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Dicionário Histórico de Cinema Sul-Americano#36: Nélson Pereira dos Santos

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  NÉLSON PEREIRA DOS SANTOS  (Brasil, 1928*). Conhecido como o "pai" ou "papa" do Cinema Novo , o cinema novo brasileiro dos anos 1960, ainda continua firme na realização de filmes na faixa dos seus oitenta anos, mais recentemente um documentário sobre o grande e falecido compositor Antonio Carlos Jobim, A Música Segundo Tom Jobim , que foi exibido no Festival de Cannes. Nascido em São Paulo, quando criança Nelson foi levado regularmente ao cinema por seus pais, que eram verdadeiros cinéfilos. Na escola secundária se tornou interessado pelo empobrecido nordeste, e após ter contato com vários estudantes radicais, ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Na universidade estudou direito, mas seu crescente envolvimento com grupos teatrais e de cinema levou-o a Paris, onde tentou se matricular em uma escola de cinema. Em seu retorno ao Brasil, já havia completou seu serviço militar, e após se graduar realizou um documentário , Juventude  (1950), sob os auspícios

Filme do Dia: Menos e Mais (2001), Shahar Cohen

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  M enos e Mais ( Minus-Plus , Israel, 2001). Direção: Shahar Cohen. Criativo curta-metragem a respeito da vida em comum de um pouco pragmático inventor com alma de artista e sua namorada e as estratégias que o mesmo bola para tentar driblar os habituais cortes de luz por falta de pagamento. Entre os maiores méritos do filme, encontra-se o de transcender o mero “efeito-piada” que poderia condenar uma abordagem menos talentosa sobre o mesmo tema.  Sam Spiegel Film School. 20 minutos.  

Filme do Dia: El Tesoro de los Caracoles (2004), Christian Jiménez

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  E l Tesoro de los Caracoles (Chile, 2004). Direção e Rot. Original: Christián Jiménez. Fotografia: Inti Briones. Música: Ángel Parra. Montagem: Galut Alarcón. Com: Roberto Farías, Luis Jiménez, Hugo Medina, Pedro Villagra, Alejandro Trejo. Quiqui (Farías), jovem com retardo mental encontra um tesouro e mata o soldado que tentara toma-lo (Villagra). Ele conta tudo aos pais (Jiménez e Medina) que o ajudam a enterrá-lo. Porém, pouco tempo depois terão que lidar com a presença de dois outros soldados atrás do desaparecido. Quando muito, o interesse que potencialmente poderia despertar esse curta se encontra associado ao seu uso – relativamente moderado, diga-se de passagem – de uma estética que possui suas relações com algo de surreal ou realista fantástica, sobretudo a imagem dos pães “chovendo do céu” mas com uma firme ancoragem na realidade, já que se trata do pai do garoto jogando os doces do outro lado da casa. Porém, mesmo isso, dilui-se diante de uma tola narrativa que aposta

Filme do Dia: Rei Lear (1910), Gerolamo Lo Savio

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  R ei Lear ( Re Lear , Itália, 1910). Direção: Gerolamo Lo Savio. Com: Francesca Bertini, Giannina Chiantoni, Olga Giannini Novelli, Ermete Novelli. Rei Lear (Ermete Novelli) decide dividir seu reino entre suas três filhas. Aparentemente a menos afetuosa com seu pai, Cordelia (Bertini), será a que menos atenção receberá do pai na partilha de seus bens. Logo, no entanto, ele comprovará que é justamente ela quem mais o ama. Produção que certamente segue o gênero instituído pelo cinema francês alguns anos antes do film d´art , ou seja, adaptações de obras de clássicos da literatura que pretendiam trazer uma aura de respeitabilidade maior para o cinema, contando igualmente para isso com uma estética cenográfica marcadamente teatral, algo que também pode ser percebido na constante presença de planos abertos e na lenta estruturação dos planos, quando comparada aos menos pretensiosos filmes dirigidos por Griffith para a Biograph, anteriores a essa produção. Bertini tornar-se-ia uma das

Filme do Dia: À Meia-Luz (1944), George Cukor

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  À   Meia-Luz ( Gaslight , EUA, 1944). Direção: George Cukor. Rot. Adaptado: John Van Druten, Walter Reisch & John L. Balderston, baseado na peça Gas Light , de Patrick Hamilton. Fotografia: Joseph Ruttenberg. Música: Bronislau Kaper. Montagem: Ralph E. Winters. Dir. de arte: Cedric Gibbons. Cenografia: Edwin B. Willis. Figurinos: Irene. Com: Charles Boyer, Ingrid Bergman, Joseph Cotten, Dame May Whitty, Angela Lansbury, Barbara Everett, Emil Ramaeu, Tom Stevenson. Paula Alquist (Bergman) é sobrinha de uma célebre cantora de ópera assassinada em sua residência numa praça londrina. Vivendo com ela, foi Paula quem descobriu o cadáver. Buscando se desvencilhar desse passado trágico,   é mandada por familiares para estudar fora. Ela tenta seguir a carreira da tia, mas se apaixona pelo pianista Gregory Anton (Boyer). O casal volta a viver em Londres, dez anos após, na mesma residência onde ocorrera o crime. Gregory sugere que todos os pertences que a façam lembrar da tia sejam isolad

Filme do Dia: Rebelião em Vila Rica (1958), Geraldo Santos Pereira & Renato Santos Pereira

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  R ebelião em Vila Rica (Brasil, 1958). Direção e Rot. Original: Geraldo Santos Pereira & Renato Santos Pereira. Fotografia: Ugo Lombardi. Montagem: Lúcio Braun. Dir. de arte: Geraldo Ambrósio. Com: Hélio Ansaldo, Paulo Araújo, Jaime Barcellos, Xandó Batista, Maria Aparecida Baxter, Lina Belém, Ana Cândida, Celso Faria, Mario Gruber, Newton Mello, Joel Penteado. Ditadura do Estado Novo. A juventude estudantil de Ouro Preto se rebela após a intervenção que aposenta o diretor da escola, professor Rodrigo, e o substitui por outro, Furtado, de postura autoritária, não possuindo nenhum diálogo com ou apoio dos estudantes, e pretende aumentar em 50% as taxas de ensino, assim como expulsar das repúblicas estudantis os que se encontram com as mensalidades atrasadas. Uma revolta toma forma e o líder dela, Xavier,   faz parte do centro acadêmico da escola. Ele apaixona-se, no entanto, pela filha do novo diretor. A cidade já se encontra em polvorosa, por conta de um sino que passa a badala

Filme do Dia: The Gordon Highlanders (1899), William K.L. Dickson

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  G ordon Highlanders (Reino Unido, 1899). Fotografia: William K.L. Dickson Um regimento escocês desfila diante da Rainha Vitória. Temos apenas a visão da parada. As paradas são um tema constante dos primeiros anos do cinema e múltiplos títulos da cinematografia americana atestam isso. Uma peculiaridade dessa produção em relação as suas congêneres americanas é que que enquanto naquelas aparentemente o que se pretende saldar são as próprias instituições em desfile (bombeiros, policiais ou o que seja) aqui tudo parece se encontrar a serviço do olhar imperial. Curiosamente a anarquia é bem maior, assim como a aberta repressão – diversas crianças sofrem punições diante das câmeras, por exemplo. Porém o motivo da punição parece se encontrar menos em se tentar organizar o desorganizado cortejo do que salvaguardar a câmera da presença demasiado próxima dos passantes. Como a produção norte-americana contemporânea, aqui também já se percebe uma duração maior dos filmes do que a média dos prim