz, Luís Miguel Cintra, Diogo Dória. Variações de interpretação sobre as relações entre as pessoas que rodeiam Branca de Neve (voz de Rôlo) e ela própria, sua morte e ressureição, nessa adaptação bastante radical de Monteiro, que dispensa quase que totalmente as imagens pelo fundo negro. Resta ao espectador o trabalho da própria imaginação que, embora semelhante ao da literatura – sob o qual o filme parece prestar igualmente grande reverência nos diálogos literários, ou melhor, não naturalistas da peça teatral na qual se inspira. Reduzindo a atenção do espectador aos belos diálogos, o filme ao mesmo tempo redimensiona o poder da imagem, que invariavelmente é a de um céu azul mais ou menos nublado, sem contar a imagem inicial do caçador mo

Filme do Dia: A Marcha dos Pinguins (2005), Luc Jacquet

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A Marcha dos Pinguins ( La Marche de l'empereur , França, 2005). Direção: Luc Jacquet. Rot. Original: Luc Jacquet & Michel Fessler sobre o argumento de Jacquet. Fotografia: Laurent Chalet & Jérôme Maison. Montagem: Sabine Emiliani. Na Antártica, grupos de pinguins seguem o ciclo da vida dos nove meses de inverno rigoroso em que passam por várias provações, como a de conseguir um parceiro, conseguir chocar o ovo protegendo-o das intempéries e proteger os filhotes dos predadores, antes de retornarem ao mar para saborearem o verão com o degelo das geleiras. Esse documentário procura explorar os paralelos entre a saga dos pinguins e a dos próprios seres humanos, apelando para recursos que pretendem torna-lo mais palatável junto ao grande público (não é à toa que foi sucesso de bilheteria nos EUA, somente ficando atrás de Fahrenheit 11/09 quando de seu lançamento). Para isso faz uso tanto de um narrador quanto de vozes de atores famosos para interpretare

Filme do Dia: E Se Vivêssemos Todos Juntos? (2010), Stéphane Robelin

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E Se Vivêssemos Todos Juntos? ( Et Si On Vivait Tous Ensemble? , França/Alemanha, 2010). Direção e Rot. Original: Stéphane Robelin. Fotografia: Dominique Colin. Música: Jean-Philippe Verdin. Montagem: Patrick Wilfert. Cenografia: David Bersanetti. Figrinos: Jurgen Doenring. Com: Guy Bedos, Daniel Brühl, Jane Fonda, Geraldine Chaplin , Claude Rich, Pierre Blanchard, Bernard Malaka, Camino Texeira, Shemss Audat . Jean Colin (Bedos), sugere numa reunião com amigos de longa data que deveriam todos morar juntos. Com idade avançada e começando a enfrentar dificuldades associada às limitações de saúde. Sua esposa, Annie, acha a ideia completamente estapafúrdia. Porém, em pouco tempo é o que ocorre. Já que Claude Blanchard (Rich), fotógrafo veterano, sofre um infarto, após os excessos associados ao sexo com prostitutas e é enviado para um asilo pelo filho, e o casal Jeanne (Fonda) e Albert (Richard) se encontra em situação difícil. Ela, com um câncer devastador, ao qual não pr